Mᥲrrᥡ Y᥆ᥙ ~Drᥲrrᥡ~

010

Draco pov

Eu não conseguiria encará-lo dentro de casa, eu não podia abrir a porta e descer pra qualquer cômodo tendo que olhar pra sua cara e lembrar da merda que eu fiz.

Então fui eu.

Eu tinha feito aquela porra.

É por minha causa que estamos com esses malditos anéis, mas como?! Como chegamos até isso?!

Blaise.

Ouvi o som da chamada soar pela terceira vez e então bufei irritado pela demora dele em atender a chamada. E surpreso eu fiquei por "ver" que não era quem eu esperava.

— Oi Draco.

— Nott? – franzi o cenho olhando o relógio em cima da cabeceira. — O que tá fazendo aí? Cadê o Blaise?

— Foi pegar a pizza que chegou.. – ouvi alguns murmúrios ao fundo e logo a voz de meu melhor amigo soou.

— E aí, cara! O que tá pegando?

— Precisamos conversar... O que o Nott tá fazendo aí essa hora?

— Ainda são seis da tarde, Draco, e nós vamos jogar hoje, fazemos isso às sextas, esqueceu?

Bufei, mas não respondi.

— O que houve? E por que está sussurrando? - Eu cheguei até a porta do quarto, tentando ouvir algum barulho do lado de fora. Nada. Voltei para a janela e sentei-me no parapeito, olhando o mar ao longe ir e vir tranquilamente, exalando o cheiro maravilhoso que a maresia trazia. Eu amava a praia e a calmaria que ela me dava.

Meu peito acelerou demais, junto com a falta de ar e por um momento eu achei que desmaiaria.

O que diabos estava acontecendo comigo?

—Draco? – Blaise voltou a me chamar, me tirando do transe. — Draco?  Tá acontecendo alguma coisa? Onde está o Harry?

— Aqui. – Retruquei de modo quase automático e novamente ouvi murmúrios no fundo da ligação e o que parecia ser uma porta sendo fechada.

— Pronto, agora pode falar, pedi pro Nott esperar lá embaixo. – Blaise disse paciente e ainda meio aéreo, eu ri da situação. — Você não matou o Harry, matou?

— Não, mas vontade não me falta.

Foi a vez de Blaise, rir.

— Anda logo, fala o que tá pegando por aí... Vocês continuam brigando?

— Talvez... Mas, Blaise? Como assim, nós "casamos"?

— Ora, Draco, essa era a pergunta que vocês dois deveriam nos responder. – comentou rindo e respirou fundo antes de continuar a falar. Era quase impossível esconder de Blaise quando eu estava preocupado ou talvez incomodado com alguma coisa, independente de qual fosse o motivo. E nesse momento, eu estava ciente de que ele já tinha percebido que a situação ia muito além de uma simples raiva por estar preso na casa dos Parkinson, com Harry Potter. — A cartomante parece que não tá na cidade, e você sabe, tem todo aquele lance que o barman falou que pra mim, não faz sentido, mas é a única coisa de concreta que temos até agora.

— Como podemos ter feito algo que vocês nem sequer viram?!

— Era um pub, Draco. Lugar cheio de gente, todo mundo bebendo e dançando, a gente sempre faz besteira quando sai pra se divertir, mesmo que você quase nunca nos acompanhe.

— E justamente no dia que eu resolvo ir, acontece isso... Parece suspeito, não?!

— Isso aí é com você e seu irmão, cara... não me envolva. – ele riu. — Mas sinceramente?! Não acho que o Thomas iria tão baixo.