CAPÍTULO 31

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Anastacia

Cristhian pegou o envelope com as fotos do último exame de
imagem que fiz e foi mostrar ao pai. Eu o observei atravessar o
pátio, indo em direção a ele e sorri para a maneira com que eles
compartilharam aquela felicidade. A mãe se aproximou e olhou as
fotos, ela sorriu de verdade, sem o ar intolerante e falso, dando um
beijo em Cristhian. O problema dela era comigo e não com as
crianças, o que aliviava só um pouquinho a minha apreensão.
Desde que retornamos da lua de mel, pouco a vi e quando nos
encontramos, fomos civilizadas. Jantamos juntas e fomos a um
evento no qual foi puro teatro. Sorrimos lado a lado, aceitamos
flores e participamos de um chá com senhoras da alta sociedade. A
mídia noticiou como o encontro perfeito. Nós chegamos e saímos
em carros separados, sequer nos falamos direito, mas eu fiz porque
era responsável com o papel que assumi.
Eu jurei que seria uma boa princesa e estava me entregando.
Nunca fui do tipo de fazer nada pela metade e não seria por causa
da rejeição dela que me comportaria de maneira não profissional.
Rainland havia noticiado pela manhã que Cristhian e eu estávamos
esperando nosso primeiro bebê. Levariam algumas semanas para a
notícia de que seriam gêmeos, quando descobríssemos o sexo.
Ainda de longe, acariciei minha barriga e me afastei. Cristhian
tinha raros bons momentos com os pais e eu desejava que
aproveitasse. Charlotte estava chegando e a noite, a família se
reuniria para o jantar. Voltei para a ala que morava e conversei com
meus pais por chamada de vídeo por quase uma hora. Adriana me
ligou. Ela ganhou acesso ao palácio, mas a coitada da minha irmã

vivia obcecada com a expansão do bar, que passaria a ter dois
ambientes, um de pub e outro, em uma área mais lounge, um
restaurante.
— Ana? Baby? — Cristhian voltou, assobiando.
— Sim? No escritório!
Ele entrou e eu suspirei. Caramba. O homem me tirava o
fôlego a todo instante e algumas vezes precisava me beliscar para
acreditar que éramos casados. Sorri, apaixonada, coração
palpitando e ganhei um beijo. Podia passar o dia inteiro apenas
olhando-o e sendo grata que nossa história de amor era doce e
linda.
Nossos filhos iriam ouvir e acreditar que encontrariam o par de
suas vidas.
— Ei, sabe o que acabou de ser entregue? — Girou a minha
cadeira, animado e vasculhei a minha mente, procurando se
havíamos comprado alguma coisa na internet.
— Não. Estávamos esperando encomenda?
— O mobiliário do quarto deles.
Levei minha mão ao coração e, feliz, praticamente saí
correndo. Ele riu e me segurou, querendo cobrir meus olhos para
fazer surpresa, mordi seu punho e fomos nos trombando até o
quarto. Dois berços, duas poltronas e uma cama de solteiro ainda
sem colchão. Tudo em madeira clara, já podia sonhar com o tapete
e a decoração na parede. As roupinhas ficariam no quarto de vestir
ao lado. Tínhamos poucas coisas, a maioria eram presentes.
Esperamos a notícia sair para podermos fazer compras sem o
medo da informação vazar e gerar burburinho. Estava liberada para

soltar a mamãe louca e montar meu enxoval.
Cristhian me abraçou por trás e ficamos em silêncio
contemplando que em alguns meses, nossos bebês estariam ali.
Provavelmente chorando, nos fazendo questionar nossa sanidade e
fazendo coisas muito fofas para nos explodir de amor.
— Estive pensando na decoração e eu não quero algo
exatamente focado em rosa ou azul, mas sim que represente a nós
dois. — Coloquei minhas mãos em cima das dele, que
descansavam na minha barriga redondinha. — Nós dois amamos o
significado das cores, então, que tal as cores de Rainland
combinando com os tons do campo que nos reencontramos?
— Cores de Rainland para representar o país e ao mesmo
tempo o dia em que nos vimos pela primeira vez? — Virei em seus
braços, para observar melhor sua reação. Cristhian era um gênio
galante com as palavras e escondia muito as emoções, mantendo
sempre a postura de príncipe.
Ele parecia ter gostado.
— Sim. Acho que vai ficar perfeito e com bastante
representatividade sobre nós dois, como nos apaixonamos e
basicamente o momento em que foram feitos. — Soltei uma
risadinha e ele me acompanhou.
— Ainda é absurdo na minha cabeça que engravidamos na
primeira noite. E se nós decidíssemos que não queríamos mais nos
ver? E se fosse só um encontro casual?
— Bem que minha mãe me disse para transar depois de ter um
relacionamento. — Dei de ombros, ele apertou minha bunda. —
Sorte a minha, acho que deixei o príncipe encantado de joelhos.

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