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Harry as vezes não entendia as atitudes do namorado, principalmente quando ele parecia esconder algo ou dizia coisas pela metade. Mesmo que não houvesse motivos pra desconfiança, Harry não podia evitar de ficar curioso.

Malfoy mudou de assunto até que eles não tinham mais o que falar, ou melhor, eles preferiram não dizer nada; estar na companhia um do outro parecia ser o suficiente.

— Acho que deveríamos dar um presente àquela cartomante.. – Draco disse depois de um longo tempo, acariciando os cabelos do namorado que estava deitado em seu colo.

Enquanto o inverno não chegava, todos estavam se alguma forma, aproveitando o clima maravilhoso de outono. Harry e Draco decidiram viajar um pouco, Draco não tinha tocado mais no assunto filhos e Harry agradecia imensamente. Ele sempre ficava sem graça quando o loiro fazia aqueles comentários, e claro que se seus pais soubessem daquele assunto, eles surtariam e dessa vez, Sirius não deixaria Draco viver para concluir seu desejo.

O tempo estava passando rápido demais e a cada dia que passava, Harry agradecia por seus padrinhos terem se mudado pro mesmo bairro e adotado o pequeno Teddy. 

Harry o amava como se também fosse pai dele.

O que não deixava de ser um pouco verdade já que o ruivo agora, acabava passando mais tempo com Harry e os Potter, do que na própria casa.

— Ela sumiu do mapa. – Harry comentou rindo — A missão dela foi concluída, então ela pegou o guarda-chuvas e voou pelo céu. – Draco gargalhou.

— Tem assistido muito Mary Poppins, amor. – eles riram — Acho melhor o Teddy escolher outro filme pra vocês verem.

— Ah, o filme é legal. Não fale como se já não tivesse visto mil vezes também... – o loiro desdenhou 

— Em minha defesa, só faço porque não quero te deixar sozinho pra olhar o Teddy o tempo todo. – Harry riu negando com a cabeça.

—Sua desculpa esfarrapada não cola, Draco – o loiro riu  — E por falar em "tempo", mamãe estava dizendo que está na hora de procurar uma escolinha pra ele.

— Será que é uma boa? Ele ainda é tão pequeno, Hazz, e nós temos nos saído bem ensinando ele em casa. – Harry revirou os olhos e riu — Que foi?

— Você tá fazendo de novo, Draco. Eu sei que você tem medo do que o Teddy vai ouvir, e eu também tenho, mas isso é uma coisa que não poderemos evitar, cedo ou tarde ele vai ter que ir pra uma escola.

— Mas agora ele não precisa. – disse incisivo e fez um bico.

— Você tá pior que o Sirius, não sei porque vocês dois ainda não se dão bem. – o loiro deu de ombros. — Além do mais, foi o próprio Sirius que foi falar com Mamãe e papai e pediram a opinião deles.

— E eles aceitaram a ideia dos dois?! – ele sobressaltou e Harry riu negando.

— Eles são os pais, Draco. Não podemos fazer nada, e o Teddy também não vai pra escolinha amanhã, meus pais ainda vão com Sirius e Remus procurar um lugar legal, talvez nossa antiga escola, precisam observar muita coisa e muitos lugares antes de finalmente decidirem onde vão deixar o Teddy ficar.

O loiro desdenhou e ainda sorrindo, Harry curvou-se e beijou seu rosto ainda vendo ele relutante.

— Vai ficar tudo bem, amor... Não se preocupe.

A casa de campo que tinham alugado, deveria ser para apenas uma semana, porém, o casal já havia passado do vigésimo dia e pareciam totalmente despreocupados em saírem dali. "Temos dinheiro, vamos continuar pagando as diárias", era sempre a mesma resposta dada a Harry que apenas bufava, contrariado.

Embora não fosse mentira, era irritante o fato de Draco se exibir daquilo sempre que tinha oportunidade.

— Se um dia você se cansar de mim, pode por favor se lembrar o motivo pelo qual estamos juntos?! – Draco comentou vagamente e deixando de encarar o jardim onde estavam sentados, Harry o fitou.

— Do que está falando? – O loiro deu de ombros. — Draco, por que você sempre fala essas coisas "do nada"?

— Eu não fiz por mal, Hazz. – Ele suspirou — É só que as vezes eu penso que você pode se cansar de mim, das minhas chatices, o meu mau-humor, meu jeito exibido.. Qualquer coisa, Harry. Eu briguei com você a vida toda, te tratei mal e...– Malfoy foi interrompido e riu quando mesmo desajeitado, Harry conseguiu juntar seus lábios num beijo intenso e cheio de segundas intenções.

Harry sempre fazia aquilo pra mudar de assunto ou encerrar uma briga.

Malfoy nunca reclamava.

Pelo contrário.

Ele trocou a posição em que estava e ficou por cima, envolvendo as costas e cintura do namorado, arranhando e beliscando alguns lugares específicos tirando suspiros e gemidos do outro.

— Tentando evitar a resposta dos meus comentários ou está querendo fazer algo ao ar livre, Malfoy..?! – Harry sorriu e apenas pousou a mão no cós da bermuda de Draco, com a pergunta do loiro.  — Essa é a minha versão de você, favorita. – Draco disse sorrindo — O Harry todo atrevidinho. – Ele mordiscou o queixo do moreno — O Harry que me provoca apenas com um olhar inocente. – Draco desceu a mão por seu tronco — O que me faz querer ficar trancado em um quarto por vinte e quatro horas.. – Harry ofegou quando a mão do loiro foi pra dentro de sua bermuda e apertou levemente — O Harry que me faz ficar de quatro em dois segundos.. – o moreno riu mordendo seu lábio inferior.

— Pelo menos eu sei que sou o único que tem acesso "lá". – Harry rebateu e ambos riram sonora e deliciosamente.

A melhor parte daquela relação era a cumplicidade e liberdade que eles tinham de conversar coisas bobas e pervertidas ao em qualquer momento, sem que aquilo estragasse o momento ou soasse ridículo. Quando estavam sozinhos eles eram apenas eles; com palavrões e piadinhas de duplo sentido, mãos bobas e momentos fofos com declarações melosas que seus amigos sempre classificavam como "nojentas e desnecessárias para falar perto de pessoas solteiras". Mas eles não ligavam, estavam num nível de intimidade que jamais saberiam explicar ou até mesmo conseguir com alguém.

— E sabes que terá acesso lá, sempre que quiser. – O loiro rebateu rindo outra vez e Harry assentiu, acariciando seu rosto delicadamente, sem desviar a atenção dos olhos do namorado que brilhavam intensamente.

— Gosto mais de pertencer a você. – o moreno sussurrou e Draco sentiu um arrepio subir sua nuca. — O modo que você me olha quando estamos juntos e tão... perto do fim, é maravilhoso. – Draco continuou em silêncio — Sempre parece a primeira vez, é sempre tudo novo e intenso demais... – Harry disse sorrindo mais uma vez, mantendo o polegar acariciando a bochecha dele. — É sempre tão único, tão você...

— ...Tão nós. – Malfoy disse por fim. — Estar com você é isso Harry; tudo novo todos os dias, tudo maravilhoso mesmo quando estamos com problemas e de mau-humor, é tudo assim, porque somos nós, Hazza. Nosso amor começou do imperfeito, das loucuras e confusão, somos tão opostos e tão iguais ao mesmo tempo. – Harry sorriu — Estar com você não tem explicação e Eu só.. – Malfoy fez outra pausa e mordendo seu próprio lábio, respirou fundo tentando continuar a falar, Harry permaneceu quieto o observando e sorriu quando ele bufou consigo mesmo, irritado por algo.

— Tá tudo bem, Draco.. – comentou por fim — Eu sei. – sorriu de forma meiga e o loiro ergueu uma sobrancelha.

— Sabe? Sabe, como? – ele desdenhou.

— Não importa... Agora se eu bem me lembro, estávamos a ponto de transar aqui no jardim.. – Harry disse diminuindo o tom de voz e aproximando o rosto do namorado antes de ambos riram. — O que estamos esperando?

Draco sorriu negando.

— Você não existe Harry Potter.

Harry se inclinou e mudou as posições pra ficar por cima do Draco que apenas deu liberdade para que o namorado ficasse a vontade para fazer e dizer o que quiser.

Mᥲrrᥡ Y᥆ᥙ ~Drᥲrrᥡ~Onde histórias criam vida. Descubra agora