Aceite a vitória

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boa tarde, família

vocês não imaginam o que lhes aguarda kakakakjkkkk

(me deixem comentários)

*

*

No dia seguinte, Rhaenyra voou em Syrax e não participou dos assuntos da Corte durante todo o dia. A minha ansiedade não poderia ser maior, porque agora, além de ter que ouvir Lorde Corlys Velaryon reclamar sobre a situação nos Degraus, eu ainda tinha que pensar que Alicent já estava há cinco dias trancada numa torre, e algumas conversas na Fortaleza inevitavelmente a mencionavam. Eu não havia dado justificativas oficiais para mantê-la em cativeiro, e isso só piorava a minha situação. A cada dia que se passava, havia um risco maior de que ela - ou os seus - espalhassem algum rumor trágico dentro da Corte.

Quando aquele dia infinito chegou ao fim, o meu humor ia de mal a pior. Quisera eu estar montado em Caraxes e varrer os céus sem preocupações, mas eu agora era Rei, e apesar de ter quase tudo o que queria, eu não tinha mais a minha liberdade. Um Rei ausente era um Rei fraco, e o Trono era meu para manter.

A noite caiu e eu já estava nos meus aposentos, abrindo uma garrafa de vinho. Já tinha perdido as esperanças de ouvir de Rhaenyra naquele dia, mas tão logo me joguei sentado em uma das poltronas, já com a taça em mãos, alguém bateu na porta do lado de fora.

- Entre - falei, já pensando que seria Redwyne ou coisa do tipo. Mas não era. Inclusive, a pessoa não entrou, e eu estranhei. Levantei-me da poltrona, caminhei até a porta e encontrei não apenas um visitante, mas seis. Os criados carregavam toalhas de mesa, jogos de pratos e taças limpas; havia uma travessa de prata e dois arranjos de flores, e eu fiquei tão surpreso que demorei a processar aquelas imagens.

- Vossa Alteza - o primeiro deles fez uma longa reverência. - Espero que não tenhamos chegado cedo demais.

- Onde vocês pensam que vão com isso? - Apontei para toda aquela prataria. Foi então que os criados se entreolharam com um misto de medo e preocupação; pareciam tensos ao perceber que eu não sabia do que se tratava.

- É... que... a Princesa Rhaenyra nos informou que haveria um jantar privativo hoje...

- Aqui? - Arqueei as sobrancelhas.

O homem assentiu com a cabeça.

- Entre vocês dois - explicou.

Eu me apoiei na porta e refleti por alguns segundos, encarando a toalha bordada que o homem segurava. Era possível que Rhaenyra tivesse planejado um jantar privativo em silêncio, e quisesse ter aquele momento a sós comigo àquela hora da noite? Talvez... um jantar romântico? Aquela vaga ideia me fez rir sozinho.

- Se Vossa Graça não nos der autorização, podemos simplesmente voltar-

- Entrem - decidi, e de repente meu humor já tinha melhorado.

Os aposentos reais incluíam um cômodo gigantesco, e inclusive havia nele uma mesa de jantar. O motivo era que às vezes eram feitos encontros secretos, jantares organizados para que se tratassem assuntos altamente confidenciais. Antes de mim, outros Reis já tinham se reunido com subordinados de confiança naquele mesmo quarto para falar sobre guerras, comitivas e tratar de outros temas importantes. Mas a mesa quase sempre ficava esquecida a um canto; exceto por aquela noite.

Os criados montaram um ambiente perfeito em questão de poucos minutos. Vestiram a mesa com a toalha bordada em ouro; organizaram os talheres, encheram os copos com vinho; acenderam mais velas para que pudéssemos enxergar melhor na escuridão da noite; depositaram os arranjos de flores sobre a mesa, e elas eram de um vermelho vívido como o rubi do anel de Viserys. Em seguida, começaram a trazer os pratos, e eu me surpreendi com o que Rhaenyra havia planejado: havia romãs, tâmaras e cerejas, queijos de diferentes tipos, uma peça de cervo assado.

Trono de Espinhos - Daemyra (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora