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Mas ele está num lugar melhor agora.

- Cariño? Você está bem? - Robin me segura pelos meus ombros, me fazendo ficar frente a frente com ele - Isso não está te perguntando mais? Tá sentindo falta de ar?

- Credo, Arellano. Parece minha mãe - Eu o olho como se ele fosse um louco - Falando nisso, acho que amanhã vou ligar pra ela. Vou ver se arrumo um telefone por aqui e perguntar para minha mãe como ela resolveu o negócio com meu pai.

- Mas você tá bem? - Robin bota suas mãos em meu rosto, vendo minha temperatura.

- Eu tô... Indo - Eu sorrio fracamente - Não tem sido fácil ficar sem meu irmão, ainda mais o Bruce né, ele sempre esteve comigo, e do nada, ele se foi... Pra sempre. Mas eu tô conseguindo, o Sr. Barnes disse que eu estou conseguindo lidar com o luto, ele falou que é um passo de cada vez e eu tô conseguindo.

- Você disse muito "conseguindo" em uma frase só - Ele me olha preocupado - A gente pode desmarcar a noite de jogos.

- Eu nem sabia que a gente tinha uma noite de jogos - Eu tusso para ver se o nó que estava se formando na minha garganta desaparece - A gente nunca tinha feito isso.

- Quando Finn e eu estávamos no intervalo de nossos treinos, fomos andar pelo acampamento e achamos um lugar meio afastado, com vários fliperamas, diversos puffs, uma televisão e um videogame com muitos jogos - Robin explica.

- Espera, vocês podem sair no intervalo do treino? - Eu pergunto confusa para meu namorado.

- Sim, você não?

- Não! Eu tenho que ficar na quadra e comer junto com aquelas meninas falsas - Eu exclamo - Que palhaçada do cacete.

Robin ri alto com a minha indignação.

- Vem, vamos logo - Ele me beija, depois pega minha mão e continuamos andando.

Isso não tirou minha indignação.

[...]

- Perdeu trouxa - Eu mostro minha língua para Donna.

- Também, você ficou me empurrando - Ela dá um peteleco na minha cabeça - Vamos jogar de novo.

- Não, não. Agora somos eu e o Finn que jogamos - Robin tenta pegar o controle de minha mão, mas eu desvio.

- Só mais uma, vai - Eu faço cara de dó para ele - Por favor.

- Deixa eu pensar - Robin chega mais perto de mim, depositando um beijinho na minha testa - Não.

- Ah, então vai a merda - Eu empurro ele, que ainda tentava pegar o controle de mim - Donna, pega os controles e corre.

- Eu tô com um probleminha aqui, já vou - Donna fala rindo, e assim que eu olho para ela, Finn está encima dela fazendo cosquinhas para ela largar o controle.

- Vocês não tem saída, gatita - Robin sorri vitorioso, antes de eu pegar um salgadinho que estava alí para nós comermos e jogar em sua boca, fazendo ele se engasgar - Ah, então é assim?

- Olha que eu te mordo, viu - Eu me arrumo no puff.

Robin sorri, sem tirar seus olhos de mim, e se senta do meu lado.

- Aqui não cabe nós dois - Eu rio, me equilibrando para não cair.

- Pois é, um de nós dois vai ter que sair - Ele permanece imóvel, enquanto eu tento empurrar ele para fora do puff.

- EU TÔ PASSANDO MAL - Donna grita, vermelha como um tomate, enquanto Finn finalmente pega o controle e se senta ao lado dela, fazendo um cafuné em sua cabeça.

- Olha que eu vou te fazer cosquinha pra você me dar esse bendito controle - Robin ameaça, vindo para mais perto de mim.

- Você nem ouse - Eu rio de nervoso, tentando me afastar dele, que continuava aproximando seu rosto de mim.

Até que Robin fez uma coisa inesperada: assim que ele estava perto de mim, segurou meu pescoço com sua mão que estava livre e me aproximou para um beijo.

- A gente pode jogar contra Donna e Finn - Robin diz ainda com seu rosto próximo ao meu, assim que nos separamos.

Eu nem consegui dizer nada, minhas pernas começaram a tremer e logo as borboletas apareceram no meu estômago.

Apenas assenti com a cabeça, e Robin foi mais para o lado no puff, pegando minha perna e colocando sobre a sua, para ficarmos confortáveis.

- Acabaram? - Finn nos pergunta, ainda abraçado com Donna.

- Se prepara para perder, maninho - Robin sorri, colocando seu braço por cima de meu ombro - Os dois melhores jogadores estão aqui.

- Tá falando do meu time né? - Finney sorri de volta.

- Vamos ver quem é o melhor - Donna diz, ligando o jogo.

[...]

- Perderam, otários - Donna ri.

- Onde estão os melhores jogadores mesmo? - Finn comemora.

- Foi roubado - Eu digo, olhando para o controle.

- Vocês trapacearam - Robin olha para o casal.

- Se for bom nesse jogo significa trapacear, então sim, trapaceamos - Donna retruca.

- Boa! - Finn sorri, antes dos dois baterem as mãos em um gesto.

- Tá, mudando de assunto, cadê a Emma e o Andrew? - Eu pergunto, tentando me levantar, mas Robin segura minha perna que ainda estava sobre a dele.

- Você fica aqui - Ele diz, tirando minha perna sobre a dele - Eles estão lá fora conversa, eu vou ir lá chamar eles.

- Ok, isso foi bem estranho - Donna diz, assim que Robin saí da sala de jogos, e Finn concorda com a cabeça.

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𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐄𝐋𝐄 𝟐  || 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫ã𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora