Capitulo 4' - Um post no instagram

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Passo pela copa, rumo as escadarias que levam para os quartos, quando escuto o frenesi vindo do atelier da minha mãe. Estranho os sons e sigo até o local, aquela era uma área da casa preservada por mim, que nunca deveria ser tocada sem a minha permissão. De todas as suas coisas, aquela era a única que devia ser mantida tal qual era, por ser o seu lugar preferido no mundo.

Ouço a risadaria forte e meu sangue ferve nas veias. Ou os empregados estavam usando como sala de recreação ou... não... Elena era sem noção, mas aquilo... não... não... aquilo era demais...

(...)

Abro as portas com um só golpe e elas se chocam contra a parede do cômodo.

Tudo ainda estava lá, os tecidos, as maquinas, os croquis, os manequins. Minha mãe gostava de costurar, e desde que começou a trabalhar com o papai, se dedicou às noivas, fazia desenhos, escolhia tecidos, chegou a costurar alguns vestidos de noiva. Quando morreu, planejava abrir a sua própria confecção.

Mas lá também estava Elena, com suas mãos sujas em um vestido incompleto sobre um manequim, o último que mamãe tentara costurar. Já era incômodo te-la ali, mas te-la ali com visitas, era o motivo do meu colapso.

- Que isso? - Pergunto em choque, observando as duas mulheres loiras deslizarem as mãos pelo tecido branco, enquanto o único homem, vê uns croquis na ilha de centro.

- Paris! - Todos se entre olham - Não sabia que estava em casa.

- Que isso? - Insisto, sem tirar meus olhos do homem de cabelos pretos, do outro lado da sala.

- Ham... Alejandra e Sebastian são meus convidados. - Elena sorri forçado - Estava mostrando alguns dos desenhos da sua mae para a Ale se inspirar...

- Se inspirar? Ou copiar? Não pode pegar o design de uma pessoa morta. - Me aproximo, com raiva, e puxo os papéis das mãos do único homem ali - Ela não está aqui pra te dar autorização!

- Calma, Paris... ham, desculpa... eu... eu só queria ver... - Alejandra diz - Eu era uma grande admiradora da sua mãe, Elena só foi gentil em me mostrar, não sabia que isso te chatearia.

- Você é uma grande admiradora de todo mundo... - Resmungo entre os dentes, quase inaudível. Viro-me para a mulher, de olhos verdes, que meu pai carinhosamente chamava de esposa - A casa inteira ta pequena pra você? Você tem mais de 30 cômodos, Elena, eu só estou te pedindo para não se meter em um!

- Ta, ta, você tem toda razão! - Ergue as mãos em sinal de rendição. - Eu não devia estar aqui. - Volta-se para o casal - Vamos garotos, a gente conversa na copa.

- E o que eles estão fazendo aqui, em? - Franzo minhas sobrancelhas.

- Ue... - Elena ri, debochada - Alejandra é uma grande amiga lá da Espanha. E é minha convidada, assim como o noivo dela.

- Não me disse isso... - Procuro pelos olhos do moreno.

- Você não me deixou falar.

- Ah a Paris é assim... - Elena ri - Mas tudo já foi resolvido. - Pega sua taça de vinho sobre a bancada que cerca a parede. - O importante é isso.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora