Antes do pôr-do-sol

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Esse capítulo foi tão gostoso de escrever que eu não queria parar KKKKKKKK espero que perdoem o tamanho enorme. Essa é minha coerência: fico 4 meses sem atualizar e depois volto num ritmo de atualizar a cada 4-5 dias KKKKKK os leitores que lutem. Espero que se divirtam. Deixem votos e comentários

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O pôr-do-sol tingia o solo de faixas laranjas e lisases; o som do carvão queimando era tudo o que podíamos ouvir a certa distância. Os nossos homens, divididos em cinco guarnições de aproximadamente duzentos, terminavam de montar acampamento, cada qual espalhado em parcelas específicas daquelas terras de ninguém. As brasas seriam cessadas e queimadas antes do fim da luz do dia; não correríamos o risco de denunciar nossas posições, e as fogueiras sempre chamavam atenção demais à noite. Por isso, os homens comiam somente em horários definidos: logo após a alvorada e pouco antes do crepúsculo. Os resquícios do acampamento seriam descartados logo antes da chegada da noite, que ao que tudo indicava, seria silenciosa. Atacaríamos somente na manhã seguinte. Estávamos nos Degraus.

Rhaenyra era uma sombra que me seguia à distância e não trocava palavras comigo. Estava vestida com uma capa preta, orientada a ficar apenas na penumbra de nossa tenda, ou a poucos passos de distância de mim. Nenhum dos homens de nosso exército sabia de sua presença ali, exceto por três: Lorde Corlys Velaryon, Sor Steffon Darklyn e Lorde Westerling - estes dois últimos sendo o Comandante da Guarda Real e o Primeiro General do Exército, respectivamente.

Para além daqueles homens, muitos outros estavam divididos entre nossas guarnições. Tínhamos representantes de Baratheons, Starks e Lannisters; tínhamos Tullys, Arryns e até mesmo membros da casa Strong, que eu conhecia de vista, mas não de nome. Todas as casas leais à minha família alinhavam-se em campo para mostrar serviço, e eu sabia, no fundo, que eram uma tropa de bajuladores. Mas não importava. Enquanto estivessem dispostos a lutar pela Coroa, eu mostraria minha suposta gratidão**.

Syrax, Caraxes e outros doze dragões repousavam numa colina a quilômetros de distância de nosso acampamento. Ali, o ar era quente e pesado, salpicado pela maresia que subia pelas pedras pontudas das ilhas. Havia um cheiro de mofo no ar, e a umidade constante apodrecia tudo. Um lodo grotesco envolvia os pedregulhos do chão molhado.

Rhaenyra nunca tinha pisado num solo como aquele. Agora, enquanto não a tinha dentro de meu campo de visão, eu perguntava-me onde ela estaria. Esperava que na tenda real, mas soaria obediente demais para ela. As chances eram poucas.

— Nós tomaremos o farol pela manhã — Darklyn falava, tendo o papel com meu plano aberto sobre uma mesa de madeira, dentro da tenda de nossa guarnição. — Silenciosamente. As outras subdivisões estão espalhadas pelas ilhas, e o farol é nossa melhor forma de comunicação com elas. Estamos acampados no topo de quatro grandes colinas, e o quinto grupo está à beira-mar, arrumando suprimentos e esperando serem chamados para prestarem reforços.

— Isso nós já sabemos — Corlys interviu. — O que não entendo é porque separar mil homens em cinco grupos, se podemos atacá-los em um lote único e terminar logo com isso.

— Quantas vezes seus homens já tentaram localizar Craghas Drahar? — Perguntei, já sabendo a resposta.

— Inúmeras.

— E quantas vezes bem-sucedidas?

A pergunta era um pouco prepotente, e talvez por isso, Corlys fechou a cara em minha direção. Darklyn coçou sua longa barba e pigarreou, talvez constrangido pela forma tão direta como eu ridicularizava todos que questionavam meu plano. Apesar de Corlys ter me elogiado às vésperas da viagem, não parecia ter realmente compreendido a estratégia de ataque.

Trono de Espinhos - Daemyra (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora