Trono de Espinhos - Daemyra (CONCLUÍDA)

A Traição de Daemon

Oi, gente. Primeira fic Daemyra. Se eu tiver comentários, prometo que atualizo aqui kkk
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No começo, foi bom. O Trono de Ferro não tinha sido feito sob medida para mim, mas era como se tivesse sido. Fantasias alucinadas da minha infância eram materializadas à minha frente conforme Viserys, ainda vivo, dobrava o joelho para me olhar lá debaixo. Não só ele, mas Alicent e Otto Hightower - junto à sua cambada de netos -, Mellos com toda a sua suposta sabedoria, Larys Strong lutando para se sustentar na bengala; todos, todos daquele estúpido Conselho montado por Viserys olhando-me como se eu fosse uma mistura de um deus com um demônio.

Toda a glória humana resumia-se a nada perto do que eu tinha conquistado. Se eu sorria, não me lembro, mas o êxtase certamente era visível em meu olhar. Ver os Lordes de diferentes Casas humilhando-se à minha frente, aqueles mesmos Lordes que tinham jurado lealdade a Rhaenyra, aqueles mesmos que me olhavam com asco quando eu era apenas Mestre das Leis, todos dobrando os joelhos, um por um, abaixando as cabeças, um por um, refazendo votos de lealdade que agora se destinavam a mim. Vhagar, o maior dos Dragões, tornava-se pequeno perto de mim. Se pensavam que eu era um usurpador do trono, não importava; todos se calavam quando eu começava a falar. E eu falava pouco, porque meu olhar já dizia tudo.

- Todos saúdam Daemon Targaryen, o Primeiro de seu nome, Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Protetor do Reino Príncipe e Pedra do Dragão, Portador da Irmã Negra e Senhor dos Sete Reinos!

Viserys não me coroou pessoalmente. Declarou a nova linha de sucessão através de uma carta oficial que foi lida em voz alta - e a contragosto - por Otto Hightower. A única pessoa a segurar a Coroa fui eu, e se alguém a alocou sobre minha cabeça, esse alguém também fui eu.

A comoção foi muita. Em um Reino onde o medo a incerteza pairavam sobre a cabeça de todos e no qual o suposto sucessor ao trono era nada menos que uma garota de dezenove anos, Daemon Targaryen era um alívio aos ouvidos da população infeliz. Alguns me tinham por louco, mas o meu sangue era valiriano, eu montava Caraxes, era portador de uma espada lendária, tinha experiência no campo de batalha e - acima de tudo -, diferente de Viserys, eu não estava demente. Eu era, de todas as opções possíveis, a melhor. A violência na cidade seria controlada pelo punho de ferro que eu instauraria meses depois. Mas não foram precisos muitos meses para eu começar a me aborrecer.

- Sua Excelência, nós procuramos por ela pessoalmente. - Ryam Redwyne disse em voz alta após uma longa reverência, e sua voz ecoava pela sala do Trono. - A Princesa Rhaenyra não está em nenhum lugar possível em Porto Real.

- Ela está em Porto Real. Rhaenyra não saiu por mar, e se Syrax tivesse voado, eu seria o primeiro a saber.

Eram uns incompetentes, e Rhaenyra era, no mínimo, ultrajante. Ela não havia aparecido desde a minha coroação e já fazia vinte e um dias que eu ocupava o Trono de Ferro. A partir da quinta noite, eu tinha me dedicado a montar Caraxes durante a madrugada para procurá-la no céu - contra as sugestões do Pequeno Conselho - e as noites mal-dormidas já estavam me rendendo olheiras. Sem descanso, meu humor piorava, e junto com ele pioravam também as punições que eu aplicava sobre aqueles que não obedeciam ao comando da Nova Coroa.

- Procurem de novo.

Minha voz já soava ríspida e meus dedos já tilintavam no apoio de braço. O tempo passava e o posto de Rei começava a me entediar. Eu me deitava com três mulheres diferentes por noite, bebia cinco garrafas de vinho para apressar a passagem do tempo e não confiava em ninguém além de Caraxes, a quem eu visitava toda madrugada. Na manhã seguinte, o tédio voltava, com navegantes de diferentes cantos do Reino pedindo autorização para comercializar nos nossos portos, cidades em guerra pedindo por auxílio, representantes do povo implorando por uma solução contra a praga das suas plantações. Até que matei um deles.