Capítulo 7

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Lucien

Puxando o copo de whisky das mãos de Christopher, suspiro. Ele estava uma merda, era notável em seus olhos.

- Aquela mulher me odeia! – praguejando, ele pega um cigarro em cima da mesa e leva à boca, ele está tão bêbado que é preciso que eu ascenda o cigarro para ele.

Um homem que matava pessoas sem piedade, que tinha o sangue frio, era derrubado pela sua esposa e seu casamento conturbado. Mesmo com raiva dele por me colocar para cuidar de Emily, aqui estou eu, escutando-o.

Christopher me aguentou quando eu estava fodidamente doente da cabeça depois do que me aconteceu tempos atrás, era o mínimo que eu poderia fazer.

- Para início de conversa, isso sempre foi uma loucura, obrigar alguém a se casar com você? você a amarrou na sua vida.

- Eu fiz o que pude para protegê-la, sua família é uma desgraça. Acha mesmo que ela ainda estaria viva se eu não tivesse a tomado para mim? sempre esteve em meus planos fazê-la minha. Além do mais, Vivian também me ama, eu vejo isso.

- Como tem certeza se ela ainda ama você? - pergunto. - Ela não é mais tão jovem.

- Porque eu sinto isso - explica, dando uma tragada em seu cigarro. - Mas acho que a vergonha por sentir atração e ter sentimentos por um homem como eu é ainda maior que o que ela sente.

- Você tirou o direito dela de escolha, é bem justificável. Por que não a deixa ir?

- Eu me apaixonei perdidamente por essa mulher - me surpreende como ele não se importa em mostrar vulnerabilidade diante de um soldado e, eu gostava disso, da sua confiança em mim.

- Fala sério, Christopher - retruco. - Homens como nós são incapazes de sentir isso.

- Você diz isso por causa da baranga da Suzan.

Apenas o mencionar do nome dessa mulher fazia com que meu coração batesse mais rápido, a dor que persiste em me machucar volta à tona.

- Você ainda procura por ela? - ele pergunta.

- Não, não depois daquele último encontro.

- Ela é uma vaca miserável.

- Vamos falar de Vivian - retorno ao assunto, seus olhos me encaram com frieza.

- Por acaso você me odeia?

- Você nunca tentou conquistá-la de fato.

- Como? se toda vez que chego perto ela insiste em por um muro entre nós dois. E além do mais, ainda tem aquele maldito ex-namorado.

- Ela chegou a vê-lo depois daquele dia?

- Não, mas acho que ainda há sentimentos, ela pediu misericórdia pelo vagabundo, afinal. Ele nem presta.

Isso me faz rir, bebo um gole do meu whisky. - Você também não.

- Ele se casou com outra uma semana após nosso casamento.

- Que miserável - um sorriso escapa dos meus lábios. - Isso é bom para você, eu acho.

- Até se Deus quiser me ajudar, será bom, mas acho difícil que ele ajude um homem como eu.

- Definitivamente, não irá.

- Eu não gosto desse seu sarcasmo, Martínez.

- Uma pena, certo? - continuo. - Só estou querendo dizer que, talvez, se você tentasse conquistá-la de verdade, poderia funcionar.

- Ou não.

- Apenas tente e verá.

- E quanto a Suzan? - ele insiste em me irritar com esse assunto.

- Suzan é passado, eu já disse.

- Vocês dois iam se casar, estavam noivos quando ela..

- Eu sei, Christopher - interrompo. - Não há um só dia que eu não pense nisso.

Ele se serve com mais whisky e levanta o copo no ar, segurando o cigarro entre os seus dedos.

- Um brinde às barangas que tem nosso coração, então!

- Un brindis por las barangas! – toco meu copo com o seu.

Emily

- Obrigada por terem vindo, meninas - digo.

- Pensei que o gostoso do segurança ia estar aqui - Emma diz e nego com a cabeça.

- Ele saiu.. - murmuro, não querendo pensar em Lucien agora.

Porque pensar nele significa pensar no que houve mais cedo, na vontade absurdamente louca que eu quis beijá-lo, sentindo meu estômago se revirar em mil borboletas agitadas, como se buscassem a saída de um pequena caixa.

Não conseguia esquecer os olhos cinzas se dilatando para mim, a forma como sua respiração também ficou escassa e a voz falha como se estivesse sentindo, sentindo a mesma coisa toda vez que nos olhamos dentro dos olhos assim.

Tê-lo tão perto me fez querer tocá-lo até que minhas mãos pedissem sossego.

Respiro fundo, não querendo focar nisso e sentindo os pelos do meu corpo se arrepiarem.

- Que bom para você, então - Lia comenta - Já que você não o suporta.

- Não suporta é? - Giana brinca e bufo.

- Não me enche o saco.

Estella, que até então estava lendo seu livro sentada um pouco mais afastada de nós se pronuncia.

- Ele tem cara de malvado.

- Eu também acho - Maddison concorda - Me dá arrepios.

- Como está os preparatórios do seu casamento, Maddy? - pergunto, fugindo para uma zona mais segura e que não me faça prender o ar todas vezes em que escuto um certo nome.

- Está ocorrendo tudo bem - diz calma - Michael está desesperado, na verdade, está mais nervoso do que eu.

sorri - Bem a cara dele mesmo..

- Ele está me enlouquecendo!

- Por que homens são tão agoniados?

- Talvez ele esteja com medo da Maddison largar ele - Giana diz e sorrimos.

- Isso nunca - ela responde.

Me desligo da conversa por alguns segundos, voltando a pensar naquele homem e suspiro, me perguntando porquê Lucien parecia tão arrependido por quase e beijar.

o problema estava em mim? a forma como ele fugiu daqui para não ficar perto de mim me deixou chateada, de certa forma.

Estou sentada na sala depois que as meninas foram embora rabiscando alguns papéis, quando ouço a porta se abrir e logo Lucien passa por ela, o cheiro de whisky entra em minhas narinas e contino com meu desenho.

- Boa noite para você também - murmuro baixo quando o mesmo saiu sem dizer uma só palavra para mim, como se eu nem estivesse presente na sala.

Afinal, o que havia de errado com esse homem?

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Onde histórias criam vida. Descubra agora