Capítulo 11

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— Qual é a urgência? — Hannah dispara ao se aproximar da mesa onde eu e Tom estamos sentados.

— Por que acha que é uma urgência, Hannah? — Pergunto, enquanto ela se senta do outro lado da mesa, de frente para mim.

Ela dá uma olhada torta e rápida para Tom ao meu lado, e diz, venenosamente:

— Porque você não me convidaria para beber com ele se não fosse urgente.

— É sempre um prazer te ver, Hannah. — Responde Tom, ironicamente, dando a ela um sorriso falso.

— A briguinha ridícula de vocês nunca vai acabar? — Suspiro, bebendo um gole grande da minha cerveja.

Os dois me fuzilam com os olhos como se eu fosse o errado da história.

— Não é uma briguinha, Michael. — Hannah revira os olhos dramaticamente. — Seu amigo só é velho e antiquado demais.

— E sua amiga só é teimosa e orgulhosa demais. — Tom dá de ombros, virando-se para Hannah e erguendo o copo com sua cerveja no ar entre eles. — À nossa grande amizade, docinho.

— Vai se foder. — Hannah se volta para mim, ignorando completamente a risada dele. — Então, qual é o problema?

Respiro fundo mais uma vez, evitando seus olhos.

— Blake não me ligou nem mandou mensagem desde o nosso encontro. — Admito, levemente constrangido. — E acho que a culpa é minha.

Sinto os dois me olharem simultaneamente. Tom limpa a garganta bebendo um gole de sua cerveja e Hannah permanece me encarando.

— O que você fez? — Pergunta.

— Nós transamos no meu carro, no meio da rua.

Tom se engasga, o que o faz ganhar um olhar de reprovação de Hannah.

— Puta merda. — Ele diz, limpando-se com o guardanapo.

Não olho para nenhum dos dois, e peço a garçonete outra rodada de cerveja para nós. Preciso muito mesmo beber para continuar essa conversa humilhante.

— Ela estava bêbada? — Hannah pergunta, de repente.

— O que? — Olho para ela, confuso. — Não.

— Você a obrigou?

Eu e Tom nos engasgamos juntos desta vez.

— Que merda... Não, Hannah. Pelo amor de Deus, que tipo de pergunta é essa?

Ela se inclina sobre a mesa, apoiando-se sobre os cotovelos e cruzando os braços.

— Só estou tentando entender o motivo de você achar que ela não te procurou só porque transaram, já que, aparentemente, ela queria tanto quanto você.

Olho para Tom, que encolhe os ombros e me lança um olhar que diz "ela está certa, cara", e, então, volto a olhar para Hannah.

— Tá, então, por que ela não me procurou mais?

— Eu não sei, Michael. Já tentou falar com ela sobre isso? — Minha amiga dá de ombros e se inclina para trás, apoiando as costas no banco.

— Não.

— Talvez devesse. — Quem diz isso é Tom, ao meu lado. — A gente nunca sabe o que está se passando na cabeça da outra pessoa, né? Você não disse que ela ficou desconfortável com um cara naquela festa em que vocês se encontraram? — Dá de ombros, bebendo o resto da cerveja em seu copo. — Então, talvez devesse começar daí.

O amanhã do nosso para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora