❛ ANJO CAÍDO 2 ❜ ‣ Slash

° Capítulo 20 °

No dia seguinte...

Um penetrável zumbido entrou em meu sono.

Então olho para o lado, vendo papai roncando feito um porco, com uma babinha escorrendo no canto de sua boca.

Ele é tão lindo acordado. Mas o ver dormindo é de assustar.

Olho para lado contrário, localizando embasasamente um mini relógio. São três da manhã. Acredito que há uma brecha para me enfiar no sofá... Com Slash.

Escapo da cama com lentidão, pondo os pés um a frente no outro, para o deslance que nomeiam de caminhar. Piso em ovos, o caminho todo, evitando ruídos que despertem qualquer atenção.

No percurso das escadas, eu o avistei atirado no sofá. Um ronco suave escapa de sua boca, meu namoradinho está de bruços no sofá, com os braços cruzados sobre o travesseiro, e através deles, seu rosto descansa.

Nosso pequeno Eclipse está deitado em suas costas, também adormecido.

Caminho mais, me aproximando mais, e fico na sua frente.

Seu cabelo está alto. MUITO ALTO.
A respiração vem e vai, intermediada por um ronco suave. Alguns cachos, não tão acabados como os outros, preenchem as letrais de seu rosto, e ele está sem camisa - tal coisa coisa que me atordoa.
O ar estar úmido e gélido.

Eu ergo minha colcha do grêmio, que veio do Paraguai, e me infiltro abaixo dela. Ponho meus braços em seu tronco, e as pernas em torno do seu quadril. Observado pela minha pele no contato da sua, especificamente na região de minhas pernas, destinguo que ele só está usando uma cueca box.

A lembrança de sua roupa íntima de super-herói, no específico dia do rio, vem a minha mente, me obrigando a rir baixo.

Acomodada por completo, eu o olhei e pisquei. Então, lembro-me do seu rosto, seguido de uma escuridão sem fim.

Presa naquela escuridão, senti seus braços em mim, me segurando com brio selado a cuidado. Não abro os olhos, me deixo cair em volta daquela escuridão de novo. E ao ganhar minha consciência, rolo no sofá.

De fato, rolei no que havia a crença de ser um sofá, pois na verdade era minha cama.

O sono cai desta vez, não fui eu que cai nele.

Me sento na cama, tendo inúmeras lágrimas entorpecendo minha visão. As contenho e salto da cama.

Ajeito minha camisola, e voo para baixo, aterissando nas escadas, com outra visão de meu namorado.

Acordado e de barriga para cima, com as mãos atrás da cabeça, estirado no sofá, e agora, Eclipse pulando sobre seu tronco pelo mesmo não estar dormindo, lambendo seu queixo.

─ Para, Eclipse! ─ Slash exclama, afastando o animalzinho com a mão. ─ Não sei porque a Cris não segura você no quarto dela... ─ continua, retomando sua posição inicial, fixo ao teto, com aquele ar sábio de pessoas pensantes; e nesta hora, meu cachorro para, me encarando com as orelhas em ponta. ─ Aí sobra pra mim... Sempre.

Eclipse dispara, vindo a meus pés, pulando, pedindo colo. O pego, e ao erguer minha visão, meu namorado me encara.

Faço carinho no cãozinho, enquanto trocamos uma olhada estranhamente sem sentindo e explicação, com um vazio constrangedor no ar.

Slash lambe os lábios, o mordendo na sequência que fita-me por inteiro, guiando os olhos por mim.

─ Não precisava vir me fazer companhia, gatinha. ─ diz, notavelmente com a visão perplexa em meus seios.