Tailândia - Horas antes da descoberta de Tay
De repente as coisas desandam. O carro onde P'Tom e Pol viajam simplesmente parou no meio do caminho e não há nada que faça o mesmo sair do lugar. P'Tom olhou o motor, mexeu nas peças e não encontrou respostas para a parada brusca. Pol chamou um guincho, o carro foi lavado para a oficina indicada por um dos mecânicos dos Theerapanyakul. O rapaz vai ficar em Huan Hin.
Estar de volta ao palco de sua única noite de amor com Tawan o desestabilizou. Lembrar que desde aquele dia entrou em uma maré de má sorte tudo porque não entende o que o outro sente. Ligou para o tio.
P'Khorn recebeu a ligação, já sabendo que o filhote de coala estava em Huan Hin, minutos antes o pai tinha contado sobre o infortúnio do filho.
— Que houve, meu querido? Já bebendo?
— Tio, aqui tudo lembra ele. O que eu faço, tio?
— Conversem. Peça perdão. Muito perdão, porque você magoou ele com sua lerdeza. E pare de beber. Amanhã o carro fica pronto e você tem que estar bem para voltar para casa, para sua vida.
Desistiu de falar com o tio. O homem insiste que ele deve pedir perdão e por mais que Pol achasse que ele estava certo, não entende o motivo de Tawan se negar conversar direito com ele. Tomou banho e deitou-se na mesma cama que passou a melhor noite de sua vida. O cheiro de Tawan na cama era como se ele tivesse dormido ali há poucas horas e não há mais de um mês!
Um berro saiu de sua garganta, cortando o silêncio da casa e aniquilando seu futuro:
— Você me estragou para qualquer outro homem, Tawan! Não consigo mais ter ninguém depois de ter você!
A porta abriu tão logo seus lábios se fecharam e de repente eles estavam frente a frente. Os olhos molhados de Pol encarando os olhos assustados de Tawan. As emoções passando por seus olhos, como se ambos compartilhassem a mesma alma. O jornalista soltou a mochila na cadeira da penteadeira e dirigiu-se para Pol. As mãos automaticamente tocando-o e o susto de descobrir que não era mais uma de suas miragens surgindo em sua expressão.
— É você mesmo, Pol? O que você está fazendo na minha casa?
Entretanto, não esperou resposta e não esclareceu a dúvida que leu no rosto do outro. Simplesmente o puxou para si e o beijou. Um beijo saudoso, gritando dentro da alma, repleto de todo o desejo acumulado, não dos meses de afastamento, mas dos anos que deixaram de viver todo o amor. O desabafo gritado pelo outro momentos antes era o mesmo que estava há dias plantado em seu peito.
Não é mais importante ser o amante ou o titular. O que interessa é que ele está ali na sua cama, buscando o seu cheiro, gritando por ele. E não há nobreza no sofrimento. O importante é ser feliz. No amor, é melhor chorar de arrependimento do que de saudade. É assim que se justifica, enquanto tenta abrir espaço nos lábios do outro, enquanto sente nas veias o desejo rasgando, matando-o.
Pol levou poucos segundos para se refazer do susto. Seu homem o atacou e está tão faminto quanto ele. Correspondeu o beijo, procurando o ritmo deles. Sentia-se como quem volta para casa, até a pele revigorada pelo alívio. O corpo reaprendendo a respirar sem tensões internas.
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O Fruto Proibido 2 - História de #PolTawan
FanfictionPol, amigo de Arm e dos demais Theerapanyakul, se apaixonou pelo amigo dos primos, o jovem jornalista Tawan Danawitt na adolescência, mas a mudança de um para Nova York e a insegurança de outro os impediu de viver o primeiro amor de ambos. Por caus...