Capítulo 30~ culpado é culpado.

84 12 9
                                    


Pov'Meredith.


Minha mãe costumava falar que o tempo é algo que temos que apreciar como nossa comida favorita, não temos urgência, aproveitamos cada segundo da refeição, mesmo comendo por várias vezes sempre é aquela que não trocamos por outra, Helen costuma ter sempre razão, o tempo é valioso demais e muitas vezes só o ingerimos da forma mais rápida possível como se fosse uma comida ruim, quando não é.

Parei na porta do banheiro, Andrew estava tomando banho, tornando o shampoo do cabelo em baixo do chuveiro, os olhos fechados e a cabeça um pouco para trás; eu já estava pronta para mais um dia de trabalho, um ano trabalhando como delegada, foram tantos momentos loucos, Edgar ainda era minha pedra no sapato, porém aprendi a lidar com ele.

- porque está parada aí?

- gosto de te olhar - falei - você é uma boa visão.

- claro - ele fechou o chuveiro e pegou sua toalha - deveria terminar de se arrumar.

- só falta os sapatos - respondi - sabe que dia é hoje?

- quarta feira - ele me encarou sério, depois sorriu sapeca - faz um ano que está trabalhando como delegada... Eu lembro.

- não achei que esqueceria - murmurei saindo do banheiro com ele.

- o que quer fazer amanhã?

- não sei - dei de ombros.

- podemos sair pra jantar e dançar como um casal normal - Andrew sugeriu começando a se arrumar.

- acho engraçado quando usa o termo "casal normal" - falei sentando para calçar minhas botas.

- pelo menos tentamos - ele riu - o que acha?

- claro, gostei da ideia... Posso usar um vestido rodado - pensei.

- combinado, se tiver tempo te ligo de noite - Andrew já calçava suas notas coturno.


🌅🐬



- bom dia - entrei na delegacia pelo portão dos fundos seguindo direto até a cozinha para pegar café e água, Callie estava lá e parecia preocupada.

- bom dia delegada - ela me encarou.

- o que aconteceu?

- ligaram pra você, duas vezes - ela contou baixo.

- quem?

- não falou, disse que ligaria em uma hora - a voz de Callie era tensa.

- isso foi a quanto tempo?

- agora - ela olhou seu relógio - está com vinte minutos.

- ok! Era homem ou mulher?

- mulher... Eu acho que era aquela mulher, lembra? Que o Edgar convenceu a não denunciar?

- lembro - me servi de café, e peguei uma garrafa de água na geladeira - me coloca na linha assim que ela lugar de novo.

- tudo bem.

Segui para minha sala pensando se era realmente ela, depois de meses? Seja quem fosse deveria estava precisando de ajuda, a parte mais difícil de ser da polícia é as vezes não conseguir ajudar o suficiente, principalmente quando se existi tantos corruptos ali, mas por sorte estava cercado de bons profissionais, até Edgar que apesar de ser um tanto machista, não me parecia corrupto.

Sentei em minha cadeira e vi uma mensagem de Andrew avisando que já estava na delegacia também, estavam juntando uma equipe para invadir um depósito, parecia que o dia dele seria agitado, as vezes sentia um certo receio, o trabalho dele era ainda mais intenso que o meu, parte por ele estar a maior parte do tempo na frente dessas invasões, e parte porque a área dele era muito mais pesada, tráfico de drogas ainda era um dos ramos ilegais que mais movimentava dinheiro no mundo.

Um Amor Inefável Onde histórias criam vida. Descubra agora