2. A equipe número um

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Jogar com a vida é apostar contra o destino. E o destino, sempre vence.

Ano 1502, mês de Alpha, dia 1.


O primeiro dia do ano havia chegado, e junto ele a estação quente, trazendo um calor agradável que em alguns dias tornará tudo quente demais. Os ex-alunos ainda transitam pela academia, aguardando a deliberação do conselho, ansiosos para descobrir qual serão suas equipes e receber a chave da moradia temporária que dividirão pelos próximos cinco anos. Enquanto isso, no gabinete dos professores, um trabalho tedioso é realizado.

— Esses são os cem alunos com as melhores pontuações, dentre eles, precisamos escolher setenta e cinco para liderar as equipes, ao todo trezentos e setenta e cinco serão enviados em missões, os outros vinte e cinco por cento dos formandos serão enviados para as equipes de apoio.

— A primeira da lista, Kira, se tivesse um elemento certamente seria o formando mais promissor — diz a professora de dominação, de maneia pensativa.

— Ainda assim, ela se tornou a primeira da academia e nunca perdeu uma luta para nenhum dominador — pondera o professor de artes marciais.

— Acho que sabemos que os inimigos são mais poderosos e inteligentes que os colegas da academia — desdenha o professor de história.

— Não se vence uma guerra apenas com força bruta, vocês estão certos, os inimigos que enfrentarão agora serão mais fortes, mais inteligentes? Para a maioria sim, não para Kira — lembra o professor de táticas.

— Não acho que esteja sendo imparcial — acusa a professora de dominação.

— Você está sendo imparcial ao desprezar todos os não dominadores? Essa garota possui uma mente brilhante, suas estratégias estão a nível de qualquer tenente, com experiência superaria facilmente alguns capitães. Brutamontes são ótimos soldados, mas a guerra não é liderada por músculos, ela será uma ótima líder e arrisco dizer que sua equipe será a mais promissora — declara por fim.

— Em breve o general estará aqui, e ainda estamos discutindo sobre a primeira aluna quando já deveríamos ter uma lista de equipes — diz o professor de sobrevivência.

— Por que ainda nos damos o trabalho de fazer isso? Ele vai entrar aqui, dizer que fizemos tudo errado e refaze-las da maneira como lhe convier, como se conhecesse os alunos melhor do que nós — desdenha o professor de artes marciais.

— Ele é o general desta base, e responsável pela formação dos jovens guerreiros — diz o diretor de maneira cansada, por ter que explicar o óbvio.

— Ele aparece aqui uma vez por ano e é o "responsável" pela formação — diz a mal humorada professora de dominação.

— Eu sugiro que tenham mais respeito, vocês sabem do que aquele homem é capaz — avisa o diretor.

A discussão finalmente chega a um consenso, e durante a próxima hora organizam todas as equipes. Mal haviam acabado quando passos pesados aproximam-se da porta que, sem aviso prévio é aberta por Celina, uma mulher jovem de feição sempre alerta, e às vezes, assustada. A secretária afasta-se da porta, tão logo terminara de abri-la, dando espaço para o general passar.

Caliban, um homem alto e corpulento, forte como uma parede com o rosto coberto por cicatrizes

— General Caliban! — Cumprimenta o diretor, levantando-se e batendo o punho fechado no peito em continência e os professores fazem o mesmo.

Ele não se dá ao trabalho de responder, indo até a cadeira na cabeceira da grande mesa de reuniões e pegando os papéis que o aguardavam enquanto todos voltam a se sentar. Ele passa os olhos pela primeira equipe, passando para a ficha individual dos integrantes logo em seguida.

Lendas de Sahra - UnificaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora