A Traição de Rhaenyra

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Olá, meus amores. A gente se vê nas notas finais.

CAPÍTULO 12

A festa de noivado transcorria como se nada estivesse acontecendo nos bastidores, mas na penumbra, eu me reunia com Orwyle, Willifer e Mollos, três dos melhores meistres que serviam à Coroa, para discutir a situação de Rhaenyra. Estávamos nos meus aposentos - onde eu e ela havíamos nos deitado juntos há não mais que uma hora - mas em condições muito diferentes. Enquanto Rhaenyra permanecia deitada à minha cama como se já fosse Rainha, eu próprio não conseguia nem mesmo me sentar; caminhava de um lado para o outro em uma tentativa de aliviar a ansiedade.

— Vossa Graça — Orwyle falou em voz alta após alguns minutos analisando a Princesa. Os outros dois sussurraram coisas entre si. — Devo pedir para que os outros meistres se retirem, pois aqui vamos tratar de um assunto confidencial. E eu, sozinho, consigo avaliar o estado de Rhaenyra.

— Confidencial? — Repeti, olhando-o de lado.

— Acredite em mim, Alteza. O senhor irá preferir desta forma.

— Saiam — ordenei aos outros dois. Eles se retiraram, mas ainda sussurravam como se estivessem fofocando pelas nossas costas.

O clima no quarto era pesado. Desesperado como eu estava, assistindo Orwyle sentado na poltrona ao lado da cama onde Rhaenyra permanecia desacordada, debrucei-me na mesa.

— Vá direto ao ponto, Orwyle — rosnei como um animal.

Apesar da ameaça, ele não se intimidou; na verdade, parecia estar mais com medo de minha reação frente à notícia que me daria do que frente ao seu silêncio. Passou lentamente a mão no rosto para secar seu próprio suor, e aquela mão tremia.

— Orwyle.

— Sua Graça... Rhaenyra não está em um estado terminal — murmurou. — Mas honestamente, para ela, temo que era melhor que estivesse...

— Como é?

— Rhaenyra está grávida — sussurrou mais para dentro do que para fora, e eu senti meu próprio coração dando um solavanco. — Pelas minhas contas, de cerca de seis semanas.

Não sei que expressão fiz. O que sei foi que senti o sangue lentamente abandonando meu rosto, de forma que alguns pontos escuros surgiram em minha visão. Minhas pernas vacilaram e caí sentado sobre uma das cadeiras.

— E-Ela... ela provavelmente tomou algum chá... — ele ainda sussurrava. — Não fui eu que dei... não fui eu que dei... pelos deuses...

— Não.

— Sei que... as circunstâncias não são boas...

— Não...

Agora era as minhas mãos que tremiam. Não era possível. Não era possível. Grávida de seis semanas... minha mente desesperadamente trabalhava para aumentar a margem de erro nas contas de Orwyle, mas não importava quão iludido eu fosse, seis semanas jamais poderiam se tornar quatro dias. Eu e Rhaenyra havíamos fodido há menos de uma semana, e não mais. Se ela estava grávida de seis...

— Meistres... perderam a cabeça... por menos... — eu o ameacei para que deixasse de falar merda, mas por mais que a face do homem estivesse tomada em terror, ele me encarava de frente.

— Sua Graça — ele se levantou ainda tremendo e fez uma longa reverência. Manteve a cabeça baixa. Tremia tanto, que nem conseguia se manter parado nas próprias pernas.

— Saia.

— Com todo o respeito... o senhor não deve... machucá-la...

— Saia! — vociferei e me levantei, e até os castiçais acesos tremularam ao meu grito. Orwyle saiu correndo para o corredor e fechou a porta às suas costas.

Trono de Espinhos - Daemyra (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora