5.

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Acho que está na hora de eu, finalmente, marcar uma consulta com o Sr. Barnes.

-Mi amor, você tá chorando? -Robin aparece do meu lado.

-Não -Eu sorrio, esfregando meus olhos -Tá matando aula, Arellano?

Robin arregala seus olhos e começa a tossir para disfarçar o flagra.

-Eu? -Ele aponta para si mesmo -Só vim beber uma água e vi você chorando.

-Mas a sua garrafinha d'água não estava cheia? -Eu pergunto, sorrindo com a sua reação.

-Vamos pra sala que ganhamos mais -Robin passa seu braço por cima de meu ombro e voltamos para a aula.

[...]

-Boa tarde, família linda -Emma chega em casa e se joga ao meu lado no sofá -Não foi treinar hoje?

-Só eu estou em casa -Eu falo, mudando de canal de TV -Treinar?

-É, sabe? Com os pompons -Ela gesticula suas mãos -Vai me dizer que você esqueceu do seu treino?

Me esqueci completamente do treino.

Nem adiantaria eu me levantar, já havia acabado a alguns minutos.

Então joguei a cabeça para trás, pegando uma pipoca e jogando na minha boca.

-É, esqueci -Eu falo, com desânimo -Quer pipoca?

-Claro -Emma sorri e pega o balde de pipoca do meu colo -Tá esperando alguém?

-O Robin -Eu suspiro e deito minha cabeça em seu ombro -O exame de direção dele já deve ter acabado, daqui a pouco ele vai passar aqui.

-E você acha que ele passou? -Emma pega o controle do meu lado e muda de canal -Que filme chato.

Nem me incomodei, estou nervosa demais para pensar em qualquer outra coisa que não seja Robin ou minha consulta com o psicólogo.

-Com base na minha fé de namorada, eu espero que sim -Eu pego algumas pipocas e como -Mas minhas conclusões dizem o contrário.

-Você acha que ele é muito desastrado com carros? -Emma pergunta, se engasgando com a pipoca, e em seguida, rindo.

-Não! -Eu falo, elevando minha voz, mas abaixo ela, assim que Emma joga uma pipoca no meu olho -Robin estava nervoso com esse exame. E ele sempre fica meio desastrado quando algumas emoções fortes acontecem.

-Foi o que eu disse, pompom -Emma ri -Mesmo se ele não passar, vai ter o resto do ano pra conseguir essa carteira de motorista.

-Falando nisso, eu sempre quis saber como Vance tinha aquele carro, já que ele tinha 14 anos -Eu mudo de assunto, olhando para Emma, vendo se isso não a incomodaria de alguma forma.

-Bom, nessa cidade não tem um policiamento muito competente. Nosso pai tinha dado esse carro a ele ilegalmente -Emma ri -Não foi difícil esconder da polícia, Vance tinha cara de mais velho.

-Uau, sempre vivendo cara a cara com o perigo, hein -Eu falo, antes de ouvir a campainha -Eu atendo.

-Acho que deve ser seu namorado -Emma coloca seus pés no sofá -Cuidado para não rir quando ele falar que não conseguiu passar.

-Para, vai -Eu suspiro, abrindo a porta -Oi, meu amor. Como foi?

-Péssimo -Robin entra e me abraça -Eu não passei.

-Se a gente tivesse apostado, você iria falir na minha mão, S/N -Emma grita da sala, rindo.

-Cala a boca, Emma -Eu grito, entre dentes -Por quê você não passou, gatinho?

-Vem -Ele pega minha mão e me puxa até a cozinha -Não ri.

-Por quê? -Eu pergunto, já rindo -Você atropelou o instrutor?

Robin apenas me olhou.

-Você atropelou o instrutor, mesmo? -Eu pergunto, com o meu sorriso sumindo.

-Quizás (Talvez) -Robin fala de cabeça baixa -Estava tudo indo bem, eu estava quase passando naquele maldito teste -Ele fala, se sentando em uma cadeira que havia na cozinha e gesticulando muito com as mãos -O instrutor já ia me passar, mas batemos em alguma coisa, ele desceu do carro para ver e eu acabei acelerando.

Eu permaneci em pé, com os olhos arregalados de choque.

Em seguida, comecei a rir.

-Não fica assim -Eu tento parar de rir e chego mais perto de Robin e o abraço -Você vai ter outras oportunidades.

-Eu queria tanto aquele carro -Robin apoia sua cabeça nas suas mãos, entediado.

-Calma, o carro não vai sair correndo -Eu faço uma massagem nos seus ombros -Ele não vai atropelar ninguém, não.

Após dizer isso, eu me engasguei de tanto rir.

Robin apenas me olhou, bravo.

~𝐃𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬~

-Ah, não. Eu não vou ser o topo, não -Eu falo, me afastando das meninas.

-Vai sim, você é a que mais tem habilidade aqui -Chloe chega mais perto de mim -Como a capitã do time de líderes de torcida, sugiro que a gente faça uma votação.

Agora eu me ferrei legal.

Não que eu não goste de ser líder de torcida, mas ser o topo da pirâmide é muito perigoso, ainda mais para esse time, que já não é muito habilidoso.

Como eu imaginava, todas as meninas votaram para eu ser o topo da maldita pirâmide.

Essas piranhas.

-Tá bom, eu vou ser o topo. Mas vou me preparar antes -Eu falo, antes de sair correndo do campo e entrando na quadra de basquete -Emma, fudeu.

Assim que Emma vira seu rosto para me olhar, a bola de basquete passa por ela.

-HOPPER, A BOLA -O treinador grita com ela.

-Ah, cala a boca, bola murcha. Eu sou o astro desse time -Emma ri e corre até mim -O quê aconteceu?

-Hoje é a minha primeira consulta com o psicólogo, e as meninas do meu time estão querendo que eu seja o topo da pirâmide das líderes de torcida -Eu reclamo -Talvez eu frature algum osso antes de ver o Sr. Barnes, e eu não tô preparada pra ficar sem andar de novo.

-É isso? Pensei que fosse alguma coisa mais importante -Emma pega meu pompom e o balança -Olha, você consegue. Olha pra tudo o que você já passou, mais um dia não vai mudar sua força de chegar até aqui.

-Por isso que eu te amo -Eu falo e a abraço.

-É impossível você não me amar -Ela dá um tapinha nas minhas costas -Agora volta lá e vai remexer esses pompons.

Assim que Emma me devolveu os pompons, eu voltei para o campo.

-Já se preparou? -Chloe pergunta, animada -Eu e as meninas já nos alongamos.

-Tô pronta -Eu sorrio e me preparo.

Não vai ser tão difícil.

Eu consigo.

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𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐄𝐋𝐄 𝟐  || 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫ã𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora