14 - Pete, é você?

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Nova York, 31 de Dezembro de 2018

                                 Same chegou cedo ao escritório e sentou-se em sua mesa. O plano original é continuar se fazendo de boa moça, mas há algo no ar que não a agrada, mas ela não capta. Nos últimos dias percebeu que sua preocupação com Zara é infundada e por isso ela deixou de desconfiar da mulher. Agora, com a data da reunião administrativa se aproximando,

                               Seu foco está no pai de Pol, precisa investir mais nessa amizade, que ela teme ser abalada com a distância.

                                Veio cedo ao escritório para isso, está apenas esperando um bom horário para ligar para a Tailândia.

                              "Só posso contar com a benevolência daquele velho idiota."    Não quer ser surpreendida pelo tal Pete.

                            Misty, a mosca morta,  lhe deu algumas informações sobre o homem e ela descobriu que ele tem uma rede social fechada. A foto de perfil é as costas de alguém e não ajudou muito. Já tentou todas as combinações de nomes com Pete - Peterson, Petuti, Peter, Peretz - e nenhum desses nomes combinados com o sobrenome Theerapanyakul surgem nas pesquisas por empresários famosos. Ela deseja estar preparada e é o que pesquisa quando um homem elegantemente vestido surge na recepção.

                          Portando com elegância um sobretudo preto com botões dourados, botas pretas e um cachecol que ela imaginou custar seu salário. A aura de extremo poder tomou conta do espaço e todos os olhos se voltaram para ele. Alto e elegante o homem louro era uma afronta aos pobres mortais. Estava ao telefone e ainda assim, com muita classe, retirou o sobretudo, pendurando-o no braço. Cumprimentou a todos com uma leve reverência o que confirmou para ela que ele era alguém da Tailândia, logo, era o Pete. Para Same essa era a hora de se aproximar, mas ainda estava em choque com o homem.

                           — Que homem lindo!

                            Same nunca viu um homem tão bonito assim. Lembrou-se que a idiota da secretária tinha dito que o tal Pete era lindo "de morrer" e ela não acreditou.

                            Obviamente que não nasceu loiro, as sobrancelhas castanhas desmentiam a cabeleira ensolarada, mas o homem combinava com tudo. Inclusive com ela. Pena que era mais pobre que Pol. Aquela masculinidade toda faria dela a mulher mais feliz do mundo, se ele tivesse tanto dinheiro quanto Pol...Seria unir o útil ao agradável.

                           A secretária da recepção pareceu reconhecê-lo e eles conversavam íntimos, à meia voz. Ele, que já tinha terminado a ligação, mostrou algo no celular e ambos sorriram, cúmplices. Era ainda mais bonito sorrindo!

                          Os olhos dele fugiram da secretária que o atendia e pararam nela. A leveza, o sorriso e a simpatia que demonstrava com a insípida mulher dissolveram-se e seus olhos ficaram frios, o semblante era outro, um calafrio correu pelo corpo da suposta noiva de Pol ao perceber, postos sobre si aquele olhar sombrio. Entretanto Same se crê uma mulher que consegue o que quer e, dependendo do que ela precisasse fazer para garantir o posto de primeira dama, determinou-se a fingir demência e trazer o belo homem para seu lado.

                          A secretária de Tom surgiu.

                          — Nong Tay! Meu menino! Por que não avisou que estava vindo? Ontem mesmo fiz aqueles biscoitos que você gosta!

O Fruto Proibido 2 - História de #PolTawanOnde histórias criam vida. Descubra agora