29 - Os desencontros se multiplicam

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Tailândia

                                 Khun Joly sabe que o filho conversou com Tawan. O que ninguém diz para ela é que as coisas aparentemente afundaram de vez. Ninguém tem coragem de destruir sua última esperança e mesmo que Pete, Tay e o próprio Tawan tenham conversado com ela, ninguém lhe contou nada. E é isso que ela conta para Porsche ao telefone:

                              — Meu querido, não sei o que eles estão fazendo. Agora mesmo Pol veio aqui e fez uma mala, dizendo que vai ver terrenos nos distritos. Mas me pediu que fizesse a sobremesa predileta do Tawan para ele levar para o namorado.

                            — Namorado, tia? — Porsche pergunta, olhando para Kinn, que está trabalhando em casa. Na verdade, desde que Vegas e Kinn saíram juntos há algumas noites atrás, ele está desconfiado que os dois estão tentando algo. "Quem sabe  o que esses dois estão me escondendo? Pior que desconfio que eles saibam de algo que o Pete eu e não sabemos ainda."

                            — Sim, isso que você ouviu: Namorado. Você sabe de algo, meu menino?

                          — Não sei, mas desconfio de quem saiba. Quanto ao Pol,  a senhora fez a sobremesa?

                           — Eu fiz, mas estou com medo de ser para outra pessoa. — A voz aflita não deixa o rapaz enganado. Seja quem for a nova pessoa, se for mesmo sério, a ponto de Pol ter dito que namoravam, ele tem certeza que  a tia vai fazer birra. E não é pouca!

                            — Tia, a senhora vai ter que receber bem esse novo genro. Não importa quem seja. Ao menos não é aquela urticária! — Ele tenta aliviar o momento, mas percebe que a respiração dela continua pesada.

                           — Porsche, você tem filhos, sabe que só queremos que eles sejam felizes. 

                           — Eu sei tia. Queremos o melhor, mas eles que sabem o que os faz feliz. Eu ainda acredito que eles vão ficar juntos. Entretanto, pode ser, titia, que Tawan e ele tenham chegado à conclusão que não vão funcionar como casal. Pete me disse que eles estavam bem com isso! —  "Na verdade Pete disse que eles forçaram muito para parecer que estavam bem com isso, mas não vou dizer isso para a senhora, tia. Espero que me perdoe."

                          — Não estão mesmo. Eu vi a carinha de meu genrinho ontem pelo celular. Ele nem quis passar o fim de semana aqui.

                           — Bem. Eu disse para o sogro não deixar o tio dar aquela casa para o Tawan. Sabia que ele ia preferir se afastar de tudo. Tio Tom fez uma jogada precipitada. Na minha cabeça, o Twan ia ficar lá e pelo jeito, acertei.

                           Outra coisa que Joly não sabe é sobre o que houve na passagem do  ano novo ocidental. 

                             Khun Khorn contou para o amigo só porque estava chateado com Pol. Mas eles não tiveram coragem de contar às mulheres porque Ming, Nane e Joly iam massacrar Pol e eles acreditam que os dois vão acabar se perdoando quando tudo se esclarecer. Porsche e os outros rapazes também sabem de parte do que houve. As falas de Pol e Tawan sobre o assunto não foram poucas.

                         Quando Pol contou para o tio o que tinha dito, o pai de Kinn cogitou dar umas cintadas no rapaz. Depois de conversarem e o jovem ouvir um bom sermão do tio, ele se comprometeu em conversar com o namorado. Foi quando surgiu a ideia de quebrar o carro nas proximidades de Huan Hin. Nada sério. O próprio Khorn tinha invadido o sistema do carro, parando-o com a ajuda do ex-motorista dos Theerapanyakul.

                         Inocente de tudo, a mulher continua tentando entender. Para ela há furos nas informações que eles estão recebendo. E não seria diferente. Há anos trabalhando junto com o marido, sabe bem observar um cenário e encontrar os pontos falhos. Tanto que ela nunca aceitou Same!

                       — Pensei que o plano do meu marido com seu sogro ia resolver tudo, mas eles perderam a oportunidade. — O suspiro fundo da mulher convence o jovem que está certo ao encobrir as falhas na história de Arm, Tay e Pete. 

                        — Tia, em outras circunstâncias daria certo, mas agora eles estão cansados. E magoados. — "Nem eu acredito nisso, como a convencerei?"

                         — Você também acha que eles têm volta, não é, meu filho? — Um tom de esperança ergue a cabeça no mar de intranquilidade que banha as certezas da mulher e Porsche suspira. A verdade dói, mas deve ser dita. 

                          — Nem é volta, não é, tia? Eles nunca namoraram.

                          A mulher não podia desmentir o genro do amigo.

O Fruto Proibido 2 - História de #PolTawanOnde histórias criam vida. Descubra agora