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A última pessoa que eu queria encontrar foi justamente a que apareceu no meu caminho, incrível como a vida faz isso comigo. Dentro do carro estava o Carlos e mais dois amigos no banco de trás, assim que ele me viu soltou um sorriso de canto de boca e desceu do carro.

"Ora ora, princesa. Sentiu saudades assim?"- Ele disse, quando ouvi a sua voz a única coisa que eu queria fazer era estourar a sua cabeça.

"Eu quero falar com você, agora"- Falei sentindo minha cabeça ferver, nós estávamos no meio da rua e eu estava me segurando pra não mudar de forma involuntariamente.

"Kathe, aqui não"- Falou a Kalaya colocando a mão no meu ombro.

"Amiga nova? Essa eu não conhecia"- O Carlos falou e eu senti as pontas dos meus dedos começarem a queimar, como se realmente estivessem em chamas.

"Se você não devolver o Nathan eu explodo a sua cabeça aqui mesmo, você teve sorte de sair vivo"- Falei e ele soltou uma risada sarcástica, seus amigos saíram do carro e comecei a escutar buzinas atrás de mim.

"Você me pegou de surpresa, só saiu viva porquê eu não sabia o que você era, agora eu acabo contigo"- Ele falou.

"Então vamos provar a sua hipótese, vem comigo"- Falei pra ele que piscou pra mim de volta e entrou no seu carro.

Entrei no meu carro e comecei a tentar me acalmar, o meu estresse foi tanto que as marcas e símbolos já tinham começado a aparecer na minha pele novamente. Comecei a dirigir em direção a uma reserva ali perto, enquanto isso no banco ao meu lado a Kalaya roía as unhas.

"Nós não damos conta, são três! Eles vão nos pegar e trancar a gente junto com o Nathan"- Ela falou num tom nervoso.

"A gente da conta"- Falei.

"Como que a gente dá conta? Você descobriu que tinha poderes ainda ontem, agora já virou a mulher maravilha"- Ela falou e eu soltei um riso.

"Eu não sei mesmo como isso funciona, as coisas agora são tão intuitivas... Numa hora eu sinto que consigo controlar as minhas ações e em outra eu só acabo falando ou fazendo sem pensar, como se não fosse eu"- Falei e ela suspirou.

"Eu vou ligar pra o Michael, a gente vai mesmo morrer"- Ela falou pegando o celular. Olhei pelo retrovisor e consegui ver que o carro do Carlos ainda nos seguia.

"Eu ainda tô tentando entender como essa outra personalidade funciona em mim, eu sou muito medrosa e tento evitar confusão, mas quando eu fico estressada parece que eu fico meio inconsequente, me sinto mais livre pra tomar decisões difíceis"- Falei e ela colocou a mão na cabeça -"Você sabe lutar? Sabe fazer alguma coisa?"- Perguntei.

"Eu tenho algumas cartas na manga, mas nada que dê conta de três ogros de Clasus"- Ela falou dando de ombros -"Mas e você, sabe lutar?"- Ela perguntou.

"Não mesmo, mas eu me viro... Eu acho"- Falei tentando contornar o nervosismo que eu recém adquiri vendo a possível merda que eu fiz.

Continuei dirigindo até chegar na reserva, parei o meu carro em uma clareira que ficava ao lado de uma estrada de terra, desci do carro e me afastei do carro, indo mais pra o centro. O Carlos parou o carro afastado do meu, em seguida desceram ele e os amigos.

"Você quer mesmo brigar? Acho que está em desvantagem"- Ele falou em um tom sarcástico.

"Não precisamos brigar, você devolve o Nathe e eu vou pra casa, tudo resolvido"- Falei.

"Ogros de Clasus não podem perder uma briga, o semideus sabe disso. Se envolveu sabendo que seria caçado pra o resto da vida"- Ele falou e eu dei de ombros.

Os quatro contos proibidos (primeiro conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora