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- Ok, isso foi bem estranho - Donna diz, assim que Robin saí da sala de jogos, e Finn concorda com a cabeça.

- Eu vou lá - Eu aviso, me levantando.

- Mas o Robin não falou pra você ficar aí? - Finn pergunta.

- Se eu não obedeço nem minha mãe, na maioria das vezes, quem é o Robin? - Eu falo, sorrindo - Não é só porque o Robin é meu namorado que tem o direito de mandar em mim.

- Ãhn, em primeiro lugar, você obedece sua mãe sim, você só desobedeceu ela nos momentos em que ela não te respeitou, e no dia... - Donna faz uma pausa na última palavra, mas todos nós sabíamos em que dia eu saí pedalando na chuva, doente, atrás da Gwen - Bom, você sabe. Depois disso você nunca mais desobedeceu ela. E em segundo lugar, você tá certinha, o Robin não pode mandar em você.

- Não concordei muito bem na primeira parte, mas concordei com a segunda - Finn diz, olhando sorrindo para sua namorada.

- Obrigada, amorzinho - Donna sorri também, o beijando.

- Tá, então eu vou logo antes que fique de vela - Eu falo, mas os dois nem devem ter ouvido.

Andei silenciosamente até a porta da sala de jogos, e olhei pela fresta da porta, que estava entre aberta.

Vi Robin entre Emma e Andrew, e eles pareciam estar brigando.

Vou saber um pouco do contexto antes de me envolver.

- Mas a culpa não é minha, caralho - Andrew começou a falar alto, até Robin empurrar seu ombro.

- Respeita ela, cara - Robin avisou, com os olhos semi-cerrados para ele, como se Andrew fosse uma ameaça.

- Ah, então o quê foi que eu vi? - Emma diz furiosa para o Andrew.

Eu percebi que ela estava bastante contida, mas algo realmente a deixou brava.

- Você tá ficando louca, só pode - Andrew fala, sem o menor respeito por Emma.

- Ah - Emma ri, mas sem graça nenhuma - Agora a culpa é minha né? Primeiro eu vi você beijando aquela menina do meu time, a menina do meu time, Andrew. Você falou que a gente podia conversar sobre isso aqui na sala de jogos quando todos estivessem jogando, viemos aqui para fora e você tá dizendo que eu sou louca? Inacreditável, Andrew. Inacreditável.

Eu abri minha boca de tão impressionada eu fiquei.

Andrew realmente foi tão baixo a esse ponto?

- Mas, meu amor, eu não estou dizendo que você tá louca. Eu tô dizendo que você não está acreditando em mim - Andrew tenta se aproximar de Emma, mas ela recua e fica atrás de Robin - Aquela menina que me beijou.

- Não, eu ouvi muito bem você dizer que eu sou louca - Emma começa a chorar - Como você pôde fazer isso, Andrew? Eu confiava em você.

Não pude aguentar nem mais um segundo, abri a porta e fui em direção a eles.

- O quê tá acontecendo? - Eu mi finjo de sonsa, como se não soubesse toda a história.

- Nada que seja da sua conta - Andrew me olha bravo.

- Já chega - Robin vai até Andrew e lhe desfere um soco no rosto, e depois o puxa para dentro da floresta - A gente que vai conversar agora.

- Emma? Porquê você tá chorando? - Finn e Donna saem da sala de jogos.

- Eu já volto - Eu aviso, indo atrás dos meninos - Leva a Emma pra dentro e dá alguma coisa pra ela beber. Eu não demoro.

Como estava bem escuro, Robin não me viu seguindo eles.

Assim que Robin parou de puxar Andrew pela gola de sua camisa, ele o jogou contra uma árvore que estava do lado dos dois.

Eu me assustei e me escondi atrás de uma árvore, que estava longe deles.

- ME FALA, CARA. QUAL É O SEU PROBLEMA? - Robin ia dar um soco em Andrew, mas se segurou.

- O quê eu fiz? - Andrew diz, arrumando sua camisa.

- Ah, sério? - Robin ri debochado - Vai começar com seus joguinhos?

Andrew apenas ficou em silêncio, encarando Robin.

- Você acha que eu sou tão burro ao ponto de não saber as coisas que você já fez? - Robin se aproxima de Andrew, que continua quieto - EU TÔ FALANDO COM VOCÊ.

Mesmo não sendo comigo com quem Robin estava brigando, eu fiquei com medo e senti um frio subir pela minha espinha.

- Eu já sabia que você conhecia esse meu eu - Andrew sorri - Eu também não sou tão burro a esse ponto.

- Você deve ter algum problema muito sério - Robin o olha com desprezo - Você falou que não ia fazer nada enquanto estivesse com a Emma. Você prometeu que respeitaria ela e não ia fazer nada pra prejudicar a saúde mental dela. Porra, a garota já é cheia de trauma e você ainda debocha disso? Tá jogando fora o amor que ela tá te dando porquê, hein?

- Você sabe né, Robin - Andrew dá de ombros, ainda encostado na árvore - Eu prometi tudo isso quando você estava na mecânica do seu tio, ajudando ele a arrumar um carro. E eu me lembro muito bem que você estava com uma chave de fenda na mão, não seria inteligente discordar de você naquele momento. Eu gosto da Emma, mas gosto mais de mim. Eu gosto das coisas boas que as meninas com quem eu fico me proporcionam.

- Você é um canalha mesmo - Robin cruza seus braços, mas eu vejo uma veia aparecer em seu pescoço, pulsando - Você vai falar pra Emma tudo isso o que está me contando agora, entendeu?

- Porquê toda essa preocupação com a Emma? - Andrew o olha - Tá traindo sua namorada com a irmã postiça dela?

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𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐄𝐋𝐄 𝟐  || 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫ã𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora