— Qual é a urgência? — Hannah dispara ao se aproximar da mesa onde eu e Tom estamos sentados.
— Por que acha que é uma urgência, Hannah? — Pergunto, enquanto ela se senta do outro lado da mesa, de frente para mim.
Ela dá uma olhada torta e rápida para Tom ao meu lado, e diz, venenosamente:
— Porque você não me convidaria para beber com ele se não fosse urgente.
— É sempre um prazer te ver, Hannah. — Responde Tom, ironicamente, dando a ela um sorriso falso.
— A briguinha ridícula de vocês nunca vai acabar? — Suspiro, bebendo um gole grande da minha cerveja.
Os dois me fuzilam com os olhos como se eu fosse o errado da história.
— Não é uma briguinha, Michael. — Hannah revira os olhos dramaticamente. — Seu amigo só é velho e antiquado demais.
— E sua amiga só é teimosa e orgulhosa demais. — Tom dá de ombros, virando-se para Hannah e erguendo o copo com sua cerveja no ar entre eles. — À nossa grande amizade, docinho.
— Vai se foder. — Hannah se volta para mim, ignorando completamente a risada dele. — Então, qual é o problema?
Respiro fundo mais uma vez, evitando seus olhos.
— Blake não me ligou nem mandou mensagem desde o nosso encontro. — Admito, levemente constrangido. — E acho que a culpa é minha.
Sinto os dois me olharem simultaneamente. Tom limpa a garganta bebendo um gole de sua cerveja e Hannah permanece me encarando.
— O que você fez? — Pergunta.
— Nós transamos no meu carro, no meio da rua.
Tom se engasga, o que o faz ganhar um olhar de reprovação de Hannah.
— Puta merda. — Ele diz, limpando-se com o guardanapo.
Não olho para nenhum dos dois, e peço a garçonete outra rodada de cerveja para nós. Preciso muito mesmo beber para continuar essa conversa humilhante.
— Ela estava bêbada? — Hannah pergunta, de repente.
— O que? — Olho para ela, confuso. — Não.
— Você a obrigou?
Eu e Tom nos engasgamos juntos desta vez.
— Que merda... Não, Hannah. Pelo amor de Deus, que tipo de pergunta é essa?
Ela se inclina sobre a mesa, apoiando-se sobre os cotovelos e cruzando os braços.
— Só estou tentando entender o motivo de você achar que ela não te procurou só porque transaram, já que, aparentemente, ela queria tanto quanto você.
Olho para Tom, que encolhe os ombros e me lança um olhar que diz "ela está certa, cara", e, então, volto a olhar para Hannah.
— Tá, então, por que ela não me procurou mais?
— Eu não sei, Michael. Já tentou falar com ela sobre isso? — Minha amiga dá de ombros e se inclina para trás, apoiando as costas no banco.
— Não.
— Talvez devesse. — Quem diz isso é Tom, ao meu lado. — A gente nunca sabe o que está se passando na cabeça da outra pessoa, né? Você não disse que ela ficou desconfortável com um cara naquela festa em que vocês se encontraram? — Dá de ombros, bebendo o resto da cerveja em seu copo. — Então, talvez devesse começar daí.
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O amanhã do nosso para sempre
RomanceA conexão entre Blake e Michael em um primeiro, estranho e rápido encontro é instantânea. A paixão é tão avassaladora que, mesmo anos depois, quando se reencontram, nada parece ter mudado. Um ainda permanece nos pensamentos do outro, e apesar dos pe...