19. Sigam o plano

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Ano 1502, mês de Persei, dia 21.


— Eles levaram mesmo a sério! — conclui Arthur, após utilizar sua nova técnica de rastreamento para localizar o restante da equipe.

— Tenha cuidado — diz Kira, repentinamente mudando de direção, os cem metros de perímetro restante seguem assim, dando voltas, passos altos e às vezes parando no meio de um passo após um aviso de Kira.

Ter lhes ensinado algumas técnicas de apoio parece ter sido útil, mas nunca dissera que deveriam usar todas de uma vez. Mas percebe que ainda têm muito a ensinar ao localizar o esconderijo através da conversa.

— Será que eles estão procurando o acampamento? — a voz de Isis soa meio abafada enquanto passam silenciosamente pela entrada da caverna, parcialmente escondida entre pedras e vinhas, seguindo por um corredor estreito, com uma escassa luz bruxuleante no fundo.

— E se eles não encontrarem?

— Devem ter caído nas armadilhas.

— Até parece! — diz Arthur, sobressaltando-os ao surgirem do corredor.

— Eu sabia, a gente fez tudo errado! — conclui Atlas.

— Teria se tivéssemos te ouvido! — revida Isis.

— As armadilhas estão corretas — anuncia Kira, antes que comessem uma discussão. — Mas uma caverna com apenas uma entrada no mínimo facilita o trabalho inimigo — acrescenta, acabando com as expressões que começava a parecer orgulhosas.

— A gente sabe... só queríamos nos esconder da chuva — diz Isis desanimada. — Pensamos que não teria problema se as armadilhas tornassem impossível que alguém chegue aqui sem que percebamos.

— Parece que não funcionou muito bem, eles chegaram — desdenha Drake.

— Deveria nos ensinar técnicas melhores! — diz Isis acusativamente, antes que Kira tenha a chance de responder.

— Eu sabia que haveria armadilhas, quais, e como fariam, um desavisado não iria tão longe — explica, enquanto se junta ao circulo ao redor da fogueira.

— Tá, as armadilhas funcionam, mas o que vocês foram fazer? — questiona Atlas, indo direto ao ponto.

— Localizar o inimigo — responde Kira, dedicando-se exclusivamente a retirar mapa e anotações da bolsa em seguida, deixando a Arthur a tarefa de compartilhar os detalhes do que haviam feito.

— Eu não acredito que se infiltraram sem a gente! — reclama Atlas, ao fim da narração, longa e detalhada demais na opinião Kira, ainda ocupada com as anotações, que não fizera questão de interromper.

Pelo menos não estão discutindo.

— Seria difícil passar despercebido com um grupo tão grande — diz Isis com obviedade.

— Da próxima vez leva eu! — acrescenta o garoto, voltando-se para a líder que acaba de terminar o que estava fazendo.

— As habilidades de Arthur foram úteis para passar pelo muro, as suas não seriam — explica monotonamente, enquanto coloca o mapa no chão a sua frente, virado para baixo, exibindo a planta do vilarejo que rabiscara atrás.

— Muito bem, você foi promovido à escada — zomba Drake, fitando o garoto do outro lado da fogueira que sorri brevemente, mas não se dá ao trabalho de responder. — Do que exatamente está reclamando? — pergunta, voltando-se para o garoto ao lado. — Estávamos bem acomodados aqui enquanto eles rastejavam pelos esgotos da vila — desdenha.

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