Seo-yun (S/N)
Art. 216 - A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001).
Pena detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001).
Parágrafo único. (Vetado) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001).
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009).
...
O primeiro tapa foi inserido em meu rosto, fazendo meu rosto virar pro lado por causa da pancada, eu não faço e nem esboço nenhuma reação, apenas fico parada escutando o nojento do dono da pousada me xingar.
- Você sabe quem é ele sua puta?! – Ele grita bem perto do meu rosto cuspindo cada palavra.
Eu não o respondo, fico de cabeça baixa e com os punhos fechados controlando a minha raiva.
- Me responde! – Ele agarra meu cabelo com força fazendo meu coro cabeludo arder e me joga no chão, me fazendo bater minhas costas na parede. – Eu deveria ter te expulsado daqui na primeira oportunidade, você não passa de um lixo humano.
Mordo meu lábio com força segurando a vontade de chorar, por mais dolorosas são suas palavras eu as aceitava, eu me considerava um lixo humano, um lixo que precisa ser descartado.
- Manda ela embora Roger, essa puta só vai trazer problema. – O babaca que eu soquei disse e eu ergo o olhar para o Roger desesperada, eu não podia ir embora, eu não tinha pra onde ir.
- É isso que eu vou fazer. – Diz dando um sorriso maléfico e eu me ponho de joelhos desesperada.
- Por favor, eu preciso desse lugar, eu não tenho pra onde ir. – Esfrego minhas mãos implorando pra ele não me expulsar. – Me perdoa eu não vou mais fazer isso.
Não! Não! Não!
- Eu já te aturei demais sua vadia, você não serve pra nada! – Roger me agarra pelo cabelo de novo me levantando e eu engulo o grito de dor.
Ele pega meu queixo brutalmente e da um sorrisinho nojento.
- Você tem muita sorte de eu não te transformar numa prostituta.
Uma lagrima escorre dos meus olhos e tento me soltar dele, eu queria sair daqui o mais rápido possível.
Foda-se se eu for expulsa desse lugar, eu vou morrer mesmo.
- Vai se foder você e esse lugar nojento, tomara que vocês todos morram. – Falo com ódio no tom de voz e com toda a força que me restou eu me solto dele.
Controlo a vontade de socar ele e saio do escritório dele, escuto ele gritar pra eu nunca mais voltar e eu sigo meu caminho para o quarto, pego minha mochila e enfio minhas mudas de roupas, produtos higiênicos que eu uso e meus documentos, coloco a mochila nas costas e saio dali deixando oque me prendia nesse mundo pra trás.
Passo pela Jamille que fica confusa e pergunta onde estou indo, a ignoro passando sem olhar na cara dela e desço os degraus da pousada praticamente correndo, assim que eu cruzo as portas da pousada foi como se eu tivesse tomado um choque da realidade.
Me viro pra pousada e tento dar um passo, mas eu não consigo, meu consciente grita que não tem mais volta e que agora realmente não restava mais nada, eu tinha ferrado com a única coisa que eu tinha.
- Seo-yun sua burra oque você fez?! – Passo as mãos no cabelo brava comigo mesmo e sinto meus olhos arderem.
Me agacho no chão abraçando meu próprio corpo e eu escondo meu rosto entre minhas pernas, me permitindo chorar de raiva. Eu tinha feito tudo nesse lugar, eu limpei, lavei roupas e dei banho em gente bêbada nojenta, cozinhei para todo mundo sem esperar nada em troca, eu só queria uma cama pra dormir, um chuveiro pra usar e um prato pra comer, mas quando eu realmente preciso de ajuda eles me viram as costas, me jogam pra fora como se eu fosse à culpada.
Oque você esperava Seo-yun (S/N)? Depois de tudo que você passou nesse lugar, você realmente esperou que eles fossem te ajudar?
Patética! Burra!
Começo a sentir as primeiras gotas caírem sobre meu corpo, confusa olho pra cima e uma enxurrada de agua desce pelo céu escuro.
Ótimo, além de desabrigada eu vou tomar chuva.
Me levanto sem acreditar que está realmente chovendo e começo a correr em busca de um lugar pra me abrigar, eu não podia mais voltar para pousada então oque me restava era correr pelas ruas. Por sorte eu acho um ponto de ônibus com cobertura e vou até ele correndo, tinha algumas pessoas também se abrigando no ponto de ônibus, olho para os lados tentando saber onde eu estou e peço licença para as pessoas pra chegar até o painel que tinha com o mapa dos ônibus.
Vejo que o próximo ônibus levaria até o centro de Seul e rapidamente tiro minha mochila das costas, abro ela pra pegar minha carteira e eu verifico se eu ainda tinha o cartão de ônibus, mentalmente comemoro por ainda ter e pego ele guardando a carteira na mochila, tiro um pouco do cabelo que grudou no meu rosto e quando toco na minha bochecha eu faço um careta de dor, foi como se eu tivesse levado um choque na bochecha, provavelmente o motivo seja o tapa que o Roger havia me dado.
Não demorou para o ônibus chegar e subo nele com pressa, pago minha passagem e me sento no fundão, olho pra janela vendo meu reflexo e percebo que o lado do tapa estava inchado, tinha também um corte minúsculo no lábio de baixo e quando o toco sinto ele arder, xingo o Roger mentalmente por ele ter feito isso e tento tampar com o cabelo.
O ônibus começa a andar e eu deito minha cabeça na janela, olho para a rua e observo as pessoas andando normalmente com seus guarda-chuvas, outros correndo da chuva e até casais que aproveitavam a chuva para deixar o clima mais romântico.
Olhar o mundo desse lado parece que a vida de cada um é tão mais fácil que a minha, que eles vivem perfeitamente bem e que não sofrem nada, que estão felizes todos os dias e se aparecer algum problema eles resolvem na mesma hora sem afetar em nada.
Olhar pra eles me faz questionar oque eu fiz pra merecer isso, oque fiz de tão errado na minha vida passada pra sentir que o meu destino é a morte.
...
Seo-yun (S/N) sem lugar pra ir, oque acontecerá?!
Até a próxima!
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The true happiness - Livro 5 (BTS) Completo
Fanfic!Contém cenas +18! Seo-Yun (S/N) não teve uma vida perfeita, órfã de pai e mãe, ela viveu em um orfanato até completar seus 18 anos, seu único meio de ensino era livros de direito e de matematica que foram doados por ONGs. Após sua saida do orfanato...