Capítulo 29

292 50 4
                                    

Anastacia


— O que está lendo? — Cristhian espiou pelo meu ombro. —
Fofocas do casamento?
— O voo é longo e eu quero saber o que estão dizendo.
— Não vazou nenhuma foto da festa, vazou?
— Não. Ninguém publicou nada, bem que disseram que os
convidados costumavam ser discretos e é verdade. Só tem notas da
imprensa de supostas coisas que aconteceram, tem uma que não
duvido. — Mostrei a ele e circulei com o dedo. — A crise de choro
de Priscila com sua mãe próximo a uma sacada. Tem uma pequena
foto granulada. Está vendo?
— Ah, pelo amor de Deus! Será que ainda acreditam nela?
Deixei claro na entrevista que nós nunca tivemos nada!
— Ela pode estar chorando pela esperança que sua mãe deu a
ela. — Dei de ombros. — Isso alimenta a mídia, gera retorno para o
sobrenome da família dela e continuará dando um burburinho.
— Não sei mais o que fazer. — Ele estava frustrado.
— Vamos deixar que isso vai passar. Nossa entrevista foi
positiva, o casamento foi lindo e só vejo coisas boas. Todos dizem o quanto parecemos apaixonados e não é mentira. — Apaguei a tela e
deixei no outro banco, soltando um bocejo. — Estou exausta. Ainda bem que casaremos só uma vez, eu não aguentaria esse ritmo com frequência.
— Espere só chegar a temporada de bailes de inverno — ele
murmurou baixinho e eu ri. Parecia que os bailes eram o pesadelo
do meu então marido.

— Você é um homem casado, agora. Não precisa mais dançar
com as moças solteiras e ser simpático com todo mundo. Só precisa
estar com sua esposa e ninguém mais.
— O casamento me parece melhor a cada minuto. — Cristhian
riu baixinho.
— Te livrei do ataque das mães esperançosas por um
casamento. Agradeça-me depois. — Deitei minha cabeça em seu
ombro e fechei os olhos, querendo dormir um pouco.
O problema de estar grávida era que não conseguia medir o
tempo de um cochilo. Podia durar quarenta minutos ou longas
horas. Fui acordada para comer e porque minha bexiga estava
cheia. Nós estávamos indo para a Polinésia Francesa ficar em uma
pequena ilha, que pertencia a um complexo de hotel de luxo,
presente dos amigos de Cristhian. O local contava com muita
privacidade, assim ninguém nos fotografaria e enviaria para a
imprensa.
Estava ansiosa para colocar um pequeno biquíni, tomar sucos
tropicais e atentar meu marido. Olhei para o conjunto de alianças no
meu dedo, pensando sobre o casamento. Foi mágico. A festa,
depois que acabamos com a formalidade, foi divertida. Dancei, comi
bastante, me diverti com pessoas que amava e certamente, os
convidados vão demorar para esquecer.
— Quero ver as fotos do casamento.
— Seu telefone quase não tem mais espaço de tanta foto…
— Essas são as não oficiais que nossas irmãs tiraram. Eu
quero as oficiais.

— Não seja ansiosa. O fotógrafo não costuma demorar muito,
ele já deve ter entregue as principais para que a conta oficial do
meu pai possa publicar — comentou e desembalou um sanduíche
para mim. — Coma um pouco. Está enjoada?
— Não. Estou bem. — Dei uma mordida. — Não sou fã de
comida de avião, acho que foi minha refeição por muito tempo e
acabei ficando meio enjoada. Essa é boa, não tem gosto de algo
industrial. Não sei explicar.
— Acha que vai sentir falta da vida agitada?
— Não sei se vou sentir falta do trabalho como modelo, mas
você não pode dizer que a vida em Rainland não é agitada, porque
é mentira. Tudo lá acontece muito rápido, são muitas regras e os
compromissos bem apertados. Em um minuto, um vídeo que está
sendo gravado para uma escola, no outro, precisa sair para atender
algum evento ou reunir com a equipe. — Eu ri de sua careta. —
Bem que disse que mal tinha tempo para namorar.
— A parte boa é que podemos tirar férias e alguns finais de
semana são bem tranquilos.
— Isso eu não tinha quando era modelo. — Roubei umas
batatas do prato dele. Leonard não ligava de dividir a comida, eu era
quem ficava meio irritada. Ele tinha a terrível mania de dizer que não
queria comer e quando eu estava comendo, pegar a maior parte
para beliscar. — Está com medo que ache a vida em Rainland um
tédio?
— É tudo muito diferente. Eu cresci nisso e sei que é foda.
— Sim, é. Entre aprender quarenta mil protocolos, decorar
duzentas regras, mergulhar em novas leis, me portar dentro das

COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE Onde histórias criam vida. Descubra agora