Capitulo 26 - O melhor amigo

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Paris Prices

Assim que chego em Hampton, sou recebida, na porta principal, por um homem em torno de seus 30/40 anos, terno bem alinhado e luvas brancas. Franzo minhas sobrancelhas para aquilo, é sério que agora os empregados estavam sendo tratados como robôs? Não fala, não pisca, nem respira... também não pode tocar nos objetos... Santo deus, alguém precisava parar aquelas pessoas.

- Bom dia. - Eu digo, em meio a reverência que ele fazia. - Você é novo aqui? - Ele assente - Deve ter entrado no lugar do Alfred, eu suponho? - Mais um movimento de cabeça. - Eu sou Paris Price! - Estico-lhe minha mão direita, mas o homem apenas faz uma outra reverência, me obrigando a recolher a mão.

- É um prazer conhece-la, Srta. Price.

- Como você se chama?

- Eu me chamo Adam Locklear, senhorita. - Mais uma reverência.

- Ta... ta...ta... - Abano as mãos no ar - Para de ficar se reverenciando toda hora.

- Me desculpe. - Abaixa sua cabeça, fitando os próprios pés.

- Não se desculpe. Cadê meu pai?

- Na biblioteca. Posso pedir alguém para tirar suas malas do carro? - Assinto para ele - E onde devo deixa-las?

- Em meu quarto e, por favor, peça para limpa-lo até a hora que eu for dormir.

- Acredito que seu quarto ja tenha sido limpo, senhorita, eu mesmo fiscalizei todos os cômodos desta casa. Mas posso pedir que limpem novamente.

- Isso faz algum sentido pra você? Limpar um quarto que já foi limpo?

- Desculpe! - Mas uma reverência, o que me faz rir.

- Eu só estou brincando, Adam, não precisa de tanta formalidade, eu não sou a Elena. - Escuto um vozerio, e aponto em direção ao som - Olha, acho que são eles, uma linda família feliz em uma gloriosa manhã de sábado. - Franzo rapidamente o nariz, escondendo o deboche atrás de uma expressão de meiguice. - Com licença, vou me reunir ao lindo rebanho da pastora Elena. - Imito-o, o reverenciando antes de partir, rumo as portas do inferno.

(...)

Do corredor vazio, eu já posso ouvir o escândalo, tantas vozes juntas que parecia algum tipo de comemoração. Ainda era manhã e eu usava uma roupa de ginástica, legging e casaco ciclista, ambos pretos. Meus pés, estavam protegidos por um tênis e meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Era óbvio que eu não havia feito atividade física as 10 horas de um sábado, mas não queria que Sebastian pensasse que eu estava preocupada o bastante para vir correndo toda linda para ele. Eu preferia que me visse e pensasse: Ela não se importa o bastante para me ver suada depois de fazer bicicleta por horas. Ao mesmo tempo que: Uau como ela consegue ficar tão cheirosa mesmo depois de uma atividade física?

Era o meu suorzinho da Dior, baby!

Quando vou chegando perto das portas de madeira da biblioteca, ouço meu coração pulsar em minha garganta, me obrigando a engoli-lo antes que eu vomitasse-o bem ali. Cada "tututu" podia ser escutado com uma distância de meio segundo cada. Eu poderia dizer que ainda não tinha pensado no que significaria reencontrar a Alejandra, depois de tudo o que aconteceu, mas seria mentira. Não teve um único segundo minuto da minha noite que eu não havia imaginado esse momento, das piores formas possíveis.

Aperto as mãos, respirando profundamente, tentando decifrar o que aquele ar pesado em meu pulmão representava. Batimentos descompassados, suor frio, falta de ar, visão turva... Eu estava sofrendo de infarto, eu tinha certeza. Só podia ser culpa do hot dog que ele me deu, óbvio que queria entupir minhas artérias e me matar, sempre foi o plano do caipira.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora