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-Deve estar fazendo alguma coisa errada -Finn segura a cintura de Donna.

-Merda, provavelmente -Donna ri.

-Não é a Emma que tá alí, dando um soco na cara do capitão do time de futebol? -Gwen aponta para a quadra e todos nós olhamos.

O capitão do time de futebol, Lucas, caído no chão com seu nariz sangrando, enquanto Andrew segurava Emma, que ainda tentava bater ainda mais no menino.

Não pudemos segurar a risada.

-Acho que a gente tem que ir lá saber o que aconteceu -Robin fala, tentando parar de rir.

-Vem -Eu seguro a mão de Robin e corremos até a quadra -Quero detalhes.

-Gente, me ajudem a segurar a Emma -Andrew implora, antes de sua namorada morder seu braço -Ai, porra.

-Que selvagem -Gwen olha horrorizada para a situação -O quê o Lucas fez?

-ESSA DOIDA TENTOU ME MATAR -Lucas se levanta do chão e sai correndo feito doido.

-Chega né, Emma -Eu a repreendo -O menino já foi embora, não precisa mais agir como louca.

-Ele pisou no meu pé -Emma, de repente, para de se debater -E ainda teve a coragem de jogar meus materiais no chão. De propósito.

-Ah, agora que EU mato ele -Andrew coloca Emma no chão e vai atrás de Lucas.

-Você só pode estar pirando -Robin entra em sua frente e o empurra para trás -Sabe que Emma quer ir pra esse acampamento, né? Se você bater nesse garoto, sua inscrição vai ser retirada. Então sugiro que você não faça isso.

-Acho que você tem razão, ô da bandana -Andrew suspira -Vocês já colocaram seus nomes na lista?

-Sim, a muito custo -Finn fala, olhando para a multidão que só aumentava.

-Eu nem tô usando bandana -Robin resmunga, com os braços cruzados.

-Ficou magoado, foi? -Eu zombo dele -Liga não, você fica lindo de qualquer jeito.

-Você sabe que eu só não tô usando bandana porque tá muito quente, né? -Robin segura minha cintura, apoiando seu queixo no meu ombro.

-Sei, meu gatinho -Eu me viro e o beijo.

-Por eso te amo, hermosa -Ele beija minha testa.

[...]

Já estava na hora da saída, então Robin iria me acompanhar até em casa, já que Emma e nossos amigos queriam ir no cinema, mas eu não estava no clima.

-Eu tirei 4 em matemática, não é justo -Robin reclama, enquanto andamos.

-É sim, eu falei pra você estudar mais -Eu chuto uma pedrinha -E todas as vezes que você ia na minha casa tentar estudar, só queria ficar me beijando ou fazer outra coisa, tipo assistir a filmes ou observar o céu. Te disse que você iria bombar na prova se não estudasse

-Não precisa jogar na cara, cariño -Robin abaixa sua cabeça -Pensei que eu ia me sair bem.

-Já que você está me acompanhando até em casa, não quer ficar e estudar um pouco? -Eu proponho, segurando sua mão.

-De quê adiantaria? Já tirei a nota baixa -Ele faz cara de coitado.

-É só falar pro professor que você estava numa crise familiar. O Sr. Johnson gosta de você -Eu olho para a rua.

-Você está muito perversa, Srta. Yamada -Robin sorri, malicioso, para mim -Gostei da ideia.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, vi uma van branca na rua e me desesperei.

Puxei Robin até um beco estreito e tapei sua boca.

Meu coração estava quase saindo pela boca, até a van passar direto.

Robin, sem entender nada, colocou apenas sua cabeça para fora do beco e olhou a rua, se voltando para mim.

-Mi amor, de novo? -Robin segura minha mão, me reconfortando.

Desde que descobri que os meninos foram sequestrados por aquela van, eu tenho tido paranóias, como eu poderia ter evitado.

Fazem três anos, mas ainda tenho medo de andar sozinha na rua, e quando vejo qualquer van, eu me desespero.

-Melhor prevenir do que remediar -Eu olho a van se afastar.

-Já pensou em marcar uma consulta com o Sr. Barnes? Ele parece legal -Robin me puxa para fora do beco e voltamos a andar.

-Se passaram três anos, gatinho. Daqui a pouco isso passa -Eu forço um sorriso, olhando desconfiada para todos os lados.

-Exatamente, gatita. Se passaram três anos e você ainda tem medo de vans. E de andar sozinha, e também de Pitbulls. Ah, e também de velhinhos que precisam de ajuda com as compras -Robin segura meus ombros, me fazendo olhar pra ele -Já tá na hora de superar isso.

-Chega, Arellano -Eu me afasto dele -Já entendi. Seguir em frente, eu tô conseguindo fazer isso. Não precisa se preocupar tanto assim.

-Preciso, sim. Yo te amo, tú eres mi vida (eu te amo. Você é a minha vida) -Robin chega mais perto de mim, novamente, segurando meu queixo com delicadeza -Eu entendo que todo esse acontecimento te machucou, afinal, eu estava lá. E o resultado disso vai me acompanhar eternamente -Ele aponta para sua cicatriz no pescoço -Eu acho que não adiantou nada você superar a dor de perder Bruce, se não superou o que "o sequestrador" fez com a gente.

Só de ouvir o nome de Bruce e lembrar do sequestrador, fez meu corpo se arrepiar por inteiro.

-Tá -Eu suspiro, entediada -Eu vou nesse maldito psicólogo. Feliz?

-Muito -Robin me abraça -Você vai ver como isso vai te fazer melhor, até como líder de torcida -Ele imita pompons se mexendo.

-Eu te amo tanto -Eu falo, rindo da dancinha dele.

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𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐄𝐋𝐄 𝟐  || 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫ã𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora