Capítulo 69~ Você não está feliz?

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Pov'Meredith.

- você está certa... É ela - Andrew murmurou.

- tá falando isso só para não brigarmos mais? - perguntei.

- não, tô falando por que tem razão.

Encarei Andrew, ele tava brincando comigo? A dois minutos estava ameaçando me entregar e agora concordava comigo?

- tenho razão? - perguntei novamente por que não era possível que eu tenha ouvido direito.

- sim! Eu lembrei... Coelhinha eu lembrei - abracei sua cintura e a beijei com a maior intensidade que pude.

- Andrew, me solta - pedi.

- por que? - ele se afastou.

- você acabou de falar que ia contar tudo... - murmurei com raiva - agora tá falando que estou certa.

- Meredith, amor, coelhinha... Tô falando que eu recuperei a memória, tudo, cada vez te te beijei, nosso casamento, nossas aventuras, nossas brigas, tudo.

- você lembrou? - senti vontade de chorar, não sei ser era alegria ou frustração, estava feliz por ele, mas ainda sim com raiva - lembrou do acidente?

- lembrei, Andrea estava lá... Você está certa - ele me olhou sofrido.

Acho que estava com mais raiva que antes, deveria estar feliz, pulando de alegria e comemorando, era isso que eu queria, mas agora só conseguia ficar com raiva dele, por que bem agora? Logo quando ele ameaçou me entregar.

- você não está feliz?

- estou, muito... Mas estou com raiva, você contaria tudo se não tivesse lembrado.

- eu nunca contaria, mesmo não concordando... Acha mesmo que colocaria meu casamento em jogo?

- você falou... Você duvidou de mim - o lembrei.

- amor, eu não contaria, só ia tentar te convencer de desistir - ele pareceu sincero, mas agora eu não conseguia acreditar.

- você achou que eu estava fazendo isso por ciúmes - o lembrei, para o caso dele ter esquecido os últimos minutos - achou que eu realmente faria algo criminoso como acusar uma pessoa só por ciúmes.

- desculpa - ele pediu outra vez.

- desculpa não resolve.

- você não se importa com o fato de ter lembrado? Deveria estar feliz... - ele pareceu magoado.

- eu estou, muito... Você não tem noção do quanto isso me deixa feliz, era o que eu mais desejava, só que isso não vai simplesmente apagar o que falou... Desculpa o trocadilho infame, mas eu não vou perder a memória e esquecer o que falou.

Andrew me olhava triste.

- você falou coisa que me magoaram, duvidou da minha capacidade de separar as coisas... Me chamou de louca, e porra eu tô certa... Sinto por não ser capaz de estar feliz o suficiente... já que não quer sair, vou pro quarto.

- Meredith fica, vamos conversar - Andrew não pediu, não era uma sugestão, as vezes ele querer mandar em mim chegava a ser irritante.

- Andrew - virei devagar - eu. Não. Quero. Conversar.

- beleza então, ok... - ele pegou a chave do carro... Foda-se.

Quando ele bateu a porta com força me assustei.

Pov'Andrew.

Boa Andrew, vocês estavam indo bem, agora fudeu tudo. Parei o carro em frente ao mesmo bar de sempre, entrei e sentei na mesa mais afastada possível, não demorou para o garçom aparecer, pedi uma cerveja e fiquei olhando o jogo no telão, não fazia ideia de que time era, só fiquei olhando e pensando nos últimos meses, na pessoa que fui durante esse período, onde enfiei minha confiança em Meredith? Me sentia em uma experiência louca de vida, outra vez sentia que minha vida tinha mudado, mas dessa vez com as memórias de todas as escolhas que fiz.

- mais uma - pedi.

A cena de estar diante de Andrea não saia da minha cabeça, não existia medo no olhar dela ou culpa, ela parecia estar apreciando o momento, eu realmente deveria estar morto agora, então ninguém poderia saber que recuperei a memória, ou seria pior.

Pedi a terceira, já estava no bar a um pouco mais de uma hora, levantei e fui pagar minha conta, Meredith deveria estar mais calma, era assim não era? Parei no caixa rindo, senti falta dessa nossa versão, de conhecer cada parte dela, de saber reconhecer seu olhar, sabia que estávamos indo bem, mas me sentir eu mesmo novamente era melhor.

Quando cheguei em casa não vi Meredith em lugar algum do primeiro andar, subi para nosso quarto e ela estava sentada no sofá com as pernas dobradas uma sobre a outra como Buda. Me abaixei diante dela e peguei sua mão.

- sou um péssimo marido, eu sei... Mesmo que não concordasse com você, não deveria ficar contra... Me perdoa?

- o que acha de me esperar no sótão? E depois a gente pensa na nossa nova descoberta?

- sério? - aquilo era uma pegadinha? Ela quase me matou a uma hora atrás, e agora queria sexo? Mas isso não deveria ser novidade, seria se ainda não tivesse lembrado, mas esse era nosso jeito, extravasar a raiva.

- eu senti sua falta... De saber que ninguém me conhece tão bem como você... Eu amo o Andrew dos últimos meses, mas senti falta do homem que me apaixonei.

- quanto tempo precisa?

- quinze minutos.

- ok coelhinha - beijei sua testa e sai do quarto.

Desci para o sótão em busca do que desejava para aquela noite, arrumei cada um sobre a mesa estreita, olhei para mim mesmo, ainda usava as roupas que fui para o box, ia subir quando ouvi a porta abrir.

- ring girl? - aquela era nova, e eu adorei, a saia que parecia ser bem parecida com de colegial, só que vermelha, cheia de pregas, e curta, mal cobrindo a bunda, a blusinha escrito "ring girl" era no mesmo Tom, de alcinhas e amarrada entre os seios, as luvas curtas que deixavam os dedos para fora combinava com toda a roupa, meias longas chegando até as coxas eram pretas do tipo que era cheia de quadradinhos, saltos vermelhos, subi meu olhar até seus que estavam presos em duas Chiquinhas altas.

- agora que você é boxeador - ela mostrou o quadro negro que não tinha mais que uns 40 centímetros de largura estava escrito em letras grandes "rounds"

- vamos lutar?

- não, mas podemos marcar os rounds  - Meredith deixou o quadro sobre a mesma mesinha, bem na frente o giz.

- seu novo fetiche é transar comigo vestido assim?

- bem assim - Meredith concordou - sem mudar nada.


👮🏼‍♀️👮🏻‍♂️🎯

Eu não dou conta da intensidade deles, eles vão de 0 a 100 muito rápido.

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