Eu faço o meu próprio paraíso

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Gillian:

1 mês depois:

Um mês de casados, um mês de felicidade que estamos construindo juntos, em cumplicidade, hoje vejo Mikhael mais leve, rindo de coisas bobas como por exemplo, ver o Billy correr atrás do Zeus, lógico que é uma fase de adaptação, onde um tem que ceder uma coisa aqui e outra ali, mas no resumo, o amor que sentimos um pelo outro nos faz ultrapassar todas as nossas diferença de forma singela.

Gosto de quando no final da tarde ficamos abraçados na varanda aleatoriamente em uma conversa animada, gosto de quando ele me acorda de madrugada para nos amarmos, gosto de sua risada, da sua boca de encontro a minha, gosto da confirmação de que ele é meu e eu sou dele. Gosto de ficar debaixo das cobertas com ele em dias chuvosos, de tomar banho de cachoeira em dias de calor, gosto tudo nele.

O casamento é apenas um passo, agora o que temos que aprender é caminhar no mesmo passo, no mesmo ritmo, tendo um mesmo objetivo.
Em um casamento, não existe mais um eu ou você, existe um nós, e nós dois temos que trabalhar para um casamento feliz, um casamento frutífero, próspero, e nesse processo muitas vezes temos que abdicar de projetos pessoais para construir um projeto em conjunto.

Eu nunca pensei em vir morar na fazenda, embora sempre gostei desse lugar para passar um final de semana, umas férias, mas morar nunca foi meu principal foco, deixar a cidade, me afastar do convívio dos meus pais para vir morar na fazenda, não, nunca pensei, mas tive que ceder a vontade de Mikhael de se afastar de onde poderia se machucar, caso viesse a se encontrar com o pai e esse o rejeitasse, foi uma escolha que eu faria novamente para um bem maior.

Assim como ele, eu gosto de surpreendê-lo, por essa razão pedi que arrumassem uma cesta com algumas guloseimas e aproximei dele a sussurrar em seu ouvido:

_ Te amo.

Ele que estava distraído a olhar para Billy que não parava de latir para Zeus virou-se a sorrir e respondeu:

_ Também te amo.

_ Será que o meu marido aceita ir a um piquenique comigo?

_ Um piquenique? _ Esse é um convite irrecusável.

_ É um bom momento de comemorarmos o nosso primeiro mês juntos.

_ Primeiro mês?

_ De casados.

_ Ah sim, de casados sim, só temos um mês, mas tenho a impressão de que somos destinados ao outro antes mesmo de nascermos tamanho é o amor que sinto.

_ Vai ver já vivemos um amor em outra vida.

_ Não sei se acredito nisso de outras vidas Gillian, mas se existir eu não tenho a menor dúvida de que somos um caso desses.

_ Na verdade eu não me importo com outras vidas, desde que nessa estejamos juntos.

_ Juntos e felizes.

_ Com toda a certeza.

De mãos dadas caminhávamos rumo ao riacho e de vez enquanto eu roubava um beijo de seus lábios, ou corríamos um atrás do outro em uma brincadeira, isso até chegarmos ao riacho, Mikhael foi logo para a água enquanto eu estendi a toalha sobre o chão arrumando as coisas, mas apressado logo fui ao seu encontro.

Como só estávamos nós dois ali, não me inibi em retirar toda a minha roupa, assim como Mik já havia feito com a dele, e mergulhei ao seu encontro juntando nossos corpos em busca de seu lábio em um beijo o beijo breve, porém provocante, roubou-me a habilidade de raciocinar, Mik tinha esse poder sobre mim, tudo o que eu conseguia enxergar ao seu lado era aquela boca deliciosa que eu estava a beijar.

Em seguida Mikhael deitou-se de costa e se pôs a boiar, deixando o sol quente acariciar sua pele, e eu o segurei a deslizar a mão sobre o seu quadril:

_ Você tem noção do quanto me excita Mik?

_ Só espero que essa excitação dure até quando ficarmos velhinhos.

_ Vou pensar no seu caso.

Nós dois rimos e ele me abraçou.

Ficamos ali na água um pouco e depois saímos, eu o enrolei na toalha e passei a enxugá-lo, mas ele propositadamente retirou a toalha da minha mão a deixando cair ao chão dizendo:

_ Eu preciso de você Gillian, aqui sobre esse sol, preciso que me ame aqui, agora.

_ Não tenha dúvidas de que o desejo é mutuo Mik. Eu sinto a mesma necessidade.

E ali deitados sobre a toalha que arrumei antes de mergulhar, nos amamos avassaladoramente, até nossos corpos ficarem exausto, depois degustamos das guloseimas que havia levado, ficamos por ali até o findar da tarde e só depois relutante nos vestimos e voltamos para casa, onde tomamos um banho juntos. Voltamos a fazer amor.

Após o banho exausto Mik deitou-se e eu passei a massageá-lo até que ele adormeceu, aproveitei para estudar um pouco, fazer faculdade online era diferente de fazer presencial, pois exigia mais atenção, mas dedicação, mas nem por isso eu me desmotivava.

Quando Mik despertou, me encontrou na cozinha inventando uma receita nova que vi no livro, ele juntou seu corpo ao meu encostando a cabeça em meu ombro:

_ Fui atraído por esse cheiro delicioso, o que é que está inventando?

_ Tomate recheado com frango desfiado, queijo e orégano.

_ Se o gosto estiver como o cheiro já pode abrir o nosso próprio restaurante.

Rindo, balancei a cabeça:

_ Eu prefiro ser o seu chefe de cozinha particular.

_ Isso é bom demais.

Com um sorriso desenhado nos lábios, ele diminuiu a distância entre nossas bocas e capturou minha boca com a sua em um beijo lento, terminando com um puxar com os dentes o lábio inferior:

_ Eu gosto de te ver assim Mik.

_ Assim como?

_ Você está mais leve, mais solto.

_ E você tem razão, eu me sinto mais livre com você, sem amarras. Tudo era errado, tudo era pesado. Agora não, eu me sinto livre, você me faz sentir assim Gillian.

_ Eu sei que ainda tem uma coisa que precisa ser resolvido para que você se sinta plenamente livre Mik.

_ Está falando do meu pai?

Concordei com a cabeça:

_ Não vou mentir para você Gillian, quero sim a aprovação do meu pai, mas aprendi que o amor é uma troca, o amor é uma via de mão dupla, não é unilateral, eu amo o meu pai, e sempre irei estar de braços abertos para ele, mas ele tem que querer ser abraçado. Eu até entendo ele como reverendo não aceitar o fato de que te amo, mas como pai não ele virar as costas para mim...

Ele parou de falar por um minuto e depois voltou a falar:

_ Eu vejo os seus pais, eles não tem o seu sangue, mas te amam de forma incondicional, eles podem até não concordar com uma decisão que você tome, mas nunca lhe viraria as costa, o Jean e o Beto te apóia, mesmo que não gostem da sua decisão, eu vi quando você foi os avisar que viria morar na fazenda, ficou nítido de que eles não queria ficar longe de você, mas mesmo assim te apoiou por saber que era o que você queria.

_ Meus pais são mesmo maravilhosos.

Selei seu lábio com um beijo:

_ Um dia seu pai entenderá, tenho certeza disso, só dá tempo ao tempo.

_ Obrigado Gillian.

_ Me agradecendo por quê?

_ Por não ter desistido de mim.

_ Nunca, nunca desistiria de você.

_ Hoje eu entendo que te amar não é errado se me faz, nos faz feliz.

Voltamos a nos beijar:


Dez anos depois: