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Fui na cozinha e liguei as luzes, não tinha leite condensado, mas tinha chocolate em pó, leite e açúcar.
Fiz o leite condensado e logo após, fiz o brigadeiro.
O Michael desceu as escadas, provavelmente atraído pelo cheiro do brigadeiro, se sentou no sofá e falou.

-Também quero!

-Nunca consigo comer um sozinha mesmo.

Me sentei ao seu lado e dei a ele uma colher, começamos a comer assistindo um filme estranho de lobisomem que passava na televisão, até que um barulho começou a soar pela casa, vindo de cima, o Michael pegou em minha mão e falou.

-Fique aqui.

-Que? Eu não, nos filmes as pessoas se ferram assim, eu vou junto.

Subimos as escadas com cuidado e o barulho ia aumentando, ok eu estava com medo, quando já estavamos no corredor dos quartos o barulho se aquietou, mas começamos a ouvir passadas altas vindo ainda mais de cima, era no sótão.

O Michael foi no nosso quartos ver se estava tudo em ordem, pegar suas armas e trancar, e eu? Fiquei de guarda, na frente da porta do sótão como aquelas menininhas que sempre são puxadas para dentro por uma alma maligna.
O Michael chegou com as armas que Fauno lhe deu, o bastão e os dardos, eu nunca tiro a pulseira, então estávamos meio prontos, da minha parte faltava a coragem, da dele, acho que o mesmo.

-Vamos?- Michael.

-Vamos! No três?

-No três.

-Um.

-Dois.

-Dois e meio?

-Dois e um sexto?

-Dois e um oitavo?

-Ah! Três!

Falou abrindo a porta do sótão, ligou a luz, não tinha nada na escada, eu joguei uma bomba se fumaça no chão para embasar a visão do que quer que seja, eu consigo enxergar bem com fumaça.
Fomos subindo a escada devagar e sendo guiados por mim, que joguei outra bomba quando chegamos la em cima, não havia ninguém, isso era impossível, eu estava sentindo uma presença.
Ficamos um só lado do outro, Michael e eu, encarando os lados opostos com as costas grudadas, esperando o que quer que seja aparecer.

-APAREÇA!- Gritou o Michael.

E com isso ele conseguiu que um vento frio soprasse num sótão sem janelas, consequência disso a porta se bateu, pelo menos eu espero que tenha sido consequência disso, eu fiquei com medo, e estava tentando não transparecer isso, é melhor que as coisas tenham medo de você, do que você das coisas, fiz uma cara de séria e continuei deixando meus olhos vagando por aí tentando achar o que quer que seja.

-É melhor você aparecer!- Eu.

E assim uma risada ecoou pelo sótão, era uma voz conhecida, e assustadora, um arrepio subiu pela minha espinha e eu apertei a mão do Michael, que estava sério olhando para frente, a risada ecoava cada vez mais alta no sótão, aquela sensação que eu não deveria estar aqui começou, sério.
As caixas que estavam empilhadas caíram no chão e o tapete que estava encostado na parede cai e se desenrola, eu continuei encarando o lugar, o que quer que seja esta pondo medo em mim, no Michael eu não sei.
Ele se virou para mim e uma fumaça verde começou a voar pelo sótão, de repente uma voz soou em minha cabeça.

"Vim avisa-los que não há mais tempo, três noites no máximo para voltarem a terra, se não voltarem dentro disso, o portal do primeiro conto se fecha"

Meu coração voltou a funcionar, reconheci a voz de Hurah.

-Quem lhe mandou aqui?- Eu.

"Tauno, e já está impaciente, vocês iram visita-lo antes de entratem no mundo do primeiro conto"

-Você nao dá ponto sem nó Hurah, o que realmente veio fazer aqui?- Michael.

"Você me conhece bem, vim visitar essa maldita cidade, em lembrar que já passei pelo que estão passando, foi uma ótima luta, porém, já que eu estava vindo, resolvi trazer o recado de Tauno"

-Obrigada, mas por favor avise quando vier, e não nos dê esse tipo de susto- Eu.

-Hurah, espera, quem te liberou do livro?- Michael.

"Segredos Jhonter, segredos..."

-Hurah!- Michael.

"Adeus, espero que dessa vez consigam sair do zero"

-Vamos sair- Eu.

E assim Hurah sumiu, descemos as escadas quietos e eu fui no quarto, lavei o rosto e desci, peguei um copo de água e me sentei na escada que levava a sala, o Michael estava sentado no sofá, e me olhava sério.

-Temos que começar a agilizar tudo, pelos meus cálculos ainda temos dois dias de caminhada depois daqui, e para liberar você é o Chris vai levar no mínimo um dia e meio se tudo der certo- Eu.

-Teremos que dar um jeito- Michael.

-Que jeito?- Eu.

Começamos a conversar e decidir o que iria ser feito, teríamos que ser rápidos.

Os quatro contos proibidos (primeiro conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora