❛ ANJO CAÍDO 2 ❜ ‣ Slash

° Capítulo 3 °

Cansei de alugar cadeira.

A conversa na roda sempre originou boas causas, não se tornaria entediante nem em mil décadas, e terminou ficando melhor ainda quando Clar e Akira apareceram na nossa mesa. Mas, a mesa lotou, e lotações em específicas, não são lá do meu agrado, então simplesmente meti o pé.

Sai passeando entre mesas, bebericando um tanto de bebidas aleatórias, misturando de tudo e mais um pouco em meu estômago - se eu passar mal, que a razão foi essa, e não dará para negar.

Entre mesas e mais mesas, a uma distância quilométrica, consegui observar meu irmão ao lado de meu pai, conversando calmamente. Se Dantan tivesse, atualmente, aquele cabelo platinado ridículo, eu me sentiria com nove outra vez - pois nesta específica data, passada por minha vida, ele tingiu os cabelos.

Não sei qual das opções era a mais clara nestes tempos: a qual Dantan estava horrível, ou a qual, meu irmão se achava o garanhão, rei delas.

Terminei vaguando tanto até encontrar Steven, sentando em uma mesa conversando, possivelmente, com figuras que acredito serem seus irmãos.

─ Cunhadinho... ─ murmúrio no português, chegando perto, não dando chances a possibilidades em que talvez seus irmãos puxem assunto comigo. ─ Viu meu namoradinho? ─ completo, me abaixando ao lado de Adler, enquanto o mesmo profere sua atenção a mim.

─ Saiu para fumar. ─ responde, passando a mão por meus cabelos, e eu, sorrio gentilmente. ─ E me faz um favor... ─ prossegue, procurando algo em seus bolsos. ─ É do Slash. Devolve pra mim? ─ finaliza, soltando uma câmera em minhas mãos.

Em reposta, aceno, erguendo-me com leveza.

─ Ele está perto das árvores. ─ Steven informa. ─ Lá no fundo.

─ Ok... E obrigada. ─ digo, entre o segundo que beijo sua bochecha com força, logo, saindo pulando, igual uma gazelinha.

Ainda entre saltos, seguindo para as árvores, liguei a câmera somente para conferir se havia bateria no aparelho, e ao isso ser confirmado, dei uma olhada no armamento.

Slash não ligaria a tal, e obviamente ele faria o mesmo.

O objeto é da Sony, é verdinho, cor de maconha, em um neon reluzente. Quase ninguém tem uma dessas, é digital, e mesmo que já tenha passado cinquenta anos de sua invenção, a fotografia de filmes continua sendo dominante. Eu mesma, tenho uma daquelas, de filme, e muitos carregam rolinhos de filmes, assim como eu.

Achei até fofo, e MUITO moderno, mas por não ser difícil de mexer, em um toque, comecei a fuçar na mesma.

As fotos eram meias variadas, meio aleatórias, - as quais acredito que possivelmente Steven as tirou, e eram registros de copos, ou flores - tendo ao meio das imagens, fotografias de meu namorado e seus amigos fazendo carreta.

Encontrei alguns registros meio anormais, tipo, fotos do Izzy dormindo, um vídeo do Slash caindo da cadeira porque Duff o empurrou - que foi gravado por Steven, e ouvia-se seu riso, semelhante a um relinchar -, e também, um vídeo de Axl imitando a voz de Vinnie naquela gravação de noventa e bolinha, qual o loiro o chamava para um "acerto de contas" - ou brigar.

Por fim, ao não achar mais nada interessante - até mesmo, só haviam imagens do casamento, nada além deste dia - resolvi usar a câmera.

Acessei no aparelho a função da câmera, e coloquei a mesma numa diagonal que pegava meu rosto de cima, a partir de minha testa, sendo apenas o lado esquerdo em específico. Deixo a pontinha da minha língua cair para o lado esquerdo também, e praticamente, registrando somente a visão esquerda do meu rosto, a câmera reproduz um barulhinho, indicando que a fotografia forá salva.