Capitulo 45 - O fim das mentiras

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No meio daquele caos, a primeira reação do Sebastian foi de me abraçar, como se o homem caído no chão, aos prantos, nunca tivesse me visto nua, na vida. Mas, diferente disso, a minha não foi de me esconder, mas de sentir, imediatamente, a dor dele.

- Chace... - Saltei da banheira, sem me importar de pisar no vidro de perfume quebrado, pelo chão.

Seus olhos avermelhados subiram até mim, fitando meu corpo nu, como se ainda não acreditasse no que via. E então, ele chorou novamente, socando o chão algumas vezes para se livrar da raiva crescente que o dominava. Rapidamente passei um roupão pelo corpo, que achei pendurado por ali, antes de me ajoelhar a sua frente e tentar toca-lo, e ser repreendida pelas suas mãos que empurravam as minhas.

Do outro lado do cômodo, ainda dentro da banheira, o outro rapaz também chorava. Ninguém parecia violento, como eu imaginava que estariam. Ninguém gritou de raiva, ninguém xingou. Apenas sentiam a dor intensa em seus próprios corações.

- Chace..? - Tento mais uma vez, preocupada com o seu estado de choque.

- Fica longe de mim! - Ele exige, sem levantar a voz, apenas travando seus dentes e finalmente espumando de raiva.

- Você tem que me escutar...

- E VAI DIZER O QUE? - Grita, finalmente saindo do estado de transe em que se encontrava e me fazendo cair sentada, ao me assustar. - QUAL DESCULPA VAI DAR, PRA ESTAR TREPANDO COM O MEU MELHOR AMIGO?

Aperto os olhos, sentindo o peso daquelas palavras.

- Chace..? - Sebastian quebra o silêncio, ainda dentro da banheira, escondendo o rosto nas mãos.

- CALA BOCA! - Esbraveja como resposta. - Você é um merda, não tem nem coragem de olhar na minha cara... - Se engasga com o choro e isso abre um buraco ainda maior no meu coração.

E então, Sebastian respira fundo, finalmente tomando coragem de se virar para ele.

- Me desc...

- DESCULPA? - ri, se colocando de pé e avançando sobre o outro. Destravo o meu corpo, que até então estava jogado no chão, inerte. Corro em direção a ele, quando suas mãos agarram Sebastian pelos braços, violentamente, tentando arrasta-lo para fora da banheira. - COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE PEDIR DESCULPAS? - Entrelaça as mãos no pescoço do outro, fazendo seus olhos se esbugalharem.

- CHACE, PARA! - Agarro em seus braços, tentando puxa-lo para trás, mas finalmente ele estava sendo dominado pela raiva, enquanto Sebastian não reagia, apenas deixava que o amigo descontasse sua ira, quase como se acreditasse merecer.

- VOCÊ SABIA O QUANTO ISSO ERA IMPORTANTE PRA MIM! - Fecha o punho, acertando um soco no rosto de Sebastian, sem dimensionar onde pegaria, acertando seu nariz que prontamente sangra. Um grito escapa da minha boca, mas Chace não se importa, mesmo com Sebastian se encolhendo para proteger o rosto, ele continuava com seus socos, acuando o outro que nem mesmo podia se colocar de pé dentro daquela banheira. - COMO VOCÊ FOI CAPAZ DE FICAR COM ELA?

- CHACE, PELO AMOR DE DEUS! - Me jogo dentro do lugar, junto dos dois, protegendo Sebastian com meu corpo, que enfio entre eles, quando Chace ameaça um soco mais forte, que pegaria em suas costelas.

Fecho os olhos, temendo que ele não conseguisse parar a tempo de me machucar também, mas Chace era um cavalheiro e, por maior que fosse a sua raiva, nunca levantaria sua mão para mim.

- Para de ser covarde! - Ele diz ao Sebastian - Para de se esconder atrás de mulher!

Procuro pelo rosto do rapaz, quando me assusto com a quantidade de sangue espalhado pela banheira.

Paris Price - "Missão St. Antonio" [ Sebastian Stan ]Onde histórias criam vida. Descubra agora