Capitulo 8 - Ateliê Dior

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Na manhã do dia seguinte, eu havia me levantado cedo para encontrar Alejandra no atelier da Dior. A garota havia marcado o horário junto dos galos, eu não entendia tamanha necessidade de chegar aquele horário em qualquer lugar que fosse, mas parte do trabalho era me adequar aos horários da noiva. Dirijo até a quinta avenida, usando um terninho, como de costume, mas dessa vez preto. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo e nos pés um bico fino de solado escarlate. Meus lábios estão pintados de vermelho e em minhas mãos uma bolsa Chanel protege meu ipad. Em frente ao estabelecimento, espero pacientemente pela loira, ou apenas finjo paciência, já que avisto alguns paparazzis ao redor.

- Desculpa, eu demorei...? - Ela salta de um taxi, vestida em uma roupa de laicra e tênis de corrida. - Me atrasei na academia.

Forço um sorriso para esconder a vontade de acertar um soco naqueles olhos verdes.

- Imagina... - Aponto para as portas de vidro com detalhes em prata.

Logo na entrada, a primeira visão que temos é do salão com chão em mármore carrara. A parede de ferro que cerca a escada, possui o pé direito alto, construído em andaimes, que sustentam manequins do chão ao teto do segundo andar, por todo vão da escada, com vestidos dior, todos brancos. Na base redonda que da inicio a escadaria, mais três manequins, dessa vez as roupas possuem tons de nude.

Seguimos até o segundo cômodo, ultrapassando algumas pilastras e entrando em uma espécie de pátio interno a céu aberto. Olhando para cima, podiamos ver os parapeitos do segundo andar nos cercar e também o céu lá fora. Um lindo jardim verde traz um pouco de cor em meio a tanto branco. Algumas mesas estão dispostas pelo espaço e uma cantina perto fornece aperitivos aos clientes e funcionários. Aquilo ali era tão lindo que parecia uma mini cidade, ou um mini shopping...

Uma mulher de roupas pretas e cabelo chanel tingidos de vermelhos, espera por nós, se levantando da cadeira assim que nos vê aproximar.

- Paris, querida! - Abre seus braços para me receber, junto de um sorriso iluminado.

Retribuo a gentileza, cumprimentando-a como se fôssemos velhas amigas.

- Amber, essa é a Alejandra, noiva da Price's Bell.

- Nos falamos por telefone... - Ela abraça a loira - É um prazer estarmos nos falando pessoalmente! Ja conhece nosso atelier?

- Não.. - Ela diz, com seu sorriso de covinha - Eu conheço a loja de Nova York e da Espanha, mas o atelier eu nunca tive o prazer de ser apresentada.

A ruiva força uma cara de surpresa.

- Ah, então vamos resolver isso. Faço questão de leva-las para um tour em nossa casa... - Aponta para frente, indicando que andássemos, de volta ao salão de recepção.

Forço um sorriso, respirando fundo, lá vai eu, rodar esse lugar pela vigésima vez em menos de um mês...

- Cada cantinho do nosso ateliê, possui uma area destinada a expor alguns dos nossos clássicos. - Nos guia para o lado esquerdo, onde prateleiras expõem bolsas. - Aqui nos temos bolsas desde a primeira criação... Mas mais ali a direita... - Toca nas costas de Alejandra, redirecionando-a para outra area do cômodo, depois das escadas - Nós temos botas e sapatos. Mas o que eu quero te mostrar, de muito especial, é a primeira coleção de chapéu desenhada pelo Christian Dior, em 1935, isso é histórico...

E assim rodamos todo aquele lugar, vendo sapatos, vestidos, tecidos, apliques, escadas e mais escadas, manequins e mais manequins, joias, maquiagens, perfumes... Salas, escritórios, e efetivamente o ateliê de costura. Alejandra parecia maravilhada em viver aquele momento, observando tudo com muita atenção, enquanto se deliciava com uma taça de champanhe, que eu recusei por estar em serviço... Com as mãos em meus bolsos e a mente em minha cama quentinha, eu penso na hora de finalmente acabar aquela tortura.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora