12 - Pol? Same? Como assim?

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Tailândia, 30 de Dezembro de 2560

                         A manhã na casa de Big e Arm não está calma. Ambos estão discordando sobre Pol e Same, isso porque, momentos antes, Tawan mandou uma foto da mulher tocando a barriga e uma mensagem altamente inflamável:

Mensagem

[Big, olha isso! 

Ela me achou com outro e-mail e desabafou que está grávida. ]

                            Para Big, a foto do resultado médico da gravidez era uma prova irrefutável. Pol, por algum motivo, estava escondendo, de fato, um relacionamento com aquela mulher. Ele até imagina que, em segredo, tio Tom esteja realmente forçando o filho a se casar com a calanga sem listras e o amigo esteja escondendo o fato. Será isso? Será que Tom Rungrot estava exigindo que, por gratidão, o filho tivesse um relacionamento heteronormativo? Se sim, por qual motivo o amigo não se libertava disso ou declarava de vez seu posicionamento?

                            Por outro lado, Arm não acredita em nada disso. E por isso, ele mandou o noivo ficar quieto até segunda ordem. Disse que ainda acreditava em Pol. Que testes de gravidez e também resultado de exames podem ser fraudados.

                           — Arm, você acha que ela é tão maquiavélica assim?

                           — Você não gostava dela antes e agora que eu concordo que ela é mesmo um espírito imundo, está vendo-a com bons olhos?

                           — Não é bem isso. Mas eles podem ter induzido ela a crer nisso...

                           — E a tia Joly não sabe e não gosta dela, Big? O tio não faz nada sem conversar com a esposa...

                          — Pode ser que dessa vez eles discordem e por isso o tio não disse nada para ela...

                         — Não acredito nisso. Meu amor, você esqueceu que ela até inventou um perfil do Tawan para segui-la, pode muito bem ter criado todo esse teatro de gravidez. Não vejo nenhuma agenda de obstetra ou profissional da saúde da mulher nas ligações dela.

                         —  Você tem certeza, amor?

                         — Tenho, Big. E esquece um pouco isso. Pete viaja logo para lá e vai descobrir o resto.

                         — Amor, não consigo me concentrar em mais nada.

                        — Não pensa nem em me fazer companhia na cama? — Arm lança um olhar sedutor, tentando fazer com que o noivo volte para a cama. Big nem reage, apenas respondem confiante:

                       — Nem isso. Vamos logo para o papai. Kinn quer resolver as agendas dos meninos. E quero ir cedo porque não quero encontrar o Pol.

                       — Está bem... Vou tomar banho.

                     A conversa com o noivo não mudou a impressão de Big. De repente, o namoro secreto de Pol parece fazer todo o sentido e ele está desconfiado do amigo. Não quer brigar com o rapaz porque pensa que pode ferir ele e Tawan.

                    Arm precisa ir á casa do pai para tratar de negócios com Khorn e conversar com Kinn e Porsche sobre a nova turnê de Kim e de Chay. Administrar a carreira de dois artistas solos que são casados tem dessas coisas e conciliar as agendas para que eles permaneçam a maior parte do tempo livre juntos é sempre uma odisseia.

                Saíram de casa, logo depois do café da manhã. 

                Big sabe que Arm vai demorar na casa do sogro, mas ele também precisa saber como seus bens estão. Desde que os administradores da família Theerapanyakul passaram a cuidar de sua herança, ele tem o dever de, estando na Tailândia, ir semanalmente ver como tudo funciona. Ler relatórios e entender índices financeiros são atividades que os patriarcas dos Theerapanyakul exigem que os herdeiros façam. Para Khorn e Kan só a atenção evita surpresas.

                 Na verdade, Big entende que apesar de confiar no tio, não é só ele quem mexe  com seus interesses, lgo, saber como tudo funciona ajuda ele mesmo entender sobre seus ganhos e seus gastos. Depois que passou a seguir essas exigências entende melhor todos os investimentos que os tios fazem com parte de seu ativo. Ele é grato por todo o cuidado e é isso que faz com que ele possa viver da Arte, já que não é todo artista que pode escolher os espetáculos que quer participar e quais convites de turnês pode rechaçar.

                      Saiu do escritório agradecido. Seus pensamentos furtivos foram interrompidos puma vez que  seu medo de encontrar Pol se mostrou justificável. O amigo estava no sofá, ao fundo da sala, lendo um relatório. Antes que o pianista conseguisse sair em silêncio, a voz do outro bradou, feliz.

                  — Ei , Big. Que bom encontrar você aqui! 

O Fruto Proibido 2 - História de #PolTawanOnde histórias criam vida. Descubra agora