Pov'Meredith.
O segundo mês foi melhor, a dor ainda estava lá, mas eu sabia que precisava lidar com isso, e quando a torrente de desespero vinha e a recebia de braços abertos, ainda chorei uma noite na delegacia. Decidi que não ia sufocar a dor. O momento que menos pesava em Andrew era no trabalho, até pensar que ele viria me buscar, então lembrar que não viria, aí a dor voltava, mas as vezes era só o vazio, não tinha lágrimas, era como um viciado com seus dias bons e seus dias ruins, tentei ser melhor para Verônica e Judith, então nas minhas folgas tentava estar com elas, principalmente por que Verônica estava mal, ela estava depressiva, não queria sair do quarto ou de casa.
- como você está filha? - Judith me abraçou.
- bem, dias bons e dias ruins... Onde está Verônica?
- no quarto.
- trouxe os chocolates favoritos de Andrew - mostrei.
- leva pra ela, pode ajudar.
- tudo bem, subi as escadas até o quarto delas, bati na porta entrei devagar - oi.
- Meredith - Verônica sorriu um pouco, mas o sorriso não chegou aos olhos.
- trouxe duas coisas pra você - falei.
- o que?
- os chocolates favoritos de Andrew e algumas fotos que achei no computador - sentei na ponta da cama - que olhar?
- sim - ela concordou, segundo Judith, falar de Andrew ajudava, então passava a manhã toda depois dos plantões conversando com Verônica, mais de uma vez acabei dormindo ali mesmo de tão exausta.
Descobri que fazia bem para mim também, apesar de que pensar nele no passado era algo horrível, falar dele me ajudava a lidar com o vazio que ficou.
👮🏻♂️👮🏼♀️🎯
Aos poucos Verônica voltou a sua vida, agora seis meses depois era fácil para todos, ainda ia quase todos os dias ver elas, Andrew se foi, mas o amor e carinho que tenho por elas ficou; Juli ficou ainda mais próxima, as vezes pedia para ela ir dormir comigo só para não ficar sozinha, eu parecia bem, mas ainda fazia uma coisa que a vista das outras pessoas deveria ser errado.
Quando ia ao supermercado comprava o cereal favorito de Andrew, precisava abrir o armário e olhar ele ali, também não tirei suas roupas do closet, nada mudou em nossa casa, ate o porta retrato que quebrei substitui por um novo, se entrassem ali saberiam que eu estava vivendo, mas não superando.
Me recusei a comemorar meu aniversário, me recusei a receber outra pessoa que não fosse Julieta ou Amelia, me recusava a mudar qualquer coisa em casa, ainda usava minha aliança, nada mudou, eu ainda me sentia casada, segundo Edgar chegaria o tempo de mudar essas coisas, mas não deveria pensar nisso, só levar do melhor jeito que podesse, porque só eu entendia minha dor.
- tô indo pra casa mãe - anunciei.
- quer que eu vá junto? Posso ajudar com as roupas.
- não preciso de ajuda com nada - falei rude.
- filha você não pode manter as roupas dele pra sempre.
- não sou como você mãe, não consigo me livrar de tudo o que foi do meu marido um mês depois - acusei, mas me arrependi no mesmo momento.
- Mer? - Alex chamou com raiva
- desculpa - pedi - desculpa... Melhor eu ir - senti a dor chegando e queria fugir o mais rápido possível.
- Meredith espera - Alex veio atrás de mim.
- me deixa ir - pedi segurando as lágrimas.
- você tem que nos deixar ajudar - ele pediu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor Inefável
Chick-LitMeredith Grey e Andrew DeLuca são recém casados, apaixonados e cheios de sonhos, ele. Policial do DEA, ela uma delegada, mas mais que profissões tão diferentes, eles levam a vida de uma forma única, o jovem casal que parece tão comum, vai mostrar se...