Capitulo 7 - Santo Casamenteiro

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Fazia algum tempo que eu não passava minhas noites naquele quarto, mas tudo ainda estava exatamente como eu me lembrava, a mesma cama cheia de almofadas, o mesmo papel nas paredes decoradas com os mesmos quadros... Na estante de prateleiras, ao lado da cama, eu ainda tinha meus livros preferidos de quando era adolescente, e também os globos de neve de cada país que visitei na europa, alguns porta retratos e pelúcias colecionáveis... Era como se o mundo tivesse parado, por ali, esperando o dia que eu entrasse novamente por aquelas portas. Nem mesmo a colcha vermelha, que joguei sobre o edredom branco no dia que decidi sair daquela casa, havia sido mexida. Em cima da lareira, o vaso de flores secas mostrava que ninguém nunca teve coragem de mexer em minhas coisas, nem mesmo para limpar, era como se eu tivesse morrido e lembrar de mim fosse doloroso, ou talvez só, realmente, não se importassem... era difícil dizer.

- Obrigada. - Digo à empregada, que viera trocar o forro de cama, enquanto reviro o número do Chace em minha agenda. Eu havia saído tão rápido do hotel que não tivera tempo de me explicar para ele.

- Paris? - Ele atende, surpreso e ansioso - Paris, o que aconteceu? Te deixei milhares de chamadas, você saiu daqui às pressas...

- Desculpa... - Caminho até a poltrona no canto do quarto. - Lembra que eu te falei sobre aquele jantar em familia?

- Hum? - Resmunga, chateado.

- Então, eu precisei vir... - Inspiro todo ar que posso, enquanto me sento.

- Dirigiu ate Hampton chapada, sozinha, de noite...

- Eu tava bem. - Sorrio, achando fofa a sua preocupação. - Achei que pudesse convencer meu avô a não aceitar o Rafe na empresa...

- Conseguiu?

- O que você acha? Te dou um brinde se acertar...

- Provavelmente não...

- Essa foi previsível, né? - Rio, mais uma vez, como uma forma de mascarar a minha dor.

- Eu sinto muito, meu amor...

- É, eu também... - Dou de ombros, como se ele pudesse me ver, quando na verdade eu só estava tentando soar convincente para mim mesma de que toda aquela história não estava me machucando.

- E o que pretende fazer?

- Eu podia sair de lá... - Me abaixo, para remover meus sapatos e esticar um pouco os dedos. - Mas eu sou uma Price... Ja abri mão da minha casa, não vou abandonar a empresa que eu peguei engatinhando e fiz correr... A vogue paris está atrás de uma matéria, Chace. Acha que vou deixar tudo isso pra Elena e o Rafael destruirem? Eles vão ter que me matar, porque eu só saio de lá morta!

- Então vai trabalhar com Rafe? - Seu tom de voz soa preocupado e também incomodado.

- Vou... - Recosto na poltrona - Como foi seu fim de noite? - Pergunto, mudando bruscamente de assunto, sem vontade de me extender em um assunto que não havia solução.

- Preocupado ne, Rose! - Sua voz engrossa e sei que esta zangado, ao me chamar pelo nome do meio. - Você sumiu, não me ligou nem atendeu minhas ligações e eu não tinha a quem recorrer, nem sua secretária sabe da minha existência. Pra quem eu poderia ligar..?

- Já conversamos sobre isso, Chace...

- Então precisamos conversar de novo!

Bufo, alto o bastante para que ele me ouvisse do outro lado da linha.

- Outra hora, ta? Eu to cansada, estressada e ainda vou acompanhar uma noiva na prova do vestido amanhã cedo... Sabe que, por mais que eu goste de você, que eu goste da gente, isso não é uma prioridade agora!

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora