Nova York
A descoberta
As primeiras horas deste sábado não estão boas. De alguma forma, Tay sente que há algo no ar e ele até falou sobre isso com Pete e Kirst na hora do café. Eram os três no refeitório, mas ele sentia como se todos os funcionários de todos os setores e andares estivesse no mesmo espaço, compartilhando o mesmo ar, dificultando que ele se sentisse vivo. Na verdade, a sensação não era nova. Há dias vem sentindo a opressão aumentar.
O belo filho de Zara estava tão estressado que nem conseguiu dormir direito durante a noite. Tem e Time acabaram incomodados com ele se movendo na cama. Embora eles não tenham reclamado e o tenham apoiado, como sempre fazem, ele sabe que por sua causa, eles estavam ali no prédio, em seus escritórios com tanto sono quanto ele.
Com sono e cansado, Tay saiu de seu escritório e foi lavar o rosto para despertar. Quando entrou no recinto, percebeu que Misty e Same estavam ali, entretidas entre si, sem o notar passar.
Estranhou.
É o banheiro da diretoria e a única pessoa ali que tem livre acesso é a secretária do financeiro. Ficou quieto e então ouviu a voz de Misty e de Same, enfim, surgir, como se tomassem cuidado.
— Vi sua postagem sobre estar grávida. Como conseguiu essa proeza? Como conseguiu sem dormir com ele? Você fez o quê para conseguir ? — Misty tem um tom de desafio, que incomoda a outra.
— Fiz uma inseminação artificial. Meu plano era fazer ele acreditar que dormimos juntos, só que no dia em que eu pretendia pôr em prática, não consegui chegar perto dele. Mas no dia daqueles bichinhas loucos irem embora, eu fiquei com ele no escritório.
Misty, ainda ouvindo, puxou pela memória e lembrou do fato. Ela tirou o documento que precisava de assinatura da secretária de Pol e levou para ele e três minutos depois saiu de lá, parecendo irritada. Não tem como não lembrar porque aquele dia foi tenso e cansativo e por causa de um erro de digitação, ela teve que refazer os documentos que a imbecil tinha errado.
— Vocês dormiram juntos? Lembro que não ficou nem cinco minutos lá dentro. — O riso cínico fez Tay rir em silêncio.
— Não. Ele nunca encostou em mim. Mas vou fazer o povo acreditar que foi nesse dia.
— Você é maluca. O doutor Pol é gay. Nunca ficou com mulher. Conheço ele desde que deu aula de Segurança Pública para minha turma, no segundo ano. Ninguém vai acreditar nisso, Same!
— Misty, ninguém é gay cem por cento, uma hora ou outra uma mulher como eu, consegue seduzir um homem.
— Você é louca de pedra! — Misty zombou da mulher.
— É, os misóginos sempre controlam nosso discurso e nossa luta contestando nossa sanidade!
— Não! Você não vai meter essa de feminismo barato para cima de mim! E outra coisa, cadê sua empatia para com as minorias, sua hipócrita?
— Como se só eu fosse hipócrita! E sobre eu estar grávida, ele ser gay é apenas a verdade que todos conhecem, Mas eu grávida dele e com o pai dele ao meu lado, vai ser a minha palavra e gravidez contra a palavra dele.
O riso dela era estranho... De ambas.
— Eu só fico sossegada porque sei que isso vai dar errado.
— Vai nada! Quando o velho idiota souber que vai ter um netinho com seu DNA, vai forçar aquela bichinha maluca se casar comigo.
Misty riu com gosto, sem esclarecer fatos que ela sabe sobre o herdeiro de khun Tom e khun Joly.
— Você nem gosta dele.
— Sim. Mas o velho idiota não sabe. — O riso maluco que Tay já ouviu outras vezes, ecoou pelo espaço. Ele mordeu os lábios para não gritar com a mulher e expor sua presença.
— Você não tem medo de eu contar nada? — A voz de Misty agora parece docee ameaçadora.
— Você quer perder o emprego? Se quiser, conte tudo e eu exponho você.
— Não sei porque você tem tanta certeza que tenho medo... — Misty destilou, sorrindo. Tay conseguia sentir o veneno açucarado em sua voz.
Tay estava segurando a ira. Ao perceber do que se tratava, ele tinha iniciado uma gravação da conversa. Ouvia sossegado, sabendo que tudo ali estava sendo guardado e depois ele poderia pesquisar o que faltasse. Mas como ela acha que conseguiu material gehético de Pol. Que ele lembre, Pol nunca congelou esse tipo de material em Nova York.
Entretanto uma coisa lhe colocou de sobreaviso sobre Misty. Ela sabia que Pol era adotado. Ela era das poucas pessoas fora da família que sabiam, mas ainda assim, a jovem não falou nada para a vaca despeitada... E o sorriso dela, desde a fala do DNA, era sarcástico.
Ele conhece aquela mulher. Acostumados a lidar com todo tipo de clientes e tendo sido assessorado por ela anos atrás, conhece o modo como fala, age, sorri e controla riso e sarcasmo.
Ele não entrou na empresa por ser um Tuang, entrou por competência, assim como ela, que ainda estagiária, deu provas que podia crescer. E cresceu. Por isso o jovem empresário sabe que ela tem um plano e que sua entrada no grupo, horas antes, não era para ser usada como peão.
— Eu não vou expor você, mas não diga que não avisei: seu plano tem traças na base e depois de tudo, só vai sobrar poeira.
— Por quem me toma, estúpida. Saiba que tão logo eu seja a senhora Pol Rungrot você estará no olho da rua.
Tay ouviu ela desfilar seu ódio tamanqueando o salto pelo piso e bater a porta com violência.
Misty destilou, sarcástica, olhando para a porta:
— Se alguém acreditar nisso ou se isso fosse verdade, teríamos um novo record de transa. É mais crível se ela disser que ficou grávida só com um olhar, sei lá! O Pol agora é oThe Kid esperma bond!
Misty caiu na risada e disse, animada:
— Pode sair, doutor Tay. Aquela doidivanas já se foi.
Tay saiu, algumas dúvidas lhe perturba a alma e ele dá voz a elas, perguntando a Misty:
— Que inseminação é essa? Como ela está tão certa que vai convencer que a criança é filha de Pol? De quem é o material genético que ela atribui a Pol?
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O Fruto Proibido 2 - História de #PolTawan
FanficPol, amigo de Arm e dos demais Theerapanyakul, se apaixonou pelo amigo dos primos, o jovem jornalista Tawan Danawitt na adolescência, mas a mudança de um para Nova York e a insegurança de outro os impediu de viver o primeiro amor de ambos. Por caus...