CAPITULO 42 Epilógo 2

401 59 24
                                    

Cristhian

Três anos depois.
Saí de uma reunião e ouvi o barulho da festa no salão de baile.
Era aniversário das minhas meninas e elas mereciam a
comemoração mais bonita do mundo. Minhas princesas estavam
correndo com amiguinhos, filhos dos meus amigos, que sentaram
juntos em um grande grupo em uma área mais reservada.
Acenei para Apolo, de pé, olhando Atlas em um brinquedo e
avisei que logo me juntaria a eles. Era um prazer ter todos ali, com
esposas e filhos. Eles eram uma parte muito importante da minha
vida e compartilhar a comemoração do aniversário das minhas filhas
era incrível. Quem diria que estaríamos juntos e com uma amizade
sólida ao longo de tantos anos?
E melhor ainda: casados e com famílias adoráveis. Olhando
para o passado e a maneira em que nos conhecemos, o que o
futuro nos reservou, nos altos e baixos, era muito melhor do que
ousamos imaginar. Abdar, Kaled, Eduardo, Ricco, Rodrick, Apolo e
Vicenzzo me ajudaram a me tornar um homem, foram meus amigos
em todos os momentos e suas histórias me prepararam para viver a
minha. E então, Anastacia chegou e caramba… mal lembrava de quem
eu era antes dela. A mulher era minha paixão ardente.
Pensando nela, procurei-a pela festa, mas não a encontrei.
— Papai! Olha os balões! Você está vendo? — Gail agarrou
minha mão e apertou. — São todos meus e da minha irmã!
— São os mais bonitos! Vocês gostaram?
— Nós amamos!

— E cadê a mamãe? — Ajoelhei à sua frente. Zara estava
alegremente sentada no colo do meu pai, comendo bolinhos de
queijo com o guardanapo como babador. Gail olhou pela festa e
sorriu.
— Ela deve ter ido vomitar de novo. — Revirou os olhos, de um
jeito teatral que me fez rir, mas a informação fez sentido na minha
mente e fiquei preocupado. — É o bebê. Segredo. Xiiii. — Minha
filha colocou o indicador na boca e assoprou com um pouco de baba
junto.
É o bebê? O que ela estava falando? Gail saiu correndo para
brincar e Anastacia voltou com um sorriso, dizendo que foi verificar o
buffet com a nossa governanta. Ela parecia bem. Me deu um beijo e
sua boca tinha gosto de menta, mas havia balas nas mesas e ela
poderia ter chupado uma. Deixei o pensamento de lado para dar
atenção aos convidados e às meninas.
Nós nunca fizemos uma festa tão grande, não era nosso
costume comemorar aniversários chamando tanta atenção da mídia,
mas elas estavam na escola, com amiguinhos que tinham
comemorações estrondosas e pediram por uma. Anastacia e eu
estudamos a possibilidade de preparar tudo sem causar problemas
ao governo, tentando realizar o sonho das meninas e mantendo o equilíbrio com nossas funções.
Alicia resolveu a questão dando a festa de presente. Ela era
muito babona com minhas filhas, não só ela como toda minha
família. Foi mágico e eu pude brincar com as duas, correr pelo pátio,
ir em brinquedos e ganhar as melhores risadas. Elas estavam
felizes e não havia nada melhor para o coração de um pai. Anastacia
exalava felicidade, seus olhos chegavam a brilhar.

Minha mulher era uma mãe exemplar e me inspirava todos os
dias com a dedicação à Rainland como princesa. Sua voz era ativa
nas causas que acreditávamos, entregue ao trabalho e
transformando vidas como sempre sonhou. Sua força e coragem de
enfrentar o que era preciso pelos nossos ideais era meu
combustível diário. Eu nunca mais senti o peso da coroa me
afundando na vida porque ela chegou e trouxe equilíbrio.
Aprendi a ser mais do que um príncipe. Eu era marido e pai.
Todos os meus papeis coexistiam de maneira saudável porque
Anstacia era sábia o suficiente para nos manter unidos e em paz. Ela
tinha um coração bom o suficiente para perdoar minha mãe
enquanto eu levei anos para engolir tudo que havia acontecido.
Madura para conviver com pessoas que nos atacavam na internet e
eram convidados do palácio em eventos. Sua classe e sabedoria
eram elogiados, conhecida como a princesa amada, ela deixou de
ganhar o ódio coletivo quando perceberam a mulher incrível que
era.
— Por que passou a maior parte da festa me olhando como um
bobo? — ela questionou ao tirar as sandálias. Nossas filhas
dormiam no sofá, de camiseta, calcinha e meia. Apagaram
esgotadas depois do banho e do chororô por doces.
Anastacia e eu só permitíamos um pouco e em dias especiais.
— Talvez porque eu sou um bobo apaixonado.
— Foi memorável. Nunca poderei agradecer a Alicia por essa
festa! Ela fez tudo do melhor!
— Essa é a minha tia. — Sentei ao seu lado e peguei seus pés,
para massagear. — Tem alguma coisa para me contar?

— O que quer dizer? — Pegou uma almofada e deitou. —
Estou exausta. As festinhas delas normalmente não me dão tanto
trabalho.
— Anastacia…
Ela parou de falar e fez um beicinho. Bufando, contrariada, saiu
do lugar e foi até nosso quarto, voltou em seguida segurando um
saquinho e me entregou. Não demorei a perceber que era um teste
de gravidez, meu sorriso cresceu antes mesmo de ver que havia
dado positivo. Olhei para seu rosto, não comentando nada e ri,
ficando emocionado ao mesmo tempo.
— Você me mata sendo um bobão!
— Vem aqui, vem aqui, para de rir! — Puxei-a para os meus
braços. — Estamos grávidos?
— Eu estava me preparando para dizer que deveríamos tentar
de novo. Já tem um tempo que quero, desde que Peter nasceu,
fiquei com essa coisa de ter mais um, mas a vida estava muito
corrida. Esperei o tempo passar e a vontade não passava — ela
comentou, segurando o teste. — Eu desmaiei na academia e
percebi outros sintomas, como o enjoo que não tive na gravidez das
meninas. Bem mais forte. Qualquer coisa está fazendo meu
estômago revirar.
Peter era o bebê fofo da minha irmã. Ele aprenderia a
perseguir as primas e pregar peças antes mesmo de andar.
— Quando descobriu?
— Tem uma semana. Queria comprar um sapatinho e fazer a
surpresa que não pude na primeira vez. Foi tudo tão corrido e
intenso com elas, que quis algo diferente. Como desconfiou?

— Gail. Achou que ela guardaria segredo?
— Fofoqueira como a Adriana, puta merda — Anastacia xingou
baixinho. — Está feliz?
— Estou exultante! Foi por isso que quis parar o remédio?
— Fiquei com medo de não conseguir engravidar no tempo que
queríamos, de ter protelado demais, não sei, bateu muita paranoia e
no fim, nem precisamos tentar de novo. Acho que não somos
confiáveis só na camisinha.
A primeira vez foi culpa da camisinha velha que deveria estar
furada. A segunda… algum descuido para colocar ou nas vezes em
que simplesmente esquecemos. Era difícil saber naquele momento.
— Farei vasectomia. Três é um número muito bom. — Acariciei
suas coxas.
— Isso se for um só. — Soltou uma risadinha insolente.
Fechei meus olhos, pensando que o raio não ia cair no mesmo
lugar. Três parecia um número ótimo para mim. Anastacia me abraçou
ao perceber que a ideia de ter gêmeos novamente me perturbava
um pouco e ficou rindo. Ela estava se divertindo, enquanto eu não,
mas foi a única a quase desmaiar no médico da primeira vez.
Ter filhos em dose dupla era incrível. As meninas nasceram no
começo da primavera, tivemos um inverno com medo de um parto
muito prematuro, mas felizmente, resistiram firmes na barriga. Anastacia
ficou de cama, internada devido ao ataque, recuperando os
ferimentos e tendo paciência. Daquela vez, seria diferente. Teríamos
paz.
No passado, tive medo que a minha vida pudesse fazê-la
infeliz. Anastacia era livre e independente, ao se casar comigo, teve que

mudar toda a vida. Eu achei que estaríamos destinados a uma
prisão, que no futuro, seríamos infelizes com as escolhas que
tomamos. Ao invés disso, ela me mostrou que podíamos bater asas
e voar mesmo sendo membros de uma família real tradicional. Ela
me libertou dos medos e soltou as amarras que coloquei nos meus
pulsos por ser um príncipe.
Seu espírito amoroso me levantou e eu me tornei um homem
inteiro, não apenas a sombra do que deveria ser. Uma vez minha
avó me disse que um homem como eu só poderia ter ao lado uma
mulher que fosse forte. Eu pensei que era pressão demais para
colocar nos ombros de alguém que não havia nascido no meio.
Anastacia e eu encontramos um ponto de equilíbrio e o lugar perfeito
para vivermos nossa história, junto a nossas filhas.
E com mais um a caminho.

FIM.

Gente acabou vou ficar com saudades da história espero que tenham gostado. Ate breve espero que continuem comigo.

Beijos.

COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE Onde histórias criam vida. Descubra agora