Capítulo 27

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Caros leitores, estou muito interessada na opinião de vocês.
Nós amamos ou odiamos a futura princesa?
A opinião desta coluna é que precisamos ainda vê-la em ação, no
governo e não precisamos nos preocupar com o romance. Afinal,
uma mulher deixar a carreira por amor? Somente em um conto de
fadas.
Se vai durar? Nós não sabemos… afinal, tudo que começa rápido,
também termina ainda mais rápido.
Lady Daisy Mail

Cristhian

Tudo que precisava era de uma pausa na loucura. Eu não
gostava de demonstrar a  Anastacia o quanto os ataques estavam me
afetando, porque não queria que ficasse triste, mas a vontade que
tinha era de explodir o mundo apenas para silenciar o ódio contra a
mulher que eu amava. Ela implorava para que eu não perdesse
minha cabeça, porém, para um homem protetor como eu, vê-la
sofrer era um castigo. Legalmente, estava fazendo tudo que podia
como príncipe, mostrando para Rainland a mulher incrível que ela
era.
Estar na casa de veraneio era meu momento de descanso.
Desci as escadas sem roupas, minto, apenas com uma cueca. Fui
em direção à cozinha e minha futura mulher estava com o shortinho
curto de cetim que sentia falta e um top. Seus cabelos estavam
lavados, secando naturalmente e com isso, tinham ondas
bagunçadas que ao prender no alto, caíam sem ordem pela cabeça.
Ela mexia algo na panela, muito concentrada, e cheirava muito bem.
Incapaz de ficar longe, parei atrás e beijei sua nuca antes de passar
a mão em seu ventre.
— O que é isso?
— Molho de queijo. Pensei em fritarmos carne e frango, tem
torradas, podemos comer fazendo um pouco de bagunça. Separei
vinho para você. — Ela
continuou mexendo para alcançar o ponto
certo. — Quer algo mais?
— Não. Parece delicioso, está atiçando minha fome.

— Então, pegue seu vinho e coloque música. — Anastacia me deu
um beijo.
Bati em sua bunda, enchi minha taça e peguei seu telefone. O
aparelho dela sempre era um caos de notificações e mensagens,
ela nunca abria tudo, o que me dava nervoso com vontade de ler e
responder uma a uma. Anastacia tinha um filtro mental que a fazia
responder por ordem de importância e o que não era, ficava no
limbo. Liguei o painel de som e conectei o aplicativo de música,
selecionando nossas bandas favoritas.
— Quer alguma salada para acompanhar? — Ela me ofereceu
e neguei. Naquela noite, queria comer besteira, nada saudável.
Comecei o preparo das carnes logo ao lado, usando fogo baixo para
não nos queimar. — Ai! Aumenta! Eu amo essa música! — gritou e
peguei o controle do painel para que Anastacia usasse a colher de pau
como microfone, cantando uma música muito antiga. — Minha mãe
ouvia direto! Eu adoro Torn!
— A letra é meio triste, apesar da batida — comentei,
prestando atenção.
— Eu cantei muito quando estava com meu coração partido. —
Virou o molho de queijo em uma vasilha e foi cortar o pão para fazer
torrada.
— Adolescente?
— Sim. Foi humilhante o que ele fez comigo na frente da
escola inteira e depois a namorada dele fez com que as líderes de
torcida me acertassem com balões cheios de farinha e água. Eu
estava com a roupa do mascote, mas todos sabiam quem era ali e o
motivo. — Sentou no banquinho. — Eu colocava as músicas bem

alto e chorava abraçada no meu travesseiro. Hoje eu sei que não foi
ele que me machucou, estava apaixonada, foi o conjunto todo que
me devastou.
— Eu sinto muito, baby. Não posso imaginar o quanto foi ruim
para você.
— Eu tratei muito desses problemas na terapia, mas sabe, a
cura é um processo lento. — Deu de ombros. — E você? Como foi
na escola?
— Estava com ódio de estar lá. Quer dizer, nada contra
ninguém, muito menos a instituição, mas Rainland é conhecida por
ter uma excelente educação. Minha mãe queria se exibir e me
enviou para longe… — Tirei o frango e coloquei a carne vermelha.
— Eu estava furioso e não fui simpático. No meu primeiro dia, se
lembro bem, dei um soco em um idiota que me chamou de
engomadinho e disse que Abdar era um cuzão. Ele riu e me chamou
para sentar com eles. Eduardo entrou na escola semanas depois…
— E assim criaram um grupo?
— Cada um tinha o seu motivo particular e uma história por
trás. Foi bom crescer com eles, além das diferentes culturas entre
nós, todos tinham grandes responsabilidades no futuro e
rapidamente aprendemos a nos divertir enquanto podíamos. —
Soltei uma risada.
— Bom que você foi diferente na escola, assim nossos filhos
serão brilhantes e descolados.
Dei a ela um olhar.
— Eles estudarão aqui em Rainland e morarão conosco até a
faculdade, certo?

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