18.

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Como que eu conto pra Emma que esse príncipe que ela fantasiou não existe e nunca existiu?

[...]

- Nossa, S/N. Você tá horrível - Emma me olha assustada - Tá cheia de olheiras.

- É porque eu não dormi - Eu me levanto, esfregando meus olhos.

- Porquê não?

Porque eu não sei como te contar que seu namorado é um vagabundo.

- Insônia - Eu respondo, escovando meus dentes.

- Ah - Emma também entra no banheiro e começa a pentear seu cabelo - Mas você não vai ficar cansada no treino?

- Vou, mas não tem o que fazer - Eu falo, com a voz cansada, pegando uma muda de roupa e esperando Emma sair do banheiro para eu tomar banho.

- Espera um pouco, vou tomar banho rapidinho - Emma disse, fechando a porta do banheiro - Aproveita e descansa um pouco.

Nem precisei de mais incentivos, assim que deitei na cama, meus olhos pesados de fecharam sem nenhum esforço.

- Vai levantar não? - Emma de repente aparece, fazendo eu me assustar e bater meu joelho na parede ao meu lado.

- Você não ia me deixar dormir? Descansar um pouco? - Eu me sento na cama.

- Acontece que eu já tomei banho, me arrumei e arrumei o chalé - Ela aponta para o chalé, que está realmente limpo.

- Mas eu só fechei meu olho - Eu me levanto, indo em direção ao banheiro - Espera aí, vou me arrumar rápido.

Entrei embaixo da água gelada do chuveiro, na tentativa de me fazer despertar mais rápido.

Assim que saí do banheiro, Emma não estava mais no chalé.

- Mas que puta - Eu digo para mim mesma, pegando as coisas para meu treino e caçando minha chave - Nem me esperou.

Assim que destranquei a porta, dei de cara com a última pessoa que queria encontrar.

Bárbara? Não.

Andrew.

- Perdeu alguma coisa no meu chalé? - Eu pergunto.

- Sim, minha namorada - Andrew diz em tom de brincadeira, sorrindo gentilmente.

Sinceramente, não dá.

Não consigo olhar pra ele e não pensar que ele faz coisas baixas para conseguir o que quer.

Para mim, esse sorriso que ele está me dando não passa de um teatrinho bem ensaiado.

- Ela já saiu - Eu tranco a porta, passando por ele, e batendo em seu ombro de propósito - Você não viu ela?

- Não - Andrew faz uma careta de dor, esfregando seu ombro - Por quê você fez isso?

- Foi sem querer - Eu forço um sorriso para ele e caminho pelo gramado, em direção ao chalé principal, para tomar café da manhã.

- Eu fiz alguma coisa? - Andrew vem até mim - Emma está chateada comigo por algum motivo?

- Não, Andrew - Eu me viro para ele - Tem motivos para a Emma estar chateada com você?

- Não que eu saiba - Ele sorri para mim - Mas você está brava comigo. Por quê?

- Eu não tô brava com você - Eu volto a olhar para frente.

- Tá sim. Fala comigo - Andrew olha para mim - Eu sou seu amigo.

Droga. Ele é bom nisso.

- Olha lá a sua namorada - Eu aponto para Emma, que estava sentada em uma mesa, conversando com as colegas de seu time - Vai lá falar com ela e para de encher meu saco.

Andrew me olhou com uma cara triste, e sem dizer nada, foi em direção a Emma.

Eu andei para o lado oposto, onde Robin, Finn e Donna estavam.

- Bom dia - Finn sorri para mim.

- Péssimo dia - Eu sussuro para mim mesma.

- Como assim? - Donna me pergunta, comendo uma bolacha.

- Eu não dormi direito essa noite - Eu respondo, cumprimentando a todos.

- Vamos comer? - Robin se levanta, me dando um selinho.

- Claro - Eu me animo na hora.

Robin sorri, passando seu braço por cima de meu ombro.

- Olha o tanto de comida - Ele me mostra animado, a grande mesa com diferentes pães, queijos, frutas e bolos.

- Eu quero ficar aqui pra sempre - Eu respondo na mesma intensidade, pegando um prato e colocando o máximo de comida que podia caber no prato.

- Eu vi você com o Andrew - Robin diz, de repente, tirando o sorriso do meu rosto - Você não falou com a Emma, né?

- Eu não consegui. Ela falou dele com tanta alegria, com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto nela - Eu pego uma uva e a coloco na minha boca - A Emma já passou por muita coisa, pais que batiam nela, que não a escutavam, um irmão desaparecido e depois ele foi encontrado sem vida... Quando ela encontrou o Andrew ficou tão feliz, não vai ser eu que vou estragar a felicidade dela, afinal, a Emma é minha irmã, e eu não quero mais ver ela triste.

- Entendi - Robin chega mais perto de mim, beijando minha bochecha - E o que você falou com o Andrew?

- Hm, nada - Eu desvio meu olhar do dele.

- S/N... - Robin inclina sua cabeça, me olhando com seus olhos semi-cerrados.

- Eu não falei nada demais, é verdade - Eu tento equilibrar um pedaço de bolo no topo do meu prato cheio de comidas, tanto doces, como salgadas - Eu só fui grossa com ele.

- Eu vi que ele saiu meio triste quando acabou de falar com você - Robin pega um pão e coloca no seu prato - Hermosa, eu falei que acho que pode ter sido ele que fez as suas colegas de acidentarem, não tenho nenhuma certeza. Não é justo você tratar o Andrew assim, pode não ter sido ele que fez aquilo, a gente não sabe. Ele pode ser inocente e você tá tratando ele como lixo.

- Eu não tratei ele como lixo - Eu ignoro tudo o que Robin falou, focando apenas nessa parte.

- Quando você quer, pode ser pior que a Emma de 1978 - Ele me olha como se fosse óbvio.

- Pior que aquela Emma eu nunca vou ser - Eu me defendo - E quem é você pra falar alguma coisa? Logo você, que vive sendo grosso com todo mundo e sempre arrumando briga.

- Não muda de assunto, o alvo aqui é você - Robin sorri.

- Pois é, eu aprendi a ser assim com você - Eu aponto para ele.

- Oi - Alguém diz atrás de mim, e eu e Robin viramos para trás, com nossos pratos cheios de comida, fazendo praticamente uma pirâmide.

- Louis? - Eu digo com desgosto.

- Espera, ele não é o menino do dia da farmácia? - Robin pergunta para mim, como se o Louis não estivesse alí.

- Que dia da farmácia? - Eu olho para ele.

Robin já conhecia aquele menino?

- O dia que eu e você fomos na farmácia comprar os remédios para a Gwen - Robin explica - Não é ele que passou te olhando?

Era o Louis?

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𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐄𝐋𝐄 𝟐  || 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫ã𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora