Capitulo17

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Anastácia

Cristhian ficou pálido. Ele arregalou os olhos e caiu sentado no
chão, com a boca entreaberta, olhando para minha barriga como se
visse um fantasma. Eu riria se não estivesse muito nervosa com a reação dele. Era um momento muito delicado, sua rejeição me faria ter um colapso. Não era como se estivesse soltando fogos de felicidade por estar grávida, mas não precisava ser apedrejada por isso.
— Quando descobriu? Ia me contar, certo? — Ele soou rouco.
— Claro que sim, eventualmente. — Fui honesta.
Provavelmente não contaria de imediato, principalmente se ainda
acreditasse que estava noivo. — Descobri ontem e ainda estou…
chocada.
Ele engoliu em seco.
— Acho que também estou. Quer dizer, tem um bebê aí! —
Apontou para minha barriga e riu. — Nós fizemos um filho! Isso é muito assustador e puta merda… precisamos resolver tanta coisa!
Temos que marcar médico, fazer os exames e ver a data do parto.
Tenho que ajustar minha agenda, ver qual o melhor quarto para ser do bebê. — Disparou a falar e cobri sua boca.
— Calma. A única coisa que preciso saber agora é se vamos
fazer isso juntos. — Olhei em seus olhos e ele franziu o cenho,
ofendido.
— É claro que sim! Esse bebê é tão meu quanto seu, então,
sim! Vamos fazer isso muito juntos! — Ele segurou meu rosto e pensei que fosse me beijar, mas ao invés disso, desceu o rosto para minha barriga e o encostou ali. — Essa era a última coisa que pensamos em fazer juntos.
— Sexo tem consequências, cresci ouvindo isso dos meus pais e achei que era exagero. Usamos camisinha, nós nem brincamos
sem uma por perto e não praticamos o coito interrompido. Não sei de quantas semanas estou, mas o teste que sua irmã me deu
aponta para o dia em que eu usei o vestido vermelho…
Ele me olhou confuso e depois sorriu, lembrando perfeitamente
do dia, voltando a deitar a cabeça no meu colo.
— Foi um dia incrível. Melhor dizendo, uma noite incrível. Foi
tão bom que fizemos um filho — falou baixinho e eu ri, um pouco
mais relaxada.
Ouvimos uma batida leve e um sino suave tocou na porta.
Cristhian levantou e foi até ela, aceitando o carrinho de comida que
um senhor trouxe. Ele agradeceu e fechou a porta novamente, indo
até a mesa e desembalando a comida, que estava muito cheirosa.
Era um cardápio diferente do meu, em que o vinho usado para
temperar o molho do frango quase me fez vomitar.
— Quer comer comigo? Tenho peixe, purê… acho que vai
agradar mais o seu paladar do que coq au vin. — Ele puxou uma
cadeira para mim. Aceitei e me sentei.
— Não precisa dividir. Eu não sei se vou conseguir comer. —
Peguei um garfo e provei um pouco do purê. — Achei que estava
enjoada da comida porque costumo comer sempre as mesmas
coisas, mas até suco de laranja embrulhou meu estômago.
Confesso que na última semana, culpei você.

— Eu meio que sou culpado sim, de um modo geral. —
Cristhian pegou minha mão. — Coma mais um pouco.
— Eu realmente sinto muito. Minha terapeuta me disse que por
mais que a gente supere algumas coisas do passado, existem
situações que são gatilhos e eu me deixei levar pelo sentimento
novo. Tudo era novo, inclusive, estar apaixonada. Só senti isso
quando adolescente e foi um desastre, aí quando eu vi a revista,
voltei para dentro daquele pesadelo novamente. — Eu o olhei,
sentindo as lágrimas outra vez. — Por mais que estivesse certa em
estar com raiva, agora sinto culpa por não ter te ouvido.
— Bem ou mal, nós não nos conhecemos cem por cento.
Estamos nesse processo, foi falha da minha parte não ter sido claro
sobre a presença da srta. Lancaster. — Ele secou meu rosto,
inclinando-se na minha direção. Quis sair do meu lugar e me
refugiar em seu colo. — Por favor, linda. Pare de chorar. Eu sou
apaixonado pelo seu sorriso. Agora vem, vamos comer. Amanhã
será um longo dia.
Cristhian praticamente me obrigou a comer metade do prato e a
comida desceu com um pouco de dificuldade porque ainda estava
nervosa. Nós não tínhamos nos acertado de fato, não parecia que
tudo ficaria bem. Quando cheguei, fui colocada em um quarto de
hóspedes, fui até ele, tomei banho e vesti um pijama. Eu já havia
conhecido palácios em visitas turísticas, mas era bizarro saber que
Cristhian vivia em um. Tudo era enorme e lindo, impressionante e me
deixou intimidada.
Ele saiu do banheiro e sentou na pontinha da cama, sem
camisa e com uma calça de pijama. O cabelo molhado estava

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