Capítulo 33

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Seo-yun (S/N)

Ele está demorando demais.

Eu não consigo não olhar pra porta, esperando que ele apareça pra poder acalmar o meu coração agoniante.

Eu já estou recebendo a última bolsa de sangue e já me alimentei. Foi difícil por causa dos cortes nos pulsos, mas o JK fez questão de dar comida na minha boca. Pensar que esse homem na minha frente, raspando a última colher no pote de arroz, é possivelmente o meu irmão, é uma completa loucura. Eu olho pra ele e não consigo ver semelhança.

- Você come igual a mim. - JK comenta quando leva a colher na minha boca e eu franzi o cenho mastigando.

- Como?! - Pergunto depois de engolir.

- Quando eu como, eu fico com os olhos arregalados e às vezes fico franzindo as sobrancelhas enquanto mastigo. - Ele explica e leva seus olhos até mim, dando um pequeno sorriso. - Você faz o mesmo.

Ele falar isso me faz lembrar as vezes que Taehyung comentava a minha semelhança com o mais novo e lembrar disso faz minha cabeça querer explodir.

- Muitos falam que eu tenho olhos...

- de jabuticaba. - Ele completa dando um sorriso e eu também dou. - É... Também falam isso de mim.

- Você tem uma pinta igual a minha. - Digo analisando seu rosto e focando especialmente na pinta debaixo do seu lábio de baixo.

- Qual?

- A pinta debaixo do lábio. - Aponto mostrando a minha e ele arregala os olhos levemente.

- Descobrir essas coisas só faz pensar no porque não me lembro de você quando mais novo. - Ele diz ajuntando todos os pratos e utensílios que usamos pra comer.

- Fui entregue ao orfanato com apenas três dias de vida. - Explico dando um pequeno sorriso. Vendo seu semblante ficar cabisbaixo.

- Eu não entendo o porquê você foi deixada no orfanato.

- Talvez seja por não ser desejada?! - Falo sugestiva.

- Meus pais não fariam isso! - Ele exclama indignado. - Eu tenho certeza que meus pais não abandonariam um filho no orfanato.

Pois é... Mas abandonaram.

- Tem uma explicação pra isso. - J-hope diz abrindo os olhos levemente, antes de sua filha fechar e continuar a passar o batom no rosto dele. Está um pouco horrível?

J-hope já sabia sobre eu e o JK. Também sabia do que aconteceu comigo e depois que a Anna saiu, ele veio conversar comigo e mostrou ser um ser iluminado. Ele disse palavras encorajadoras, mas também me deu sermão sobre minha atitude. Mas eu não o julgo. Eu mereço qualquer tipo de sermão por ter cometido isso.

Sobre eu e o JK, ele ficou bem chocado e ficou quase meia hora olhando pra mim e pro JK, buscando com certeza um traço semelhante que comprovasse que somos irmãos de verdade.

- Mais tarde irei para a casa dos meus pais e irei tirar essa história a limpo. - JK diz decidido e eu balanço a cabeça em negação.

- Não precisa fazer isso. Não quero que brigue com seus pais por causa de mim. - É tudo que eu menos quero é eles brigarem. Assumo que uma parte minha está tentada a saber o motivo de me deixarem no orfanato, mas outra parte dizia que eu não preciso saber e que eles não significam nada...

Mas o JK é!

Meu subconsciente pausa a minha fala me dando uma pontada forte no peito.

Eu não sei como é isso, mas a ideia de que eu realmente tenho família e por mais rejeitada eu fui, eu me sinto animada por isso.

The true happiness - Livro 5 (BTS) CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora