HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL

Capítulo 45

Lucien

Continuo encarando a mulher na minha frente que está em silêncio, assim como eu. Não consigo encontrar meios ou palavras para dizer algo para ela. Seus olhos verdes estão me deixando tonto, meu coração bate forte em meu peito e quero socar algo, ou fazer qualquer coisa para passar a raiva em meu peito.

Suzan dá um passo à frente e levanto a mão, fazendo-a parar onde ela está.

- O que você está fazendo aqui? - minhas sobrancelhas se apertam, meus olhos analisam o rosto pálido e sem nenhuma maquiagem, o que era estranho, já que ela não vivia sem.

- Eu vim para ver você - diz, as lágrimas rolam em sua bochecha e ela se senta - Contar toda a verdade que eu escondi por anos.

- Que porra você está dizendo, Suzan?

Suas mãos encontram os fios de seu cabelo e ela chora, chora como se tivesse perdido alguém. Eu engulo em seco, algo em mim se quebra.

- Do porquê eu terminei com você, Lucien - ela levanta a cabeça e preciso de tudo de mim para não afundar em minhas muralhas.

É como a porra de uma caixa de pandora, que foi aberta e agora tudo estava voltando, voltando para terminar de destruir os pedaços que eu tentei manter em pé.

- Diga - ordeno, caminhando até o sofá na sua frente, mesmo querendo gritar, mantenho minha cara de pôquer quando sento na sua frente e a encaro - Sou todo ouvidos.

- F-foi o p-papai - diz, engasgando em suas palavras pelo choro - Eu estava prometida para outro homem.

- Você estava prometida - repito, não conseguindo acreditar em suas palavras.

- Eu não podia contar para você, Lucien, eu realmente não podia!

- Continue, Suzan.

- Eu só soube do noivado depois que você partiu para a sua missão e demorou para voltar! você sempre soube que meus pais não apoiavam nós dois.

- Eu sei - meu tom é rude, seus olhos sem vida me encaram sem o brilho, apenas.. dor.

- Eu quis recusar, Lucien, eu realmente quis! mas você sabe como são meus pais!

- E você quer que eu acredite nisso?

- Olhe nos meus olhos e me diga se estou mentindo, Martínez.

Eu olho, e eu quero foder tudo no mundo por ver que ela não está.

Um soluço rasga da sua garganta e me levanto, caminhando de um lado para o outro na sala, não conseguindo olhá-la.

- V-você retornou da missão e foi o prazo que papai me deu para acabar tudo com você - ela diz.

- Nós estávamos noivos, Suzan.

- E-eu sei. Você acha que foi fácil para mim? eu quis ficar ao seu lado depois de tudo.

- Você me humilhou! - eu grito - Você me fez ter nojo de mim! você me traiu quando eu seria capaz de enfrentá-los por você!

Suzan se põe de pé, seus pés tropicam no chão enquanto ela caminha até mim.

algo em mim está quebrando, algo em mim está se abrindo e temo que não poderei fechar.

É como se todo o meu passado estivesse caindo sobre as minhas costas, tudo que eu lutei para esquecer e fugir, lembranças vividas em minha mente me sufocam até que eu perca meu ar.

- Eu tinha que afastar você! doeu em mim também!

- Fazendo eu me odiar? - a encaro, sua postura vacila por alguns segundos e ela engole em seco.