Uma nova chance

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Essa fic chegou a 2k de visualizações e eu gostaria de agradecer vcs por isso. Também quero deixar registrado que as mensagens que eu recebi me comoveram e (acho que) vcs vão perceber isso neste capítulo kkkkkkkk. Pra vc que lê e não comenta: NÃO cai o dedo e ainda é de graça! Só pra constar.

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Apenas quatro pessoas na Fortaleza Vermelha tinham autorização direta para bater à porta nos aposentos reais em plena madrugada: Sor Steffon Darklyn, meu atual Comandante da Guarda Real; Sor Ryam Redwyne, a quem eu tinha pessoalmente promovido ao cargo de Mão do Rei; e além destes, Viserys e Rhaenyra Targaryen. Apesar de eu agora governar há aproximadamente sete meses, nunca havíamos tido um assunto urgente o suficiente para que me tirassem da cama durante a noite. Por isso, quando abri a porta e vi Rhaenyra do outro lado, foi uma surpresa.

- Não faça essa cara - foi a primeira coisa que me disse. - Tente não parecer tão feliz com a visita, tio. Você não vai gostar dos motivos que me trazem aqui.

- Não vou?

Deixei que ela entrasse e fechasse a porta às suas costas. Não havia passado nem um único dia desde nossa última conversa; apesar de eu ter dormido algumas horas, a ressaca ainda estava presente no meu corpo, fruto daquelas garrafas de vinho da noite anterior. Mas mesmo que eu soubesse que minha situação com Rhaenyra não era boa, era impossível não sorrir ao vê-la me visitando àquele horário. Saber que ela não fecharia nossa porta de comunicação era um alívio.

- O que você trouxe? - Perguntei, referindo-me a uma pequena sacola que ela trazia consigo.

Assim que Rhaenyra abriu e me mostrou o conteúdo da sacola, percebi que aquela seria uma noite ainda mais atípica do que eu tinha imaginado: era um manto preto com capuz, igual ao que usávamos quando saíamos da Fortaleza sem intenção de sermos vistos.

- Não pensei que você fosse querer treinar comigo depois do dia de hoje.

- Nós não vamos sair para treinar, Sua Graça - respondeu ironicamente. Já estava vestindo o manto por cima do vestido enquanto conversava comigo. - Nós vamos para a cidade.

Agora sim eu estava surpreso de verdade. A última vez que eu e Rhaenyra tínhamos ido juntos à cidade tinha sido há quatro anos, quando eu a havia levado pela primeira vez na Rua da Seda.

- Antes que você pergunte, nós não vamos passar nem perto do bordel - disse rispidamente, como se pudesse ler os meus pensamentos e lembranças.

- Eu nem tinha pensado nisso - menti. - E aonde vamos?

Rhaenyra meneou a cabeça negativamente antes de me responder:

- Você não saberá. Não até chegarmos lá.

Normalmente, eu acharia curioso, ou até divertido, sair com ela secretamente para ir à cidade sem sermos vistos, ainda mais sem saber nosso destino; mas depois do dia conturbado que havíamos tido, a forma como ela tinha me olhado - e considerando que àquela altura devia estar me odiando - foi difícil não desconfiar das suas intenções. Mesmo que eu fosse louco o suficiente para deixar que ela me guiasse para onde quer que fosse, e ainda que eu soubesse que Rhaenyra jamais me trairia da maneira como eu talvez merecesse, não pude deixar de considerar que talvez ela desejasse se vingar de mim.

- Você não tem opção - definiu. - Você vestirá o seu manto, sairá comigo para a cidade e irá me seguir, mesmo sem saber o nosso destino. Ou não confia em mim?

O problema não era só ela; eu não confiava em ninguém.

- Por que não posso saber onde vamos?

- Porque, se souber, você não aceitará vir comigo.

Trono de Espinhos - Daemyra (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora