Anastácia
Nova Iorque.
— Oi! Querida! Estamos aqui! — Mamãe acenou no meio do
aeroporto e sorri. Pedir que meus pais fossem discretos quando
estavam com saudade era quase um crime contra a humanidade. O segurança deixou que meu pai passasse para me ajudar com as
malas, e ele me abraçou apertado antes de tomar o carrinho e
começar a empurrar. — Minha menina!
— Ai, mãe! — gemi com seu abraço mortal. — Eu também te
amo!
— Ah, filha! Um ano sem te ver! Como isso pode ser saudável?
— resmungou, me fazendo rir. — Está linda! Deixe-me olhar para
você! — Tirou meu capuz, querendo analisar meu rosto. — Minha
super modelo famosa. Quem diria que a minha menininha tímida se
tornaria a modelo mais bem paga do mundo?
— Certamente, eu não seria essa pessoa — brinquei e soltei
um bocejo.
— Vamos para casa.
Casa. Era bom estar ali. Mesmo detestando os Estados
Unidos, meu lar e conforto era onde meus pais viviam. Meu refúgio
favorito. Morava em Londres desde o fim do ensino médio, quando
me tornei modelo e saí de casa para me aventurar na profissão mais
louca do mundo. Sair da proteção dos meus pais com apenas
dezessete anos me fez crescer, foi doloroso, mas eu não me
arrependia. Quando adolescente, pensava em ser jornalista, me
tornar uma escritora um dia.Foi com dezesseis que um coração partido me fez tomar um
rumo. Entre toda perseguição da escola, fui estúpida o suficiente
para cair de amores pelo capitão do time da escola. Ele me fez
acreditar que me amava de volta e não se importava com o que
diziam, quando na verdade, só queria que o ajudasse a passar em
Exatas enquanto apostava com os amigos que tiraria minha
virgindade. Foi um dos piores momentos da minha vida, o meu
estopim para decidir que a América não era o meu lugar.
A irmã caçula da minha mãe era agenciadora de modelos,
então pedi que me transformasse em uma, já que sempre dizia que
eu tinha altura e corpo para estar nas passarelas. Não pensei em
mais nada, só na oportunidade de correr de Nova Iorque o mais
rápido possível. A sensação que eu tinha era que nunca iria superar
aquela dor e a vergonha de ter sido alvo de tantas risadas.
Meus pais ficaram um pouco chateados mas não me
impediram, contanto que eu conciliasse com os estudos. Me formei
em Jornalismo a duras penas, porque tive a sorte de me tornar a
queridinha das marcas em menos de um ano e estourar como um
dos rostos de marca de roupas íntimas. Equilibrar as viagens, as
fotos e as semanas de moda com a Universidade foi um pesadelo,
mas eu havia prometido aos meus pais que teria um diploma.
Quando me formei, decidi continuar em Londres e como
modelo. O dinheiro era muito bom, podia ajudar não só meus pais,
como minha irmã mais velha na criação dos meus sobrinhos. Desde
que o marido dela morreu, estava tentando sustentar a família com
o trabalho de corretora, mas eu sabia que não era simples manter
os filhos na escola, bem alimentados e com um fundo universitário.
Aline era muito batalhadora e me orgulhava dela.Já Adriana, minha irmã do meio, era um espírito livre. Viveu
em Londres comigo por um tempo, depois foi para a Itália e por fim,
decidiu construir a vida em Rainland, abrindo um bar. O local era
bem badalado e depois de dar muita dor de cabeça aos nossos
pais, ela parecia ter sossegado. Na verdade, eles estavam aliviados
que as três filhas estavam bem na vida.
Minhas irmãs eram as minhas melhores amigas. No meio que
vivia e trabalhava, era difícil encontrar amizades verdadeiras.
Quando se tinha contratos publicitários milionários em jogo, não
existia lealdade.
Pegamos um pouco de trânsito para chegar em casa. Dormi
quase todo o trajeto, ao entrarmos, senti cheiro de frango assado.
Papai preparou alguns cortes com queijo e um tempero de cebola
que eu amava. Era um dos meus pratos favoritos. Tirei o casaco que
usei para me esconder um pouco e lavei as mãos. Sem nenhuma
cerimônia e morrendo de fome, fiz o meu prato.
— Você não comeu no voo? — Papai me serviu com uma taça
de vinho branco.
— Só um pouco. Tentei dormir, mas havia uma senhora
nervosa ao lado e fiquei conversando para acalmá-la. Isso está
delicioso, papai. Esse vinho vai me ajudar a dormir.
— Não se preocupe com nada. Vá descansar. — Ele deu um
tapinha no meu ombro.
Com meu estômago cheio e um pouco induzida pelo álcool,
peguei minhas coisas com meus pais. Mamãe, afobada como
sempre, foi na frente, abrindo as portas e logo desforrando a cama.
Deixei minha mala de mão na poltrona.
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COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE
FanfictionAdptação dos personagens 50 tons CRISTHIAN não acreditava que encontraria um amor e se recusava a ter um casamento de conveniência. Em sua posição como príncipe herdeiro, era cobrado diariamente por matrimônio e filhos. Ele preferia viver só do que...