Pov'Meredith.
Depois da vigésima semana, minha barriga disparou a crescer, Niall decidiu que mostraria ao que veio, estava no sétimo mês quando começamos a arrumar o quarto dele, o berço que foi usado por Alex, e também por mim passou por uma reforma básica e agora estava montado no quarto junto com a cadeira de balanço que pertenceu a Verônica, o cavalinho de madeira de Andrew também fazia parte da decoração do quarto, as paredes em tons de verde claro estavam cheias de prateleiras todas com objetos de decoração, assim como o nosso quarto que era bem simples, o quarto de Niall se manteve no mesmo padrão, bem decorado, mas tudo em tons calmos.
Minha vida nos últimos três meses foi pensar em coisas de bebê e trabalhar, passar o máximo de tempo possível com meu marido colecionado memórias, fingi que Andrea Herrera não existia, não tentei realmente saber nada sobre a investigação, nem foi por ter sido uma ordem de um superior, mas também por que eu não queria, preferia não pensar nisso, por que pensar me trazia medos.
Tudo o que eu precisava era ficar em paz e aproveitar minha gestação, um plano perfeito e com grandes riscos de falha, mas eu também estava fingindo que não tinha, só por algum tempo queria fingir que minha vida não estava um caos, e viver momentos como aqueles.
- sua barriga tá tão grande - Andrew falou deitado com a cabeça sobre ela - será que ele já sabe que eu sou o pai dele?
- provavelmente sim! Você fala isso todos os dias - brinquei.
- será que eu deveria me apresentar? Tipo "oi me chamo Andrew, sou o seu pai".
- isso é meio ridículo.
- e se eu cantar? - ele refletiu - posso cantar.
- pode... Ele deve gostar - concordei.
- que música acha que devo cantar? - Andrew me olhou, sentou na cama e curvou o corpo sobre minha barriga e precionou os lábios sobre ela - oi, eu sou o seu pai, vou cantar uma música pra você, o que acha?
Niall empurrou exatamente onde Andrew encostou seus lábios.
- isso deve ser um sim - ele deduziu - um vejamos - Andrew arranhou a garganta e começou a cantar uma música totalmente aleatória, eu sabia que meu marido seria um bom pai porque ele foi um bom filho, e era um marido ainda melhor.
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Andrew conversava com Niall todos os dias, até mesmo quando estava de plantão, ele ligava e me fazia colocar a chamada no viva voz e conversava com nosso filho, já estava entrando a trigésima sexta semana quando minha bolha de amor e alegria foi estourada por uma ligação da penitenciária feminina, Andrea pedia pra me ver, meu primeiro pensamento foi não aceitar, mas já fazia quase quatro meses desde a prisão, era a primeira vez que ouvia falar qualquer coisa dela.
Mesmo com todos meus motivos para não ir até lá, eu fui, sentei em uma das cadeiras para os visitantes e esperei até a trazerem algemada, quando ela sentou prenderam a algema na base de ferro da mesa, aquilo era extremamente apreciativo.
- Mer, quanto tempo - ela falou em seu costumeiro tom superior.
- Andy - sorri de lado - você está péssima... Mas sei que não me chamou aqui para trocarmos dicas de beleza, então vamos direto ao assunto.
- direta e reta como sempre - ela riu - queria tirar uma dúvida com você, esse tempo todo aqui me deu chances de refletir sobre muitas coisas.
- precisa de um psicólogo?
- preciso que me diga por que matou meu irmão - ela perguntou muito baixo.
- não sei do que está falando - murmurei.
- Walace Cruz! O homem que supostamente Andrew encontrou com uma quantidade significativa de drogas há 8 anos atrás... No início eu achei que fosse ele o culpado... Apesar do meu irmão ser meio palerma, ele não andava com drogas nos bolsos... Nunca cometeria um erro desses.
- não sei do que você está falando.
- confessei meus crimes, você me colocou aqui, agora quero que você pague pelos seus, por que matou ele?
- voce é louca - falei.
- passei anos esperando o dia que voltaria e destruiria a vida de Andrew por ter matado a única pessoa que realmente me amava, mas então eu percebi que ele não faria isso, levei um tempo tentando juntas as peças... Foi então que uma luzinha acendeu, Andrew mão mataria, mas você sim - ela levantou um dedo - eu só queria saber o por que, o que aconteceu? E porque Andrew precisou forjar uma história? Não desculpa, essa resposta eu já tenho, foi por você, para te proteger, me diz por que matou meu irmão.
- eu não matei ninguém, você é louca - levantei para ir embora.
- Meredith! Posso nunca provar que foi você, mas eu vou te fazer pagar, olho por olho, dente por dente.
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Voltei pra casa e fiquei sentada no sofá esperando Andrew voltar do boxe minha cabeça dava voltas me levando até aquela tarde, vendo o homem caído no chão sangrando, foi só um segundo, quando o barulho dos passos dele me assustaram, a arma disparou o atingindo, e logo depois estava com as mãos sujas de sangue tentando estancar o sangramento, mas não dava parecia que jorrava sangue daquele buraco minúsculo, nunca tinha acertado um tiro em ninguém, e então quando fiz matei uma pessoa, um inocente.
Não lembro exatamente o que falei para Andrew, mas não demorou para ele chegar ao local, quando me viu ainda ajoelhada sobre o corpo sem vida me perguntou o que aconteceu, levei uns minutos para conseguir falar, então ele me arrancou do chão, tirou sua jaqueta e me fez vestir, pegou um lenço no carro e limpou o máximo que pode minhas mãos que não parava de tremer.
"vou ser presa" falei chorando "Andrew, eu matei uma pessoa".
Minha voz tremia mais que minhas mãos.
"você não vai, eu cuido disso, amor?
"Eu vou ser presa, eu matei uma pessoa, eu... Andrew eu não quero ser presa".
Lembrou quando ele segurou forte meu ombros e falou "você não vai ser presa, eu vou cuidar disso, agora vai pro seu carro, vai pra minha casa, não tem ninguém lá agora, toma banho e me espera".
"O que vai fazer? Não vou deixar você ser preso"
"Não vou, confia em mim?"
Minha cabeça balançou com firmeza, Andrew era a pessoa que eu mais confiava no mundo.
"vai pra casa, me espera lá" ele pegou as chaves e enfiou o no bolso da jaqueta "não deixa ninguém te ver assim".
"O que vai fazer com o corpo?"
"Não precisa saber" senti seu beijo em minha testa "só precisa acreditar que eu vou te proteger de qualquer coisa".
Abri meus olhos voltando para a realidade, eu já sabia que o amor de Andrew por mim era grande, mas naquela tarde, foi diferente, não são todas as pessoas que fazem o que ele fez, encobrir um assassinato, mesmo que não tenha sido intencional, matei uma pessoa, um inocente, fui covarde, mas sabia que isso seria a pedra que me impediria de ser delegada um dia, e ele também sabia por isso usou sua posição dentro da Narcóticos para encobrir o meu erro, Andrew se colocou em risco para me salvar, por isso sabia que o que tinhamos era maior que amor, era grande, tão grande que as vezes me assustava.
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Tenho muita coisa a falar, mas prefiro saber o que vocês pensam.
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Um Amor Inefável
ChickLitMeredith Grey e Andrew DeLuca são recém casados, apaixonados e cheios de sonhos, ele. Policial do DEA, ela uma delegada, mas mais que profissões tão diferentes, eles levam a vida de uma forma única, o jovem casal que parece tão comum, vai mostrar se...