Capitulo 42 - Eu conheço Paris Price

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Sebastian Stan

Volto para a festa, determinado a esquecer tudo o que tinha acontecido do lado de fora. Eu me envergonhava de ter decidido abrir mão de dois anos de relacionamento para ser rejeitado daquela forma. Me sentia péssimo, com uma tristeza profunda no peito, uma sensação de que havia perdido algo muito importante, um sentimento de luto. A festa já não parecia mais interessante aos meus olhos, eu estava amargurado, sem expectativa de dias melhores. Era um pouco dramático dizer isso, mas a agonia dentro do meu peito era muito parecida com a morte.

Mas quando cruzo o hall, alguns dos meus amigos vêm me abraçar. Já estavam bebados, enrolando a língua e falando coisas sem sentidos. Um deles puxou um coral de "Sebastian é um bom companheiro", fazendo eu me encher de vergonha. Eles faziam piadas sobre como eu ia me tornar pai de família agora, e logo teria que trocar o copo de chopp por uma mamadeira. Mas isso não era um problema para mim, eu realmente queria filhos e queria viver essa experiência. Nunca fui um cara que gostava de festas e baladas, meu objetivo de vida sempre foi o de formar uma família, quero isso desde muito jovem, mas meu sonho foi interrompido por um trauma do passado. Parecia que o destino estava me dizendo que a vida que eu queria ter, não era para mim, já era a segunda tentativa de casamento que me frustrava.

- Vira vira vira... - Eles tentam me obrigar a tomar uma garrafa de champanhe, mas eu não estava no clima para isso.

- Pessoal, vai com calma, ainda tem o jantar! - Alejandra fura a rodinha, passando os braços pela minha cintura. - Quero todos vocês com o paladar bom para provar o buffet, então, o champanhe está temporariamente cortado. - Ela toma a garrafa para si e recebe como resposta uma onda de reclamações. - Podem chorar na sala de jantar! - Ela empurra os ombros de um deles, o guiando para longe.

Observo todos seguirem ela, animados, cantando uma música antiga da nossa época de escola.

No fundo da sala, sentado em uma poltrona, está Chace, com os cotovelos no joelho, um copo de whiskey à cowboy e uma tristeza absurda no olhar. Eu não devia sentir vontade de ignorar, mas eu sentia, queria conseguir não me importar, queria não ter visto, mas ao mesmo tempo, eu odiava ser egoista a esse ponto.

Me aproximo dele, com as mãos nos bolsos e sem esboçar um único sorriso que fosse. Ele me fita em silêncio, esperando que eu mesmo puxasse algum assunto. Naquele momento, vendo o seu olhar sobre mim, eu me pergunto se ele fingia não saber de nada e apenas esperava que eu contasse. Estava me sentindo constantemente sendo testado.

- E a namorada? Cadê? - Forço um sorriso, parando a sua frente - Vocês não vão se juntar a nós para o jantar?

- Não faço ideia de onde ela está. - Dá de ombros, girando o líquido dentro do copo. - Essa casa possuí muitos cômodos, é como procurar agulha no palheiro.

- Vocês brigaram?

Seus olhos sobem até os meus e sinto uma pontada na boca do estômago. Era culpa!

- Ela ficou chateada porque tentei fazer algo legal...

- Como assim?

- Ah... - Sorri, de um jeito nervoso, não feliz. - Ela vive reclamando que ta cansada do trabalho, ficou falando que a Alejandra suga ela demais. Conversei com a Ale sobre isso, decidimos que hoje o Rafael assumiria a festa, sabe? Ele é diretor da agência, eu achei que ele deveria trabalhar um pouco e deixar a Paris descansar...

- E tomou essa decisão sozinho com a Alejandra? - Franzo minhas sobrancelhas para ele. - Sem me consultar? Bom, o casamento também é meu.

- Desculpa, irmão, eu não tive muito tempo para pensar. Só mandei uma mensagem pra ela de manhã, eu pensei que tava ajudando.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora