Capitulo 36' - A(mar)

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- Ai meu deus, aqui faz ainda mais frio. - Se encolhe, enquanto a brisa da beira mar tenta nos jogar para trás.

- Não te dá uma sensação de liberdade? - Abro meus braços no meio da areia, fechando os meus olhos enquanto o vento sopra em meu rosto. O cheiro da maresia era simplesmente único. - O dia que eu morrer, quero que minhas cinzas sejam jogadas no mar.

- Não sente pânico? - Ele passa os braços pelos meus ombros, me recostando em seu peito e repousando o queixo sobre minha cabeça. - Pensar que não conhecemos nem metade de tudo isso?

- Não... - Seguro em seu braço, que me abraça. - Acho que algumas coisas não foram feitas para sabermos, mesmo. A ignorância as vezes é uma dádiva.

- Não consigo pensar como a ignorância poderia ser uma dádiva.

- Hm... pensa, Chace e Alejandra estão felizes sem saber de nada.

- Ah... - Sinto sua barriga tremer em minhas costas, quando ele deixa escapar uma gargalhada alta. - E você acha isso bom? Ser enganado?

- Você prefere ser feliz com quem você ama, sem saber que essa pessoa é infiel, ou ser infeliz com alguem fiel mas que você não ama?

- Mas eu me sentiria feliz com alguém fiel...

- Não existe essa opção. Escolhe uma das duas.

- Fidelidade, eu acho... - Deixa a frase morrer, com pouca convicção sobre a sua resposta. - Mas ai eu vou ser infeliz, né? Eu quero ser feliz... mas eu não quero ser corno. O que você escolheria?

- Ser feliz e corna. - Rio, de mim mesma.

- Duvido. Acho que você seria infeliz mas procuraria alguém que fosse fiel. É por isso que Chace e você estão juntos.

- E você seria corno e feliz, é por isso que está com a Alejandra.

- Não sei se estou feliz... - Deixa escapar, em um sussurro, quase como se fosse um segredo terrível.

- Então não deveria se casar!

- Não consigo ser tão filho da puta. Tem muitas coisas em jogo, incluindo a carreira dela.

- Você não é agente publicitário, se ela precisar resolver algo sobre a carreira dela, não vai ser se casando com você.

- Pensei que o lema da Price's fosse casar os noivos a qualquer custo... - Ri, me virando para frente do seu corpo - Vai sujar o nome do seu negócio, assim?

- Bom... - Passo os braços pelo seu pescoço - Ninguém sabe ainda que você vai se casar e ninguém precisa ficar sabendo... - Levanto um pouco os pés, alcançando-lhe um beijo nos seus lábios.

- Ainda não estou muito convicto... - Desliza as mãos até minha bunda - Mas quem sabe até o fim do dia você não me convença?

- E pra onde você quer ir, pra eu conseguir te convencer?

- Por mim, você convenceria aqui mesmo... - Morde meu lábio inferior, com tanta força, que bato em seu peito para que me soltasse, enquanto rimos juntos.

- Ta maluco?

- To, Paris Price! - Segura meu rosto entre suas mãos, esmagando minhas bochechas com força. - To louco nessa carinha feia, sua...

- Ah, por favor, caipira... - minha voz sai abafada, pelo bico que formara ao ter o rosto esmagado - ...feio é você!

Ele sorri, afrouxando as mãos, mas ainda mantendo em mim.

- Perto de você eu sou mesmo... - Seu sorriso brincalhão se transforma em um estranho orgulho. Ninguém, em toda minha vida, havia me olhado com tamanha admiração como naquele momento. Ele não precisava falar que me acha bonita, ou fazer qualquer elogio a mulher que sou, porque estava explícito em seu olhar, a capacidade que ele tinha de enxergar muito além do que eu mostrava. - Quando eu te conheci, eu não imaginava que existia um ser humano dentro da sarcástica Paris Price...

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora