— Pare de suar, Mike. Está quase derretendo.
— É impossível controlar suor, Blake. — Ouço-o resmungar. — É suor, sabe? Não se controla, só... Sua.
Dou uma rápida olhada para Michael no banco do passageiro ao meu lado, rindo mentalmente de seu nervosismo desnecessário. Estamos namorando há menos de um mês, mas já deu para perceber o quão ansioso ele é. Só estamos indo apresentá-lo a Layla, Gale e as crianças, depois de ser perseguida e coagida pela minha irmã desde que fiz o anúncio do nosso namoro, e ele mal dormiu direito essa noite.
Volto a olhar para frente, dando a seta para entrar à direita na próxima rua. Michael estava tão nervoso que praticamente implorou para que eu dirigisse seu carro hoje.
— Você é tão fofo quando fica nervoso, mas, Mike, está me deixando apreensiva. Não vai passar mal, vai? Tipo, um ataque de pânico ou coisa parecida?
Michael já me contou sobre seu histórico com ansiedade e ataques de pânico na infância e adolescência, logo após eu contar em detalhes sobre todo o bullying que sofri quando mais nova, na minha antiga cidade. Foi incrível me abrir assim pela primeira vez com alguém, apesar das histórias não serem felizes. Só que Michael estava lá segurando a minha mão e dizendo o quanto sentia muito por a minha eu mais jovem, e isso tornou tudo fácil.
Ouço-o afundar no banco.
— Acho que não.
— Acha que não? — Ergo as sobrancelhas, parando o carro no farol vermelho e olhando novamente para ele. — Mike...
Ele me olha, sorri e se inclina na minha direção, beijando-me.
— Você fica fofa preocupada. — Me beija de novo, dessa vez se demorando um pouco mais.
Perco o fôlego imediatamente, e qualquer apreensão vai embora.
— Só vou passar mal se ela me ameaçar com algum objeto pontiagudo. — Diz.
— É a cara dela fazer isso. — Sorrio.
— Blake. — Reclama.
Rio, beijo-o novamente e volto a dirigir quando o farol abre.
— Relaxa, Layla já te ama.
— Isso é bom, mas eu ainda tenho medo dela.
— Só deveria ter medo se planeja me magoar. — Abro um sorrisinho travesso, mesmo que não esteja olhando em sua direção.
Mas sei que Michael está olhando para mim. Ele sempre está.
— Fico muito magoado por pensar que sou capaz disso, Blake Maria. — Ele reclama teatralmente ao meu lado. — É muito mais provável que você faça isso comigo.
— Ah, é? — Ergo uma sobrancelha. — Por que?
— É, porque tem meu coração nas mãos. Todo seu. O que quer dizer que pode fazer o que quiser com ele a qualquer momento.
Michael diz isso tudo como se não fosse nada, mas agora o meu coração está batendo tão rápido que consigo ouvi-lo aos berros.
Ainda não estou acostumada com todo o carinho que ele me dá, as vezes tudo parece um sonho muito bom do qual vou acordar alguma hora. Nós sempre acordamos, coisas tão boas assim não existem... Né?
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Sou atacada antes mesmo de dar dois passos para dentro do apartamento.
— Minha nossa! — Tento me equilibrar enquanto Jamie e Nora se penduram em mim. — Ok, calma aí, pirralhos. — Rio com a minha tentativa frustrada de afastá-los. — Também estava com saudade, mas preciso que me deixem respirar!
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O amanhã do nosso para sempre
RomanceA conexão entre Blake e Michael em um primeiro, estranho e rápido encontro é instantânea. A paixão é tão avassaladora que, mesmo anos depois, quando se reencontram, nada parece ter mudado. Um ainda permanece nos pensamentos do outro, e apesar dos pe...