° Capítulo 22 °

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─ Aonde vamos, Nikki? ─ intermédio na situação, no mesmo, qual eu e Nikki andamos pela calçada, há várias quadras da minha casa, literalmente de mãos dadas.

Alguns nos encaram.
Esses alguns sabem quem sou. Sabem o que significa o nome Cris Bellini. Sabem a estrela que me tornei. Sabem quem sou desde criança. Sabem e me conhecem muito bem através de fofocas, noticiários, ou são amigos de amigos, amigos de familiares meus. E principalmente, sabem quem é Nikki, a cima de tudo, pois essa cidade é movida a rock n' roll. Também estão sabendo, com quem namoro, e por isso há estranheza predominante em suas miragens.

Mas isso vai além de um namoro. Vai além do que pensei quando era criança, caso "um dia eu encontrasse Nikki Sixx", e evidentemente não é uma gaia na cabeça do meu namorado.

Eu vou descobrir o que é isso, e descobrirei dentro de minutos.

Um andar de mãos dadas, não significa praticamente nada, mas pode significar tudo - ainda mais, para os de fora, diversas vezes.

─ Eu só estou andando. ─ fala, parando aos poucos. Paralisados, seu crânio move-se no meu rumo. ─ Pensei que você estava me levando para algum lugar.

─ Eu pensei que você estava me levando para algum lugar. ─ repito e ele inclina a cabeça. ─ E agora?

─ Agora você decide o que vamos fazer.

─ Não tem muito o que fazer aqui. ─ digo. ─ Já te disse isso.

Os olhinhos de Sixx, rolaram a uma bicicleta, escorrada em um poste.

Seus dedos escapam dos meus, seus pés vão no automático até ela, e suas mãos a desencotam do poste, a segurando firme próxima a seu corpo.

Observo a peça. É uma caloi cerci, de 1980, dourada, e quando noto, Nikki já estava embarcado nela.

─ Embarca aí, criança. ─ diz, batendo sua mão no acento atrás de si, qual serve para levar uma segunda pessoa.

─ Não vamos roubar uma bicicleta. ─ rebato friamente, cruzando os braços.

─ Eu roubar. ─ Nikki diz, apontando para si, imitando voz dublada de japonês. Após, ele aponta para mim. ─ Você cúmplice.

─ Nos na cadeia. ─ sigo sua estratégia, não concordando.

─ Você roubava antigamente. ─ ele espera para continuar a falar, e ao voltar, esbugalha BEM os olhos, com um sorriso estranho. ─ Continua uma ladra de quinta.

─ Ei! ─ exclamo intrigada. ─ De quinta não! Nunca fui pega roubando!

─ Então me prova que não é de quinta, Bellini. ─ Sixx provoca, com seu belo sorriso preso a seus lábios.

Uma gargalhada escapa, e assim me aproximo.

Ele tem razão.

Ladra no passado, ladra agora. O que muda, é que agora, roubei o coração de um tal Saul Hudson - só não devorarei seu coração, como Jeffrey Dahmer.

Embarco na bicicleta, agarrando os ombros de Sixx.

─ Começe a pedalar, escravo Nikki. ─ ordeno, deixando um tapinha em sua nadega direita.

─ Você devia estar pedalando. ─ fala ao tornar o corpo para mim. ─ Você é bem mais nova que eu.

─ Seja um bom homem. Seja cavaleiro. E pedale você!

─ Criança, eu sou vinte e dois anos mais velho que você. ─ rebate. ─ Eu tenho idade para ser seu pai. Respeito, por favor.

─ Aí, nossa, Nikki. ─ finjo estar tocada, posicionando minhas mãos sobre meu coração e abaixando as sobrancelhas deprimentemente. ─ Como você me emocionou com essa história.... ─ rolo os olhos, cortado o teatro. ─ Cala boca e pedala! Você está falando como se fosse um ancião!

❛ ANJO CAÍDO 2 ❜ ‣ Slash Onde histórias criam vida. Descubra agora