Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]

Capitulo 60 - Arrependimento

Nos dias que se sucederam, Leo e eu nos dedicamos à tirar o meu avô da prisão. Devido ao seu estado crítico de saúde, o médico havia nos dito que ele precisava passar uns dias no hospital, mas agora não seria mais necessário que ficasse na Unidade Intensiva.

A empresa estava sob investigação, mas pensando nos clientes, o juiz havia permitido que continuássemos nosso trabalho enquanto isso, no entanto, todas as contas teriam que ser avaliadas judicialmente, cada centavo que entrava ou saia, seja para pagar funcionários ou orçamentos, era de responsabilidade de um administrador judicial. Assim, passei a ser funcionária dentro do meu próprio negócio, tendo que cumprir horário e receber mensalmente como todos os outros. Aquilo estava sendo, simplesmente, terrível, e humilhante.

Devido à isso, meu avô passou a ficar no hospital na companhia do Affie, enquanto eu seguia trabalhando como nunca antes. De alguma maneira, aquilo me fazia bem, me ajudava esquecer que Sebastian e eu não nos falávamos à três dias. Ele não voltou a procurar por mim, tampouco eu por ele.

Para não ser injusta, ele até tinha enviado algumas mensagens, todas vazias de sentimento, quais eu me recusei a responder.

- Bom dia, Paris. - O homem careca, vestido em um terno azul marinho entra na sala, segurando uma planilha em mãos. - Trouxe os orçamentos aprovados.

- Bom dia. - É tudo o que me limito a dizer, sem tirar meus olhos do computador, onde eu analisava alguns convites virtuais.

Entendendo que não tiraria nada de mim além de duas palavras, ele apenas solta os papeis na mesa, me forçando a passar os olhos rapidamente por eles, o suficiente para ver a lista de clientes e conseguir reconhecer o terceiro nome nela.

E ali estava ele, Sebastian Stan ainda ia se casar, e eu não podia escolher não fazer o seu casamento, porque essa escolha não cabia mais a mim. Eu nem podia acreditar no que meus olhos estavam vendo... queria pensar que tudo aquilo era parte de um pesadelo. Na verdade, o pesadelo foi me relacionar com ele, nada disso estaria acontecendo, se eu me mantivesse fiel as minhas convicções. O amor não existe!

- O casamento mais esperado do ano... - Sussurro para mim mesma, segurando a folha e a erguendo na altura dos meus olhos. - Perfeito!

- É uma pena o dinheiro de vocês estar bloqueado... - O administrador lamenta - Vocês teriam um lucro absurdo com esse casamento.

- Além de tudo, eu ainda tenho que trabalhar de graça. - Sorrio, tão fraco que o sorriso quase não se forma em meus lábios.

Aquilo tinha dedo da Alejandra, era óbvio que me obrigaria a assistir os dois se casarem, ela sacrificaria a própria reputação, depois de tudo o que aconteceu, para me ver sofrer, mas ela estava muito enganada se acreditava que doía... eu não sentia nada além de uma dormência no corpo. Meu coração estava enrijecido como pedra e eu tinha voltado a ser a mesma Paris de antes.

- É verdade? O que dizem os rumores? - Finalmente subo meus olhos até ele, confusa com o propósito daquela pergunta descabida.

- Não viu que a equipe publicitária dele já desmentiu? - Pergunto, com um desconforto que me arranhava a garganta.

- Vou te deixar trabalhar... - Suspira, com um olhar de pena tão grande que seu queixo quase treme de tristeza.

Responder uma pergunta com outra não enganava ninguém. Era óbvio que os rumores eram verdadeiros, e ver o post em seu instagram, onde ele desmentiu ter tido qualquer envolvimento comigo, tinha sido um tiro no meio do meu coração. Um tiro tão forte que a bala me atravessou... eu tinha um buraco que jamais seria fechado.

Finalmente, depois de dias fingindo que aquela situação não me abalava, eu chorei, segurando o orçamento do seu casamento milionário em minhas mãos. Meus olhos já nem podiam ler seu nome, de tão embaçados que haviam ficado.