Capítulo 96~ Um belo casal.

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Pov'Meredith.

Voltar ao trabalho!

Sentia um misto de alegria e medo, estava ansiosa para voltar, sentia falta do trabalho, e ao mesmo tempo sentia medo de deixar Niall, contratamos uma babá para cuidar dele, super recomendada por Amelia, meu medo não era dela fazer mal ao meu filho, até por que se fizesse ela sairia direto para uma delegacia, eu só sentia medo, será que é isso que acontece quando nos tornamos mãe? Medo constante? Por que eu sentia medo até quando ele engasgava, mas mesmo com medo me arrumei para trabalhar, Andrew já usava sua farda, que eu particularmente adorava.

- você tá tão gostoso - comentei.

- você fala isso todas as manhã quando vou trabalhar - ele respondeu.

- por que você está gostoso TODAS as manhãs, mas principalmente quando usa essa farda.

- sei! Você também está muito gostosa... Estava sentido falta de te ver no modo delegada - Andrew me agarrou pela cintura - queria fugir até a delegacia e te agarrar na sua mesa.

- não me faz pensar nisso... - pedi já pensando.

- te amo coelhinha - Andrew beijou meu pescoço - vamos trabalhar.

- vamos.

Descemos juntos e a babá de Niall já estava com ele na sala lhe dando café da manhã, agora ele já comia quase de tudo, estava devorando suas frutas.

- tchau amor - passei a mão em seu cabelo lourinho - te amo.

- tchau filho, até amanhã, papai te ama... Se precisar pode ligar para Meredith ou eu.

- sim senhor, nos ligamos né Niall?

- pode ligar por qualquer coisa que tiver dúvida, ou mandar mensagem... Vou estar de olho - falei.

- sim senhora.

Sai de casa com o coração apertado, não era a primeira vez que saímos e Niall ficava com a babá, mas era meu primeiro dia de plantão, 24hrs sem ver ele, quando entramos no carro Andrew deu a partida e pegou minha mão como sempre fazia.

- ele vai ficar bem.

- eu sei! Só tô nervosa - suspirei - pensei que você me deixava vulnerável... Mas Niall.

- eu entendo o que sente, fiquei assim a primeira vez que fui trabalhar depois que ele nasceu, e eu sabia que vocês estavam bem.

- somos dois bobos - sorri.

- somos... Você está espetacular hoje, se me permiti.

- eu permito - concordei rindo mais - quero causar boa impressão, não quero que me olhem e só vejam uma mãe.

- nunca, você parece uma deusa poderosa com essa arma na cintura.

- um belo casal nós somos.

- Nico fala que dá raiva, um casal lindo, da polícia e com um filho lindo como Niall - Andrew contou rindo.

- família perfeita... Se não contar toda a tragédia - bufei.

- você as vezes é mórbida coelhinha...

- eu sei, é inevitável... O tempo tá passando rápido.

- sim... Já são quase dez anos juntos - Andrew fez carinho em minha mão - dez anos com a mulher mais incrível do mundo.

- dez anos com o homem mais perfeito do mundo.

- teve um momento em que se arrependeu?

- nenhum, nenhum mesmo... Você foi minha melhor escolha - sorri para ele - teve pra você?

- zero, nenhum... Ser o homem que você escolheu pra amar foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.

- nem naquela tarde? - olhei para Andrew - não se arrependeu?

- não!

- tudo o que nos aconteceu foi minha culpa, um efeito dominó que eu causei... E agora vivemos com esse fardo.

- por que estamos falando sobre isso? - Andrew me olhou por dois segundos.

- por que tenho sonhado com Andrea constantemente... Ela buscando vingança - contei.

  Os sonhos eram perturbadores, o último eu estava grávida, sentada em nossa cama, Andrew sentava ao meu lado de frente para mim e deitava sua cabeça em meu peito, por um segundo estávamos na cama, e no outro em uma calçada, Andrea caminhava em nossa direção com uma arma apontada, eu implorava para ela não atirar, mas não adiantava, sentia o impacto da bala atingindo corpo dele, quando gritava um "NÃO"  sentia o outro tiro o atingindo, meu marido, meu grande amor Inefável estava morto em meus braços.

- não, nem mesmo naquela tarde... - estávamos parados no sinal, então seu olhar encontrou o meu - eu te amo mais por que confiou em mim... Nunca esqueça que eu amo você mais que tudo, por você eu faço tudo.

- você abriria mão de tudo?

- abro, mas não de você... Você e Niall estão acima de tudo.

- não fala isso - meu coração doeu, parecia estar sendo esmagado, pensar em Andrew cometendo uma loucura como a de arriscar sua carreira na narcóticos por mim, não queria vivenciar isso outra vez.

- sou um pouco egoísta... Por que se te fizer mal nunca serei capaz de amar, mas se te faz feliz... Eu amarei profundamente, nossa filho é nossa alegria... Meu segundo amor... O amor que nada pode mudar, mas é diferente.

- eu entendo... Meu amor por nosso filho é único e exclusivo, porém não interfere no amor que tenho por você.

- sim! - Andrew sorriu - você é meu Inefável.

- somos errados? Por sermos tão intensos?

- eu não acho - Andrew deu a volta pelo retorno e estacionou em frente a delegacia - acho que sabemos viver do melhor jeito... Somos sinceros um com outro, nos amamos, respeitamos e aceitamos nossas falhas - ele desligou o carro e segurou meu rosto entre as mãos - até amanhã coelhinha - seus lábios tocaram os meus, ia ser um beijo suave, mas segurei sua nuca e aprofundei o beijo, eu tinha um tipo de vício louco por Andrew, não dava pra me fartar dele, as vezes me sentia meio extrema em meus sentimentos por Andrew, por que não era comum.

- estão em local público - ouvi a voz divertida e familiar de Edgar.

- bom dia Edgar - falei sem olhar pra ele.

- bom dia delegada... Desculpa interromper.

- bom dia Edgar - Andrew riu - tá com inveja?

- não! Mas quero falar com você, por isso fiquei aqui - ele falou sério.

- papo de homens - revirei os olhos - até amanhã amor.

- até amanhã coelhinha.

Abri a porta do carro e sai olhando para cima para encarar Edgar.

- tô começando a me preocupar que vai roubar meu marido, sério - falei de gracinha.

- a sempre o risco - Edgar gargalhou.

- sempre - concordei, dei uma última olhada e fui para dentro da delegacia, tinha 90% de certeza que eles falariam sobre Andrea, mas eu não queria saber, não queria sentir mais medo do que já sentia.

E estava proibida de me envolver nesse caso, sabia que se fosse necessário um dia um dos dois me contaria, e se não fosse eu não ia tentar saber, preferia não ter mais nada alimentando meus medos.


🧠⚖️🫀

Oiii humanos.



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